DIA DO NORDESTINO
NORDESTE À GALOPE
DESCULPAS PEÇO A SÃO JOÃO
POR NÃO FESTEJAR O SEU DIA
COM TODA AQUELA ALEGRIA
QUE ME CAUSAVA EMOÇÃO.
MAS A TRISTE PANDEMIA.
NÃO RESPEITOU NOSSO DIA
ROUBOU O NOSSO ARRAIAL,
E A FOGUEIRA APAGOU
E ME CAUSOU ESTA DOR
QUE ME APERTA O CORAÇÃO.
MESMO TRISTE VOU SORRIR,
PARA A DEUS AGRADECER
PELA GRAÇA DE VIVER
CERCADA DE TANTO AMOR
DA FAMILIA E DOS AMIGOS.
SE HOJE, MAIS VELHA ESTOU,
AGRADECIDA E FELIZ
POR TER SIDO ACORDADA
POR FILHA E VIZINHA AMADA
COM LAUTO E GOSTOSO CAFÉ
QUE LHES VOU APRESENTAR
A FOTO QUE A NETA BATEU
PRA REGISTRAR O MOMENTO,
E O MEU AGRADECIMENTO,
POR TANTO AMOR E BONDADE
QUE ME TRAZ FELICIDADE
PRA GRITAR AOS QUATRO VENTOS
SOU UMA MULHER FELIZ!
E VIVA O SÃO JOÃO!
E VIVA O MEU ANIVERSÁRIO!
AGORA, PRENDI A LUA
Outro dia prendi o sol
Nas grades do meu terraço
Que pouco tempo ficou
Na prisão que lhe ofertei.
Pediu-me pra caminhar.
E para o Japão chegar
Onde só havia escuridão.
Ontem à noite, eu prendi,
Nas grades da minha janela,
A lua prateada e bela,
Que airosa passeava,
Pelos caminhos do céu
Prateando e encantando
A nossa terra distante.
Mas, a prisão durou pouco,
Pois lembrei- me bem ligeiro
Que a Lua é dos namorados,
Dos seresteiros , coitados!
Que choram por um amor
Aí, então, senti grande dor,
Pois lembrei-me do passado,
Quando ao luar namorei,
E, encantada fiquei,
Vendo a lua e as estrelas,
Ao lado do grande amor.
E a elas fiz uma prece:
Nunca se apaguem do céu
Porque não existe véu ,
Que turve tanta beleza,
Que a nossa Mãe-natureza
A nós de graça nos dá.
E a lua agradecida
Piscou o olho pra mim
Parecendo me dizer:
Obrigada, amiguinha,
Preciso espalhar amor,
Na terra tão devastada
Por males e desamor.
Por isso eu já me vou.
Adeus, até outra noite!
RECIFE, CADÊ TEU SOL?
RECIFE de cara fechada,
não se pode ver
quase nada,
há três dias o sol sumiu.
O vento faz rodopios,
no arvoredo, os pios
de passarinhos frientos,
de penas encharcadinhas,
pedindo as asas da mãe.
Nas ruas quase desertas,
não se vê janelas abertas,
só sombrinhas coloridas,
atestando que há vidas
na luta cotidiana.
Nos carros,
passam os sortudos
(ou talvez os endividados),
que tentam, a todo custo,
lutar, para sem susto,
ao seu destino chegar.
Os menos sortudos passam,
de guarda-chuva na mão,
não há chuva que os impeça
de cumprir a obrigação,
pois o emprego é seu pão.
As plantas estão felizes,
a garantia da vida,
lhes chega pelas raízes.
Mesmo assim,
esperançosas,
esperam a volta do sol.
Eu também, no meu casulo,
sinto o frio que aconchego
tanto no corpo e na alma,
com um café bem quentinho,
com uma coberta fofinha,
e com a saudade que vem,
fazendo eu sempre sonhar
e relembrar o passado
que está sempre a dizer:
Na vida onde tudo passa,
onde tudo se esvai,
só o amor verdadeiro
permanece por inteiro
dentro do coração.
SOU NORDESTINA
SOU NORDESTINA, e apois?
Eu não deixo pra depois
Pra falar do meu orgulho
Com seca, com pedregulho
E dizer: eu nasci no NORDESTE,
TERRA DE CABRA DA PESTE,
Que temem castigos divinos,
Que mudam nossos destinos,
Pelos pecados dos homens,
Dos quais eu não cito nomes,
Pra não melindrar ninguém,
Mas nisto existe um porém,:
A carapuça só cai
Na cabeça de quem sai
Falando de NORDESTINO!
É bom que ninguém esqueça,
Nordestino é povo bom,
Da poesia tem o dom
Para cantar a Natureza
O amor, a fé, a beleza
A bravura, a lealdade,
E toda nossa bondade
Exuberantes entre nós
Por isso ergo minha voz
E grito: VIVA O NORDESTE!
VIVA EU, VIVA VOCÊ!
VIVA O POVO NORDESTINO!
ENAIDE VIDAL / PE
(Enaide de Alencar Vidal Pires)
Recife, 08/10/2020
08/10/2021 14:40 -
A POÉTICA NORDESTINA
(Ilton Marques)
Poesia e cordel
Se gosta desde criança
Minha terra é festança
De um estrelado céu
O sotaque é canção
Na voz de cada menino
Xote, xaxado e baião
Cantigas do coração
Viva o povo nordestino
Patativa do Assaré
Luiz Gonzaga do povo
Poema como renovo
De gente de muita fé
Se longe está do rincão
Ele não faz desatino
E nunca esquece não
Sua terra, seu torrão
Viva o povo nordestino.
Hoje a gente comemora
Nossa nordestinidade
Quem tá Íonge tem saudade
Quem daqui foi morar fora
P'resse povo, nosso irmão,
Canto como se fosse hino
Faço a minha louvação
O Nordeste é nosso chão
VIVA O POVO NORDESTINO!
Cabra forte destemido
Que tem no país inteiro
Talvez o mais brasileiro
Corajoso e aguerrido
Por todo país tem sido
Cumpridor do destino
Sai de casa ainda menino
Pro planeta trabalhar
Quero parabenizar
O dia do nordestino.
Mote e glosa José Vieira
DIA DO NORDESTINO
Caboclo forte, arretado
Cabra da peste, danado
Retrato do meu país
Trazendo em sua cerviz
A poeira do sertão
Bondoso de coração
Jovens, velhos e meninos
Aqui deixo meu abraço
Aos queridos nordestinos.
Autoria de professora Alba Valéria / GO
DIA DO NORDESTINO
DIA DO NORDESTINO * MARIO JR by RÁDIO VOZ LIBERTÁRIA
MÁRIO JR
(Colaborador)
*"O Dia do Nordestino é comemorado anualmente em 8 de outubro, no Brasil. Esta data homenageia a cultura nordestina e a diversidade folclórica típica da região Nordeste do Brasil. O povo nordestino é um grande tesouro da cultura nacional, um dos maiores traços da identidade do Brasil."*
"O sabiá no sertão
Quando canta me comove,
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove
Chover chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Chover chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mais vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera
Bombo trovejou a chuva choveu
Choveu choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
Choveu choveu
Inácio e Romano meu verso e o teu
Choveu choveu
Água dos olhos que a seca bebeu
Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou
Zé Bernardinho
João Paraíbano
Toque pra boiadeiro
(Chover ou Invocação Para Um Dia Líquido - Cordel Do Fogo Encantado)
***
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