quinta-feira, 7 de setembro de 2023

OPERAÇÃO ERAHA TAPIRO * (Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT)

OPERAÇÃO ERAHA TAPIRO

Brasil lança maior operação de todos os tempos contra fazendas ilegais de gado na Amazônia.

A Operação Eraha Tapiro está removendo milhares de vacas em um esforço para restaurar o controle estatal sobre a Terra Indígena Ituna-Itatá.

Força-tarefa está implantada para retirar milhares de vacas de grileiros de território indígena.

O governo brasileiro lançou sua maior operação de todos os tempos para remover milhares de vacas pertencentes a grileiros ilegais de territórios indígenas na floresta amazônica.

Três helicópteros, uma dúzia de veículos e um corpo fortemente armado de policiais e guardas ambientais realizam a movimentação de gado, que gangues criminosas tentaram bloquear incendiando a rota, destruindo pontes e intimidando motoristas.

A Operação Eraha Tapiro (“Remoção de Bois” na língua dos povos indígenas Assurini) visa restaurar o controle estatal sobre a Terra Indígena Ituna-Itatá, que sofreu alguns dos piores desmatamentos e invasões na Amazônia durante a presidência anterior do ex presidente extrema direita pro-USA Jair Bolsonaro.

Desde a mudança de poder no início deste ano, o presidente Socialista, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu conter o crime ambiental, deter a expansão da fronteira agrícola e visar o desmatamento zero até 2030.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lançou uma série de operações para expulsar garimpeiros e pecuaristas ilegais do território indígena e de outras terras públicas que estão sob a proteção do Estado.

O comandante da operação, Givanildo Lima, que é agente do principal órgão de proteção ambiental do governo, o Ibama, disse que esta foi uma operação politicamente simbólica na linha de frente do crime ambiental no estado amazônico do Pará.

A operação está sendo realizada por dezenas de veículos e agentes governamentais armados.

“O desmatamento de Ituna-Itatá foi planejado e executado por uma quadrilha que tinha grande poder político. O sucesso dessa operação demonstra nossa capacidade de combater o crime na Amazônia, que está cada vez mais organizado”, afirmou.

Uma coalizão de agências federais esteve envolvida, incluindo o Ibama, a polícia federal, a polícia de trânsito, a agência de assuntos indígenas e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Um estudo governamental de 2011 deu um passo para demarcar formalmente o Território Indígena Ituna-Itatá, uma área de 142 mil hectares, aproximadamente o tamanho da Grande Londres, que abrigava uma comunidade isolada, o Igarapé Ipiaçava. Uma vez iniciado esse processo, o estado proíbe a entrada de não indígenas na área.

Para desafiar isso e enfraquecer a aplicação, grileiros locais – conhecidos como grileiros – começaram a invadir a área, queimando a floresta e enchendo a terra com vacas. Isso se acelerou tanto durante a presidência de Bolsonaro que Ituna-Itatá foi a área indígena mais desmatada de toda a Amazônia em 2019.

Autoridades do Ibama disseram que a fazenda Rocha, onde começou a operação, é de propriedade de um homem chamado Danilo José Barros Rocha, que tem casas em Marabá e Altamira, as duas maiores cidades da região. Segundo registros da Adepará, Rocha possui apenas 70 animais.

No entanto, os fiscais encontraram 400 bovinos na área de 800 hectares (330 hectares desmatados) que ele assumiu ilegalmente e registrou no Cadastro Ambiental Rural.

Ele foi informado de que sua reivindicação era ilegal e recebeu ordem de remover o gado no ano passado. Se ele não obedecer, seu rebanho será removido e ele será multado em 500 mil reais (£ 80 mil).

Penalidades semelhantes estão sendo aplicadas a outros grileiros na região, cujas lucrativas fazendas ilegais cobrem vastas extensões do território indígena.

Assim que a operação do Ibama começou, na semana passada, a notícia se espalhou rapidamente em grupos grileiros de WhatsApp na vila de Vila Mocotó, município de Coronel José Porfírio.

A vila, que fica a apenas 30 km de Ituna-Itatá, é um punhado de ruas de terra batida com algumas dezenas de casas, a maioria muito simples e construídas em madeira.

Estas são as casas das pessoas que cuidam do gado em nome dos ricos grileiros, que controlam a política local e têm forte influência no congresso nacional.

Os criminosos têm tentado impedir a retirada dos rebanhos provocando incêndios ao longo do percurso.

Entre seus mais fervorosos apoiadores dos invasores, está o senador Zequinha Marinho, aliado de Bolsonaro e pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus, que enviou uma carta no ano passado ao governo descrevendo os agentes ambientais da região de Ituna-Itatá como “bandidos e canalhas” e negando a existência de que houvesse qualquer povos indígenas isolados na área, apesar das evidências em contrário de antropólogos, colonos e outros grupos indígenas.

Em nota ao Guardian, seu gabinete reafirmou que Ituna-Itatá não era uma terra indígena e disse: “O senador Zequinha Marinho defende e continuará defendendo os direitos das famílias de agricultores que vivem há décadas na área conhecida como Ituna-Itatá e áreas adjacentes.”

O comandante da operação disse que o confisco do gado enfraqueceria o poder económico dos grileiros, o que, por sua vez, esgotaria a sua influência política.

“A principal causa do desmatamento nesta região sempre foi a pecuária. Então, apenas apreender os rebanhos, causando prejuízo financeiro aos invasores, pode resolver o problema”, disse Lima.

No entanto, o cumprimento é fraco e muitos grileiros ficam impunes se ignorarem as multas ambientais.

À medida que passava o comboio de carros e caminhões da operação, moradores da Vila Mocotó se aglomeravam nas portas para observar os agentes federais que ameaçavam seus meios de subsistência. Não houve resistência armada, mas tentaram outras formas de impedir a retirada dos rebanhos.

Incêndios foram iniciados em vários pontos ao longo do percurso para assustar as vacas. Uma ponte de madeira foi destruída por incêndio criminoso. Outro foi cortado em pedaços com motosserras. A maioria dos motoristas dos caminhões de gado ficou assustada.

Os agentes federais reconstruíram as pontes e conseguiram garantir que as primeiras vacas fossem transportadas à meia-noite através do rio Xingu para abate em Altamira.

A sua carne será doada a programas sociais.

O Ibama estima que levará semanas para que as 5 mil vacas restantes sejam retiradas da terra indígena.

MUITO MAIS AMAZÔNIA
//.

2 comentários:

  1. Nossos índios se ligam na premissa
    de autênticos filhos desta terra
    como tal não merecem tanta guerra
    com grileiros arautos da cobiça
    dos que julgam esperam só  justiça
    pra punir quem invade e causa mal
    que o índio receba todo aval
    que se prendam grileiros invasores
    afastando da terra os opressores
    pondo um fim neste marco temporal.

    Natureza  já sangra despejando
    grandes chuvas com fortes correntezas
    ventanias trazendo incertezas
    pras  cidades que vão se inundando
    e os buracos estão se alastrando
    na camada de ozônio  que perece
    e no câncer de pele que aparece
    traz  na marca a revolta da natura
    as florestas queimando em amargura
    e no mundo o calor não arrefece

    o pulmão dessa terra devastada
    garimpeiros posseiros invasores
    na Amazônia tornando se senhores
    vão Queimando e deixando abandonada
    cada palmo de terra avermelhada
    natureza e seu choro visceral
    o oceano profundo e abissal
    traz na água um odor fétido espúrio
    pelos  rios um leito de mercúrio
    dizem não para o marco temporal.

    Chico Fábio
    Fortaleza Ce

























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    1. O Marco Temporal é tão absurdo quanto um projeto de lei para que as fronteiras do municípios e dos bairros voltassem a ser como eram quando a constituição de 1988 foi aprovada.

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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho