CONSCIÊNCIA OU RESISTÊNCIA
Pelos índios e escravos
E por nossos ancestrais
Os que sofreram e os que sofrem
Mas não desistem jamais
E continuam na batalha
Continuam no labor
Sempre de cabeça erguida
Vão mostrando seu valor
Princesas, príncipes e reis
Viviam com altivez
De suas terras tirados
Pelo branco capturados
Que sem pudor, sem coração
Os fizeram prisioneiros
Em seus navios negreiros
Prá viver na escravidão
Nas senzalas das fazendas
No eito do cafezal
Tiveram feridas sua honra
Machucados em sua moral
Viviam sob o chicote
De um cruel capataz
Mas seus sonhos de liberdade
Não esqueciam jamais
Lei Áurea veio dizendo
Que a escravidão acabou
Mas o pobre ainda é escravo
De um governo sem pudor
Que só pensa em si próprio
E não sabe o que é amor
130 anos passados
E a escravidão continua
O pobre vivendo ao léu
Muitos morando na rua
E o governo só dando
Muito golpe e falcatrua
Mas um nordestino pobre
Reconhecendo os valores
Que têm os negros valentes
Quis que virassem doutores
Pensando no povo humilde
Lhes deu oportunidade
De poderem estudar
Em uma universidade
Parabéns à mulher negra
À indígena, à quilombola
Parabéns a cada pobre
Quer do Brasil ou de Angola
Que não abaixa a cabeça
Diante de nenhum branco
E quero aplaudir de pé
À grande MARIELLE FRANCO
E ao bravo nordestino
Que foi tão injustiçado
Só por proteger os pobres
Foi preso e foi condenado
E pagou sem dever culpa
Sem nenhum crime provado
Te admiro, grande homem
Sua luta e bravura
Que a tudo suportou
Com altivez e brandura
E hoje que o mundo fala
Em TEMPOS DE CONSCIÊNCIA
Para mim esse é o começo
Da INFINITA RESISTÊNCIA
Professora Alba Valeria Aparecida da Silva, poetisa do entorno.GO
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