quarta-feira, 16 de junho de 2021

Adorar grandes revolucionários ou aplicar na prática a política revolucionária? * George Kunz / RJ

Adorar grandes revolucionários ou aplicar na prática a política revolucionária?


Muitos grupos da esquerda levantam a figuras de grandes personalidades que atuaram no movimento revolucionário ao longo da história, como o eixo principal para a atuação na situação política atual.

Na prática, seria o que? Reconhecer religiosamente que Stalin foi um grande revolucionário, ou León Trotsky, ou Mao Tse Tung ou Ho Chi Minh etc. E supostamente essa seria a maneira para construir um partido de trabalhadores.

Quem tem experiência na militância do movimento de massas sabe que os trabalhadores têm alergia desse tipo de política pequeno burguesa. Eles já têm uma certa desconfiança dos estudantes e professores, precisamente por causa desse hippismo pequeno burguês que acha que o que eles pensam seria a realidade.

Os trabalhadores, principalmente os dos setores de ponta buscam soluções concretas aos problemas concretos. E se os revolucionários não tiverem essa consideração muito presente ao elaborar as políticas muito dificilmente irão recrutar um único trabalhador para a causa revolucionária.

A partir da política concreta, ainda aplicada na prática com sucesso, os revolucionários poderão avançar nas questões da política revolucionária, porque terão ganhado a confiança dos trabalhadores, o que somente pode acontecer num processo de luta encarniçado contra o capital, a polícia, as burocracias, a “esquerda” oficial contrarrevolucionária, a "justiça" etc.

Qual é a tarefa urgente dos revolucionários?

Neste momento, uma das peculiaridades fundamentais da situação política atual é que as organizações dos trabalhadores estão tomadas por pequeno burgueses oportunistas e corruptos. Mas a contra partida é que esses partidos nunca foram tão fracos como hoje; se encontram totalmente integrados ao sistema e não têm militantes no movimento operário. Essa situação é a primeira vez que acontece desde o movimento dos Cartistas, que atuaram na década de 1820. Isso é um problema e ao mesmo tempo abre uma avenida de oportunidades para os revolucionários

A maioria das agrupações de esquerda nem sequer é capaz de enxergam os dois lados da moeda porque não conseguem pensar de maneira dialética devido à enorme pressão pequeno burguesa

A "esquerda" oficial corrupta, junto com as máfias sindicais e dos movimentos sociais, representam o segundo principal mecanismo de contenção das lutas, após a ditadura do capital, e não têm como resistir um ascenso importante das lutas. Outros oportunistas poderão surgir, mas especificamente estes se encontram em fase terminal, como produto da sua própria formação a partir da escalada do neoliberalismo.

A aplicação da política revolucionária hoje passa por levantar as bandeiras revolucionárias e lutar efetivamente por elas, longe dos “ismos”.

Devemos lutar por um governo de trabalhadores como saída para a crise. E para acumular forças nesse sentido precisamos levantar bandeiras transitórias como:

1- cancelamento da dívida pública, 
2 - reversão das privatizações, 
3 -realização de um grande programa de obras públicas para acabar com o desemprego
4 - alocação de 15% do PIB para a saúde pública e outro 15% para a educação pública 5 -proibição de qualquer atividade relacionada com a especulação financeira
6 - revolução agrária
7 - rompimento com todas as imposições do imperialismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho