sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

MEU ÚNICO REI É PELÉ * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

MEU ÚNICO REI É PELÉ

*Vai com Deus rei Pelé, o futebol lhe agradece*
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Sem Pelé no campo a bola
Está sendo maltratada
Dão bicudo em sua cara
Segue o jogo mal passada
A bola que foi redonda
Depois do rei é quadrada.

Na cadeira de Pelé
Sua saudade é quem senta
Um sucessor para o rei
O futebol não inventa
E o reinado sem ter príncipe
A coroa se aposenta.

*Charles Sant’Ana*

DUKE - QUADRINISTA
*
PELEZINHO - MAURÍCIO DE SOUZA

*
UM QUE CHEGOU LÁ

Pelé e outros poucos brasileiros da negritude e vindos da classe popular, alcançando ápice do sucesso, da fama, foram o álibi construído pela classe dominante histórica brasileira para dar continuidade ao racismo, à opressão, às violências contra pobres, negros e opositores do regime militar fascista de 64. Enquanto um ou outro se destaca em alguma área - negro, negra e pobre assalariado - o sarrafo é descido no lombo de milhares; casas de favelas invadidas e gente sequestrada e morta, sem ter direito a cumprir pena por delito cometido - "paga" com a vida.

A genialidade inconteste de Pelé no futebol mostrou ao mundo a capacidade de ginga brasileira que não é só no futebol é também na arte e daí o frevo, o samba, o forró.

Mas Pelé foi usado como falsa propaganda de Democracia Racial... Falsa porquê era pra poucos , então não era democracia...

Pelé "chegou lá", alcançou ápice da fama e do sucesso com maestria de seu talento. E isto foi argumento para a lógica brasileira reproduzir a ilusão que "basta querer e se esforçar que você também consegue" e milhares e milhares de "meninos Pelés" acreditaram nisso - em vão, óbvio. Que Pelé foi usado como peça de marketing da Ditadura militar, da legitimação da segunda maior desigualdade de renda do mundo, o Brasil, da matança indiscriminada de gente preta e pobre do Brasil.
Mas o talento de Pelé não tem nada a ver com a maldade que faziam com a negritude brasileira enquanto pousavam em fotos e abraços com ele...

A questão é que ele nunca se pronunciou sobre nada disso. E por isso, só lhe rezo um Pai Nosso e uma Ave Maria por sua passagem, sem nenhuma recomendação de gente extraordinária. Seu talento dos pés, do corpo, da mente fotebolistica, ficou feio com seu silêncio às questões sociais históricas mais graves do Brasil, fruto de 380 anos de escravatura.

Walter Eudes
29/12/2022



Lincoln De Abreu Penna


 Há um mês escrevi uma pequena crônica sobre Pelé, que nos deixou hoje. Naquela oportunidade reverenciava a importância do Rei, única majestade que reconheço no mundo sendo eu um republicano radical.


 Nessa crônica me referi a três momentos em que direta ou indiretamente Pelé me proporcionou instantes de emoção, misturada ao encantamento e a estima de uma personalidade muito especial. Em uma delas ele, sem o saber, me livrara de uma situação embaraçosa. Juntara esta a outras duas situações e daí o título que dera então, Três vezes Pelé. Mas, o que pude descrever outras tantas pessoas no mundo poderiam fazê-lo dada a força de uma personalidade verdadeiramente internacional, que só dá orgulho aos brasileiros.


 Hoje ao tomar conhecimento de sua morte fiquei a pensar se deveria acrescentar alguma coisa ao que havia dito quando soube de sua situação de saúde que já era considerada preocupante. De início imaginei que ele pudesse driblar como sempre o fez em campo diante de adversários poderosos e assim partir para o gol, isto é, para a glória da superação.


 Não foi assim dessa vez e ao término desse ano de tantas perdas e dissabores provocados por atitudes tão grotescas e grosseiras na vida pública do país, seu falecimento só pode trazer tristeza, porém também renovar a autoestima que precisamos cultivar como brasileiro. Afinal, Edson Arantes do Nascimento foi quem nos fez brilhar os dons mágicos e magistrais de nosso povo, que também dribla as adversidades para superar-se todo o dia.

 Com dezesseis anos Pelé surgiu para o futebol brasileiro em pleno Maracanã vindo de Bauru e já senhor da titularidade no fabuloso elenco do Santos Futebol Clube. Eu com os meus quatorze anos tive a oportunidade de vê-lo na partida em que ele participara num misto do Santos-Vasco da Gama. E a partir daí sua carreira se agigantou e poucos meses depois já estava convocado para disputar a Copa de 1958 na Suécia onde se tornaria o grande ídolo de nosso primeiro título.


 Antes mesmo do fim do século XX era ele coroado, agora como o Atleta do Século. Tricampeão do mundo marcou sua trajetória em dois momentos. O primeiro, ao fazer detonar finalmente o soccer, o futebol nos EUA, até então um esporte amador e praticamente desconhecido.


 O outro lance não menos importante foi quando ministro dos Esporte do presidente Fernando Henrique Cardoso implantou o fim do passe, que prendia o atleta ao clube como uma nova e moderna forma de escravidão ou servidão, como queiram. Assim, através da Lei 9.615, a chamada com justiça Lei Pelé, os jogadores ao fim do contrato está livre para negociar com qualquer entidade esportiva.


 Pelé nunca foi de se pronunciar politicamente. No entanto, fez mais do que muitos que ao se manifestarem nem sempre são coerentes em suas vidas. Teve erros, sem dúvida, como todo mundo os têm. Mas, é um dos poucos, senão raros, que serão lembrados nos próximos séculos, pois sua glória eternizou-se sem exagero algum. E mais do que um reconhecimento individual elevou com sua arte o valor de uma nação plural, miscigenada, sofrida, mas rica em habilidades e potencialidades.

Lincoln Penna


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*Rei Pelé*


Pelé e Garrincha, dois reis no campo.
*
MELHORES MOMENTOS DO REI DO FUTEBOL MUNDIAL

Pelé: quando o Rei bateu de frente com o regime militar e enfrentou o racismo
Estadão Conteúdo | 29/12/2022 às 17:25

Quando deixou a seleção brasileira, em 1971, Pelé precisou mostrar uma nova face. Para cumprir sua decisão, ele bateu de frente com diversos políticos do regime militar do País, enfrentou ainda poderosos dirigentes esportivos, como João Havelange, e ainda teve de lidar com racismo de parte da opinião pública. A aposentadoria da seleção aconteceu após a conquista do tricampeonato mundial em 1970, no México. Pelé tinha 30 anos na época e vivia seu melhor momento da carreira. Sua intenção era continuar jogando pelo Santos, com quem tinha contrato até 1974, mas também queria se arriscar como empresário e ganhar dinheiro com a imagem de melhor jogador do mundo.

“Era um capital simbólico que ele tinha como campeão. Mas a pressão foi muito forte. Imagina o maior jogador de futebol se despedir da seleção brasileira no auge sem qualquer homenagem do governo? Foi isso que aconteceu”, relembra o historiador José Paulo Florenzano, que publicou pesquisa sobre o assunto analisando os jornais da época.

Era um período em que o regime militar tentava atrelar as grandes apresentações da seleção, especialmente na Copa de 1970, à imagem do governo: “vamos todos juntos, pra frente Brasil, salve a seleção”. Mas, para Pelé, o assunto estava encerrado e ninguém o faria voltar atrás.

A abertura de um texto do Estadão de 7 de julho de 1971 deixa claro o que estava acontecendo. “Pelé ficou surpreso e ameaçou um sorriso quando soube que alguns setores do governo consideraram a sua saída da seleção um ato de indisciplina esportiva. No início, Pelé simplesmente não acreditou que fosse possível. Ele havia acabado de chegar a Bragança para continuar filmando ‘A Marcha'”.

Pelé tinha outras prioridades, como a reportagem mostra. O governo não aceitava sua saída e, por isso, não quis prestar qualquer homenagem ao jogador nas partidas de despedida. O ministro Jarbas Passarinho disse ao Estadão em 8 de julho de 1971 que “só a sua despedida definitiva é que governo e o povo lhe prestarão a consagração que o encerramento de sua atividade justificará.”

João Havelange, então presidente da CBD (antigo nome da CBF), tentava ganhar prestígio no mundo esportivo em busca do cargo de presidente da Fifa. Para tentar manter Pelé na seleção, ele invocou um decreto-lei de número 5.199 que lhe outorgava o direito de “requisitar qualquer jogador” sujeito a “ser suspenso e sofrer outras punições legais, dentro da legislação” em caso de recusa. “O Pelé peitou o Havelange nessa ocasião e em outras. Ele chegou às últimas consequências dizendo que se fosse pressionado, encerrava a carreira no futebol. O Estadão foi o principal jornal que saiu em defesa da decisão de Pelé”, lembrou Florenzano.

PRESSÃO MILITAR

No dia 10 de julho, véspera do primeiro jogo de despedida, o jornal publicou um editorial com o título: “Episódio esportivo passa a ser político”. O primeiro parágrafo: “O inábil e irritado recuo do governo, cancelando as homenagens oficiais na despedida de Pelé da seleção brasileira imprimiu um colorido político a um episódio que deveria esgotar-se no plano esportivo, e criou para o esquema publicitário governamental uma situação que não pode deixar de ser reconhecida como altamente desconfortável.”

Foram dois jogos de despedida. O primeiro em 11 de julho de 1971, no Morumbi, contra a Áustria. Havia mais de 110 mil torcedores gritando “fica”. Pelé marcou o gol do Brasil no empate por 1 a 1, seu último gol pela seleção brasileira. Sete dias depois houve o duelo com a Iugoslávia no Maracanã, com 140 mil torcedores clamando “fica”, que terminou no empate por 2 a 2.

A pressão não parou por aí. Em janeiro de 1972, o Estadão destacou: “Pelé não aceitou, ontem à tarde em Brasília, o último e mais importante apelo de quantos lhe foram feitos para voltar à seleção brasileira e participar da Minicopa: do presidente Garrastazu Médici, que o apresentou ‘na condição de representante da torcida brasileira’, durante audiência concedida no Palácio do Planalto ao jogador e à diretoria do Santos Futebol Clube.”

O “não” foi um golpe também em Havelange, que tentava organizar um torneio com as principais seleções do mundo em 1972. Era parte de sua campanha para assumir a presidência da Fifa, que viria a ser bem-sucedida. Mas o torneio não foi. Além de Pelé, Alemanha, Itália e Inglaterra também não quiseram participar.

RACISMO

A pressão em cima do Rei do Futebol continuava sem dar trégua. Parte da opinião pública tomou as dores do governo militar e passou a tentar apresentar Pelé como uma pessoa gananciosa, que havia deixado a seleção para ganhar dinheiro. Pelé, obviamente, era bastante requisitado para comerciais e filmes.

O jornal Cidade de Santos publicou uma série de charges contra Pelé, assinadas por J.C. Lôbo, algumas preconceituosas, apresentando o Rei do Futebol como vendedor de refrigerante no estádio, por exemplo. “Foram muitas charges e comentários racistas. O Pelé querer contribuir para a sociedade como empresário, no fundo, a interpretação é essa: o lugar do Pelé é no campo jogando bola, uma maneira de designar o lugar do negro na sociedade”, opinou Florenzano.

Em fevereiro de 1974, a Copa do Mundo se aproximando, Pelé enviou carta ao então editor de Esportes do Estadão, Luís Carlos Ramos, para reafirmar que não voltaria a vestir a camisa do Brasil. “Finalmente alguém conseguiu sintetizar em um só artigo toda a minha consciente decisão de não mais jogar pela seleção brasileira e os problemas que com ela estão criando, tentando, através de motivações absurdas, jogar a opinião pública contra a minha pessoa”, escreveu Pelé.

Dois dias depois, Florenzano recorda que Pelé recebeu uma carta de João Havelange pedindo mais uma vez que repensasse. “Minha esperança cresce ao recordar suas provas de amor, como cidadão e tricampeão mundial de futebol, aos anseios em que palpita a presença do Brasil”, escreveu o mandatário. Pelé rebateu com agradecimentos: “É chegado o momento de mostrar aos brasileiros que posso ser útil ao País em outros campos de atividades, com a mesma dedicação, honestidade e motivação com que sempre defendi a nossa Seleção. Contando com a compreensão de V.Sas., cordialmente.”

Os militares ainda não se deram por satisfeitos. Em abril, Pelé foi recebido por dois ministros em Brasília e precisou manter mais uma vez a decisão. O Estadão conta que na ocasião o Rei do Futebol chegou a comentar com amigos que cogitava antecipar sua aposentadoria em abril e não em outubro, como previa. Quando notaram que não teria como fazê-lo participar da Copa da Alemanha, em 1974, Pelé se tornou para muitos um inimigo do Brasil. Durante os jogos do Mundial, motivados também pelas fracas atuações da equipe nacional, familiares de Pelé em Santos chegaram a ser ameaçados.

Pouco depois da viagem de Pelé para Europa, onde estava assistindo a Copa do Mundo, uma nova ameaça contra o jogador começou a surgir nos comentários que se ouviam pelas ruas de Santos: caso o Brasil perdesse os primeiros jogos e saísse do campeonato, a sua casa no canal 6, bairro da Ponta da Praia, seria apedrejada. Pelé não se rendeu.


Homenagem da cidade do RIO DE JANEIRO ao Rei do Futebol mundial
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CHICO BUARQUE E PELÉ

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"Eu acho que o Brasil tem pouca representatividade negra no congresso. Por felicidade, por respeito ou por tudo o que eu fiz, eu sou um dos negros que têm um cargo alto no governo. Eu acho que eu sou um grande exemplo. Acho que o negro tem que se unir e tem que votar em negro para termos mais representatividade no governo."

A fala do parágrafo acima saiu da boca de Pelé, então ministro do Esporte, em entrevista ao apresentador Jô Soares. A entrevista, em 1995, contradiz um dos muitos lugares-comuns sobre o ex-jogador: de que ele evita se posicionar politicamente.

O jornalista esportivo Paulo Cesar Vasconcellos, comentarista dos canais SporTV, é enfático ao afirmar que "Pelé sempre foi vítima de racismo".

"Eu sou um negro, um homem negro, que cresceu tendo Pelé como ídolo. Acho que ele teve um papel, se não foi do ponto de vista discursivo, se não foi do ponto de vista oral, foi do ponto de vista corporal extremamente afirmativo para pretos e pretas", disse ele em entrevista ao Brasil de Fato.

Vasconcellos citou outro momento em que o ídolo deixou clara sua postura democrática. Em 1984, ele vestiu camisa da Seleção Brasileira com mensagem de apoio ao movimento "Diretas Já". A imagem estampou a capa da revista Placar, maior publicação esportiva do país na época.

Pelé veste camisa em defesa do movimento "Diretas Já" em foto que estampou a capa da revista Placar em 1984 / Reprodução

Para o jornalista, a foto icônica, tirada pelo fotógrafo Ronaldo Kotscho, é bem menos lembrada do que deveria. Nas últimas semanas, com o ídolo internado para o tratamento de câncer em São Paulo, o clique passou a ser bastante compartilhado nas redes sociais.

Vasconcellos afirma que o craque brasileiro foi cobrado para que tivesse, por exemplo, postura semelhante à do boxeador estadounidense Muhammad Ali, que foi contemporâneo do Pelé e se tornou protagonista da luta antirracista nos Estados Unidos a partir da década de 1960. Ele morreu em 2016.


"O preconceito nos Estados Unidos sempre foi algo muito debatido e muito explícito, e o Brasil sempre foi muito cínico. Então são formações distintas, não cabe comparação entre um e outro", pondera.

Outro especialista no tema, o diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, afirma que Pelé é muito mais criticado que pessoas brancas. Ele cita como exemplo a postura pouco combativa do jogador perante à ditadura militar que governou o país entre 1964 e 1985.

"Parece que a gente sempre olha para uma figura negra e acha que ela tem que ser completa, né? Não basta ter seus talentos na sua área específica. Também precisa ter um posicionamento político, uma índole correta, não pode errar. É muito pesado esse fardo que a gente coloca nas costas das pessoas negras", destaca.

A filha

Um episódio que marcou a vida do ex-jogador, já depois de aposentado, foi a relação com a filha Sandra Regina, que precisou enfrentar uma batalha judicial no início dos anos 1990 para ter o reconhecimento da paternidade. O caso ainda é muito lembrado por críticos de Pelé. Para Carvalho, a questão racial tem um importante componente nessas críticas.

"Eu não vou 'passar pano' para a questão da filha dele, mas a gente vai diminuir o tamanho que o Pelé foi por conta disso? Será que isso é o ponto que não deixa Pelé ser um homem 100% venerado? É algo muito mais racial que de fato o problema que ele teve com a filha", diz. Sandra morreu em 2006, vítima de câncer.

"O Pelé sempre foi vítima de racismo, e tudo o que o Pelé fazia e dizia, por ser ele um homem negro, sempre foi levado num outro sentido, de desqualificação do que ele estava dizendo", complementa Paulo Cesar Vasconcellos.

O jornalista cita, por exemplo, o famoso discurso do jogador instantes após marcar seu gol de número 1.000, em 1969: "Pelo amor de Deus, o povo brasileiro não pode esquecer das crianças, as crianças necessitadas, as casas de caridade. Vamos pensar nisso", afirmou a jornalistas que invadiram o campo.

"Pois bem, aquela afirmação à época só foi ironizada, só foi depreciada. O que nós temos no Brasil de hoje? Os netos daquelas crianças que estavam no sinal, nas ruas, pedindo dinheiro, estão agora pedindo dinheiro. Se tivesse sido pensado e elaborado de outra forma, será que não poderia ter contribuído? Sempre que o Pelé abriu a boca houve uma questão de desqualificar o que ele dizia", afirma.

Mesmo com todo o sucesso dentro de campo - fez mais de 1.200 gols na carreira, conquistou três Copas do Mundo e dezenas de títulos com o Santos - Pelé demorou a conquistar aceitação, segundo o jornalista.

"Para muitas pessoas, dentro do modelo do racismo brasileiro, o Pelé deixou de ser um homem negro para ser 'O Pelé'. Ele não era um homem negro, ele era 'O Pelé'. E com isso ele foi sendo aceito por que não havia como não aceitá-lo", avalia Vasconcellos.

Marcelo Carvalho concorda, e lembra que até atingir o status de maior jogador da história do futebol, o ex-jogador foi chamado por diversos apelidos que remetiam à cor da pele. Porém, mesmo após ser eleito o Atleta do Século por jornalistas de todo o mundo, ainda carece de reconhecimento dentro do próprio país.

"Agora a gente viu isso na Copa do Mundo: o quanto os outros países veneram seus jogadores, seus ídolos. E quanto o Brasil não faz isso. Basta ver, por exemplo, o tanto de bandeirão que tinha da Argentina, dos torcedores levando Diego Maradona para o estádio, e colocando Messi no mesmo patamar, e a gente nunca viu algo nem perto disso com o Pelé", aponta.

Para o diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial, Pelé é mais reconhecido no exterior que no Brasil, e de tempos em tempos são lançados novos nomes que, quem sabe, poderão desbancá-lo no futebol do país - como Zico, Ronaldo, Ronaldinho. Nenhum deles conseguiu, e é provável que nenhum consiga.

"A cada vez que esses outros jogadores aparecem, e não conseguem chegar nesse tamanho que o Pelé foi, a gente vai reconhecendo que ele é acima de todos esses. Ninguém chegou perto do Pelé, olhando para o futebol brasileiro. E aí que eu acho que a gente não dá o devido valor. O brasileiro não dá o devido valor para o Pelé", conclui.

Edição: Rodrigo Durão Coelho
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