O AGRO É OGRO
SP
A Concepção do Agronegócio Brasileiro, Atrapalha o Capitalismo Nacional
A postura de grande parte do agronegócio brasileiro, nos recorda os velhos tempos na história, onde uma "elite" agrária, para não dizer, feudal, difamava o Barão de Mauá, por este utilizar o trabalho livre e não escravo.
Para essa "elite" retrógrada, as indústrias de Mauá estimulavam a libertação dos escravos. Tinha ele, uma ideia tão avançada para a época, que até os ministérios do Império, sabotaram em muito seus empreendimentos, e sem nenhum peso de consciência.
Esse grave equívoco da atrasada elite agrária do século XIX, ainda parece ser um valor cultural para um segmento considerável do agronegócio atual, tão bem revelado em algumas posições políticas particulares, e especialmente, na representação do Congresso Nacional.
Ao contrário do que insistentemente afirmam como repeteco de papagaio, não somos nós da esquerda política, que impedimos ou atrasamos o desenvolvimento do capitalismo brasileiro, isso porque, sabemos bem que a realidade histórica, ao menos, até certo ponto, se impõe sobre o nosso pensamento e vontade, e mesmo que desejássemos, não seria possível.
Vemos assim, em meio a essa direita tradicional, uma certa desconexão do espírito empreendedor, fazendo eles, discurso de capitalismo desenvolvido, porém, sempre se associando politicamente na prática, com o segmento da terra plana, do garimpo e do madeireiro ilegal.
Parte dessa direita tradicional e oportunista, amenizou, na forma de silêncio e omissão, a negação sobre a periculosidade da COVID e sabotagem as vacinas, feitas pelos aliados fundamentalistas na presidência sob Bolsonaro, ou seja, agiram em cumplicidade com o sofrimento e morte de muitos.
Falsos liberais que acusam a esquerda de atrapalhar o capitalismo, sendo que eles mesmos, são os verdadeiros obstáculos ao desenvolvimento, ao abraçarem um modo de produção em condições precárias, e muitas vezes crítica.
E daí? E daí, é que para se aproveitarem da onda eleitoral bolsonarista, jogam um vale tudo, na expectativa de que amanhã, venham a substituir o capitão na vanguarda do poder, não importando se o governo venha a ter a cara ou postura pré-fascista.
Desse modo, o desenvolvimento do capitalismo brasileiro permanece limitado ao "Agro que se diz Tech". Algo que nunca foi, visto que, as máquinas e tecnologias para grande parte dessa gente, ocorre somente nos limites do interesse direto no campo, convivendo de forma "natural" com a concepção de mão obra escrava, de trabalho "livre" desregulamentado, e com práticas de perseguição étnica e de crime ambiental. Capitalismo avançado onde? Conta outra!
Maria da Conceição Tavares (vídeo) sempre teve razão, ao nos ensinar sobre o desenvolvimento capitalista brasileiro aos solavancos, misturando a estrutura feudal com escravidão e capitalismo. Um processo sempre baseado na paulada, uma punição a quem se atrasa para a modernidade.
Daí partem para a covarde justificativa: é o trabalhador brasileiro que não tem qualificação.
Falta mesmo qualificação ao povo? Embora isso seja uma realidade, não é o fator determinante do atraso econômico, sendo esse, a escolha política proposital de uma suposta "elite governamental" ao longo dos séculos, pelo latifúndio e escravidão, hoje, disfarçado de modernidade (Agro Pop).
Deduzimos, portanto, que do mesmo modo como as indústrias de Mauá arrancaram gente da exploração agrária, os programas sociais modernos, impediram a desumanização profunda da pessoa, razão pelo qual, a falsa elite odeia essas políticas.
A verdade é que o capitalismo nascente brasileiro, sem experiência com o trabalho livre, e sem escapar a força da cultura empreendedora local agrária e atrasada, reproduziria tempos depois dos ciclos do açúcar, ouro, café e algodão, a desumanização escravocrata em novos moldes, agora industriais.
Todavia, é certo que o imigrante europeu já conhecia essa realidade, e sabia bem como lutar frente à ela.
Nesse caso, não nos surpreende que até os países da Europa, que se modernizaram através das lutas anarquistas e comunistas no campo do trabalho, ameaçaram o Brasil no sentido de interromper a política de imigração, caso as más condições laborais na indústria brasileira, não se adequasse a um padrão mínimo de dignidade.
Não foi um processo fácil e rápido, e a CLT só viria se consolidar, de fato, mais de 50 anos após a proclamação da república.
Esse é o triste atraso, em que parte significativa do agronegócio deseja nos manter.
Viajados que são, deveriam conhecer um pouco de história, e não só fazer turismo. Aí saberiam que muitas bandeiras do MST, convergem na verdade, com aquilo que a elite do norte dos EUA impôs ao Sul, salvando a economia nacional, ou seja, a democratização da propriedade. E lá não se deu pela força dos movimentos sociais, mas por fatídica guerra civil (Secessão). Aqui, do que reclamam? De violência? Não sabem o que estão dizendo.
Um abraço fraterno Camaradas
Bernardino Brito
COMENTÁRIO
Carlos Eduardo Pestana Magalhaes.SP
É preciso entender de uma vez por todas que a cena dantesca de dois soldados profissionais da PM (Prontos pra Matar) paulista, corporação travestida de polícia, carregando um ser humano negro, pobre, amarrado pelos pés e pelas mãos, como se fossem um saco de bosta ou um escravo recapturado, não tem nada de novo e nem é coisa nova.
Soldados profissionais da PM fazem coisas muito pior todos os dias nas ruas, nas avenidas das quebradas da capital e de todas cidades do Estado de São Paulo. Essa corporação militar assassina é adestrada para fazer exatamente o que fazem, não são atos isolados e nem executados por psicopatas ou sociopatas. São seres que um dia foram humanos, mas que deixaram de ser após serem destruídos nas suas humanidades quando receberam o treinamento/adestramento para combater, matar, torturar, roubar, extorquir. Não são trabalhadores, são soldados...
Fazem tudo isso sem piscar e nem ter dó. Não sentem pena de ninguém, sabem da impunidade que possuem, que as autoridades, comandos, políticos, empresários, banqueiros, OGROnegócio farão de tudo para protegê-los. Tanto assim que, quem foi punido nesta torpe situação numa delegacia, foi quem gravou a cena toda. Este sim, foi preso, ameaçado, ficou horas numa delegacia para explicar ao delegado como teve a audácia de gravar a cena depravada e chocante do saco humano sendo levado por ter roubado chocolate num mercado.
E nada acontece aos responsáveis, ao governador Turista de Freitas, aquele mesmo militar que esteve no Haiti durante as matanças que aconteceram nas favelas da ilha caribenha. Soldado profissional não é gente, não são seres humanos, não são negros, nem brancos, orientais, marcianos, são apenas soldados aptos e preparados para fazerem tudo que de pior existe contra seres humanos.
Violência, crueldade, tortura, assassinato, desaparecimento dos corpos, execuções sumárias, são verdadeiros assassinos de uniformes mercenários prontos para qualquer matança que o Estado e o Capital decidam fazer. E fazem com sorriso no rosto. Eles aprenderam a gostar de tudo isso. E gostam...
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho