BRASIL RUMO AO ANTIIMPERIALISMO
DEMOCRACIA, SOBERANIA E UNIÃO!
POR UMA NOVA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL!
O fato da Independência do Brasil ter sido proclamada por um imperador que era filho do rei de Portugal não diminui a importância desse acontecimento histórico, que marca a constituição do Brasil como país autônomo. Assim como não dá para ignorar que a transferência da corte portuguesa para cá, alguns anos antes, fugindo da ameaça de invasão de Portugal por Napoleão, impulsionou o nosso desenvolvimento.
No entanto, a conquista da independência do Brasil é um processo que veio de muito tempo antes do dia 07 de Setembro de 1822 e que ultrapassa essa data. Permanece como causa atual e necessária até hoje. E o povo sempre tomou parte nessa luta. Levantou-se em revoltas e revoluções, afogadas em sangue, é verdade, mas que contribuíram para formar o Brasil.
A autonomia da nação para conduzir o seu próprio destino e para se relacionar com altivez perante o mundo está ainda incompleta. A obtenção da independência política não eliminou o atraso, o autoritarismo, a superexploração dos trabalhadores, a pobreza, a miséria, o racismo e a dependência econômica.
As classes dominantes locais, salvo raras exceções, padece de entreguismo atávico. Impede o Brasil de realizar suas potencialidades e se tornar uma nação forte. Condena o Brasil a ser eternamente um país de desenvolvimento complementar e subordinado a algum império conforme a época histórica.
Toda vez que, de forma mais decidida ou contida, ainda que bastante limitada, o Brasil busca se desenvolver com autonomia, esses períodos são entrecortados por tentativas de rupturas institucionais e golpes. De Getúlio a Lula, passando por Jango, JK e Dilma, foi isso que aconteceu.
Da deposição de Dilma (2016) até a eleição de Lula (2022) vivemos um estado de golpe continuado, com a marca da subordinação ao império estadunidense, que, aliás, por meio de uma classe dominante local colonizada e de agentes cooptados daqui, deu as cartas por aqui, seja sob Obama, seja sob Trump.
Com a democracia rompida, o país caiu nas mãos dos agentes da oligarquia financeira parasitária, interna e forânea. O resultado foi o aprofundamento da dependência, crise, a deterioração das condições de vida do povo e o extermínio de direitos.
O racismo, misoginia e fascismo escalaram até cairmos nas garras dos chacais neonazistas, não menos entreguistas. Sob uma pandemia, vivemos o horror da política de morte em massa, o agravamento da crise e a ameaça de morte da democracia. Terra arrasada.
Saímos da tragédia e da ameaça de "golpe no golpe" com a épica vitória popular, graças à frente ampla democrática, elegendo Lula presidente. Derrotamos o fascismo e encerramos o estado de golpe iniciado em 2016. O Brasil respira novos ares neste 7 de Setembro, mas não são os poucos os desafios.
Lutar pelo êxito do governo Lula na afirmação da democracia, na inserção soberana do Brasil no mundo, na retomada do desenvolvimento e na melhoria da vida das pessoas é essencial para evitar novos retrocessos e para nos impulsionar a percorrer o longo caminho que temos pela frente.
Não basta a autonomia política, tampouco a democracia formal, jurídica, sem democracia social substancial. O Brasil precisa de desenvolvimento autônomo capaz de garantir robustez econômica, soberania científica e tecnológica e bem-estar para os brasileiros. Precisa de autêntica independência nacional.
Mario Fonseca/MS
INDEPENDÊNCIA
A Independência que precisamos conquistar!
Neste 7 de setembro podemos comemorar, pela primeira vez, a verdadeira independência do Brasil!
O 7 de setembro de 1822 não foi a verdadeira Independência do Brasil.
Naquela data, não rompemos com o colonialismo.
Trocamos, apenas, de metrópole, Lisboa por Londres.
Não houve o rompimento necessário.
A palavra chave, aqui, é ROMPIMENTO.
Não fizemos a nossa revolução nacional.
E não construímos o Estado nação, etapa necessária para consolidação da Independência e soberania nacional.
Nação é povo. Só com o rompimento com o império colonial funda-se a nação.
Vivemos ou sobrevivemos até hoje na situação de colonização continuada.
Situação absurda, mas verdadeira!
Quando a família real fugiu de Portugal para o Brasil, ameaçada pelas tropas de Napoleão, veio transportada pela esquadra de Sua Majestade britânica.
Mas o que não se diz é que a esquadra britânica tinha dupla função: trazer a família real portuguesa e tomar posse da colônia.
É preciso deixar claro que Portugal era conhecido em toda a Europa como uma colônia da Inglaterra.
“Portugal era considerado como uma espécie sui generis de colônia inglesa, e a esquadra britânica garantia as palavras de seus estadistas.”
Mais adiante: “... A ideia da dependência, da situação colonial de Portugal em relação à Inglaterra, aparecia por toda parte.”
E a seguir: “Se é assim, o Brasil seria colônia de uma colônia, ou melhor, colônia formal de uma colônia informal da Grã-Bretanha. Mas se Portugal dependia do Brasil, o que era politicamente?”
No caso, o Brasil era colônia de uma colônia.
Alguns autores chamam isto de dupla dependência.
Mas concluindo, quem é colônia de uma colônia de um império, é colônia do império.
E portanto, o Brasil era, de fato, colônia da Inglaterra.
E nós, brasileiros, éramos súditos de Sua Majestade britânica.
Para os conformistas e alienados temos uma independência relativa.
Para eles, temos uma meia independência, uma soberania relativa.
Mas o que é isto?! Meia independência, meia soberania?!
Durou mais de um século o Império britânico, o “Império onde o sol nunca se punha!” Proclamavam os ingleses orgulhosamente.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, o Império britânico soçobrou.
E foi substituído pelo todo poderoso Império ianque.
E o Brasil caiu na órbita do novo Império mundial.
Trocamos de metrópole e de nome.
Londres por Washington, a nova metrópole.
Passamos a ser Brazil com “Z”, colônia do Império ianque.
O mais terrível de todos os impérios que o mundo já viu.
Império político, econômico e ideológico.
Promotor, fundador e defensor das piores ditaduras que o mundo já conheceu.
Isto porém é o que interessa e satisfaz à nossa classe dominante, constituída por velhacos e trapaceiros!
A classe dominante brasileira é uma das piores e a mais perversa de todo o mundo!
Foi ela que pariu o nazifascismo atual.
A história desta independência relativa é uma farsa!
A conversa do desquite amigável entre Portugal e o Brasil.
É uma mentira que tenta se impor como verdade!
É o caso da mentira que, se for repetida mil vezes, transforma-se em uma verdade!
Houve luta. E muita luta. Muito sangue derramado!
Mas não houve revolução.
A contra-revolução venceu a parada. Desgraçadamente!
Foram cerca de três anos de uma guerra sangrenta e cruel!
O número de levantes populares sangrentos é incontável.
De um lado da luta, estava José Bonifácio, que lutava pela Independência e soberania do Brasil.
José Bonifácio tinha um projeto revolucionário e queria o rompimento com Portugal.
O projeto de José Bonifácio compreendia o rompimento com Portugal, a revolução.
Defendia a reforma agrária e o fim da escravidão.
E do outro lado estava Pedro I, que queria uma independência de faz de conta.
O 7 de setembro foi um arranjo da diplomacia anglo-lusitana.
Para esconder a farsa da independência ou morte!
O grito do Ipiranga, seria uma farsa se não fosse uma tragédia!
A “independência” do Príncipe português, Pedro I, foi a vitória da contra-revolução.
Uma “independência” a serviço dos interesses de Portugal.
Com um exército de generais portugueses.
Mas isto tudo é passado!
Pois as transformações que estão acontecendo, no Brasil e no mundo atual, hoje 2023, apontam para um novo horizonte!
A grande velocidade dos fatos e acontecimentos surpreende e assusta os partidários da velha ordem.
Mas não só a eles, aos partidários do atraso, a realidade surpreende!
Mesmos aqueles bem-intencionados, os democratas, partidários do rompimento com o atraso, são surpreendidos pela realidade.
O velho Brasil de ontem está sendo rapidamente atirado na lata de lixo da História!
O Brazil com “Z”, colônia do Império ianque, tenta cortar as amarras que o prendem ao velho sistema de colonização continuada.
No antigo sistema a política externa da colônia Brazil era ditada pelo Departamento de Estado ianque.
A nossa política econômica, de ocupação e rapina colonial, era ditada pelos interesses do Tio Sam.
Hoje temos um governo que defende uma nova ordem mundial.
Com uma política externa independente.
Que busca a paz e o progresso entre os países e povos.
Esta é a Independência que precisávamos conquistar!
Os BRICS estão traçando um novo caminho para a economia mundial.
Mas ainda temos muita estrada a percorrer, ninguém se engane!
Ainda teremos muita luta!
Sem dúvidas, não iremos sempre navegar em um mar de rosas!
O inimigo da liberdade, da paz e da democracia, o fascismo está vivo!
O nosso inimigo não dorme!
O terrorismo do 8 de janeiro está vivo!
E. Precílio Cavalcante.
Capitão de mar e guerra ref. do Corpo de Fuzileiros Navais.
Pesquisador da História militar.
Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2023.
VIVA A INDEPENDÊNCIA, A LIBERDADE E A SOBERANIA NACIONAL!!!
Carta Testamento
Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa.
Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte.
Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.
Getúlio Vargas
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