VEM AÍ O AGRODÓLAR
No mundo todo, o agronegócio não passa de uma roleta de apostas do sistema financeiro, e, assim como no Brasil, o é na Argentina.
Confira:
"O mercado assume o lançamento do novo Soy Dollar em julho
É que a seca veio complicar todos os planos do Governo neste 2023 e por isso a especulação é que após a revisão das metas de junho com o FMI, algum tipo de ferramenta terá que ser utilizada.
Embora se saiba que a seca continua reduzindo a projeção da safra de soja e a liquidação das moedas para o primeiro bimestre do ano seria a menor desde 2007, o mercado futuro de grãos local já assume que em julho próximo o governo lançar uma nova edição do Soy Dollar ou outro mecanismo para acelerar a entrada de novos dólares. Isso fica evidente nos valores ofertados para o contrato de julho, que estão em torno de US$ 403 a tonelada, enquanto para maio deste ano o preço ofertado é de US$ 376 a tonelada. Esse prêmio de preço de US$ 27 por tonelada está muito longe da média das últimas cinco campanhas, quando a passagem entre maio e julho ofereceu um diferencial em torno de US$ 4,5 por tonelada.Tradicionalmente, maio é um dos meses mais fortes para a entrada de divisas provenientes da safra de soja, por isso o mercado especula que após a enxurrada de vendas feitas por produtores que precisam financeiramente, para julho aqueles que retêm o grão serão alcançados por algum tipo de mecanismo que o governo lançaria para obter moeda nova. Enquanto isso, o governante está longe de confirmar a implementação de um novo dólar de soja, mas ao mesmo tempo reconhece a necessidade de ter dólares de soja como teve em 2022 e mais ainda tendo em conta que a colheita de 2023 seria uma das a mais baixa dos últimos 15 anos.
Paralelamente, a soja disponível na safra passada também está valorizando o mercado local. A oleaginosa foi cotada ontem no mercado rosário a US$ 455 a tonelada, um valor impensável para esta época do ano, mas que é validado pelas fábricas de moagem dadas as poucas vendas que os produtores estão realizando . Segundo estatísticas oficiais, até agora restam cerca de 7,7 milhões de toneladas do ciclo passado para serem vendidas e apenas cerca de 70 mil toneladas foram movimentadas na semana passada.
Daqui para frente, a projeção de receita em moeda estrangeira para este 2023 com as exportações agrícolas é de US$ 47 bilhões, o que representa um recuo de mais de US$ 13 bilhões em relação ao ano passado. Espera-se uma queda mais do que considerável não apenas em exportadores complexos como soja e milho, mas também em carne bovina e no setor de lácteos. É que a seca veio complicar todos os planos do Governo neste 2023 e por isso a especulação é que após a revisão das metas de junho com o FMI, algum tipo de ferramenta terá que ser utilizada para validar uma grande receita de moeda estrangeira no segundo semestre do ano.
Outra questão fundamental é que no próximo mês de agosto acontecerá o PASO e tradicionalmente os produtores esperam conhecer os rumos econômicos e políticos do país para não só realizar a venda do grão, mas também planejar a próxima campanha agrícola. Pensando nisso, a equipe econômica comandada por Sergio Massa buscaria superar esse possível patamar com o relançamento de um novo dólar soja ou algum outro mecanismo. De qualquer forma, o mercado já está confirmando e isso está sendo refletido nas lousas."
FONTE
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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho