quarta-feira, 31 de março de 2021

DIA DA TERRA PALESTINA / NOTA DA FEPAL * FRT/BR

 DIA DA TERRA PALESTINA

Há 45 anos, em Nazaré, a polícia de Israel matou seis palestinos numa manifestação pacífica contra o roubo de terras para a construção de assentamentos judaicos. Desde então, o 30 de março é relembrado como o Dia da Terra Palestina, uma das principais datas do calendário nacional palestino e um dos grandes marcos da resistência contra a colonização israelense. 

Os protestos de 1976 mobilizaram milhares de pessoas em toda a Palestina histórica, da Galileia ao Al Náqab, sobretudo nas cidades que haviam sido colocadas sob toque de recolher pelas forças de ocupação do regime. Além das mortes, centenas de pessoas ficaram feridas e muitas foram presas. 


Todos os anos no Dia da Terra a população palestina promove atos, em vários lugares do mundo, para celebrar a resistência e denunciar os crimes do regime supremacista israelense e de seu projeto colonial, que segue em franca expansão. Muitas pessoas plantam uma oliveira para celebrar a data. A árvore símbolo da cultura palestina, fonte de renda para muitas famílias, é um dos alvos favoritos de Israel, que as destrói aos milhares todos os anos. 


Sempre teremos gente para plantar. Eles podem até nos derrubar, nos arrancar de nossa terra, mas enquanto algum de nós ainda estiver vivo, seguiremos semeando novos frutos e RESISTIREMOS. 


Viva a Terra Palestina!

(Nota da FEPAL - https://fepal.com.br/ )


APELO DA CRIANÇA PALESTINA

(Texto do Mural da Feira de Nova York em 1964)

Antes que te vás,
poderás gastar mais um minuto
para ouvir uma voz sobre a Palestina
e talvez ajudar-nos a consertar um mal?

Sempre, desde o nascimento de Cristo, 
e, mais tarde, com a vinda de Maomé,
cristãos, judeus e muçulmanos, crentes num só Deus,
lá viveram juntos em pacífica harmonia.

Por séculos, foi assim,
até que estrangeiros vindos de fora,
dizendo uma coisa e pensando outra,
começaram a comprar terra e agitar o povo.

Os vizinhos tornaram-se inimigos
e brigaram uns com os outros.
Os estrangeiros, considerados, um dia, vítimas do terror,
tornaram-se feros profissionais do terror.

Procurando a paz a todo custo,
inclusive ao custo da justiça,
o cego mundo, em solene assembleia,
dividiu a terra em duas,
pondo de lado
o direito de autodeterminação.

O que daí se seguiu, talvez o saibas:
buscando remediar o mal, 
nossos vizinhos mais próximos
tentaram ajudar-nos em nossa causa,
e, por motivo fora de seu controle,
não o conseguiram.

Hoje, há um milhão de nós,
alguns como nós, mas muitos como minha mãe,
passando a vida na miséria do exílio,
esperando a volta ao lar.

Mas, mesmo agora, 
para proteger seus ganhos mal adquiridos,
como se a terra fosse sua e tivessem esse direito,
ameaçam perturbar o curso do Jordão
e fazer o deserto florescer de guerreiros.

E quem os deterá?
O mundo parece não se preocupar
ou está cego ainda.
Por isso estou contente de teres parado
e escutado a história.

(in LAMENTO DOS OPRIMIDOS, Missão da Liga dos Estados Árabe - 1971. Mansour Chalita, Rio de Janeiro-RJ 1971)

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