O Pedestal do Neoliberalismo e a América Latina
Líderes políticos como Putin (Rússia), Xi Jinping (China), Maduro (Venezuela), Miguel Diáz (Cuba) e Lula (Brasil), entre outros que buscam alternativas diferentes ao neoliberalismo implantado (imposto) mundialmente,
são demonizados pela mídia global (controlada pelo sistema financeiro).
No pedestal do mercado, no entanto, estão os EUA, Europa Ocidental, Japão e Israel como modelos a serem seguidos e idolatrados.
A defesa midiática do capitalismo em seu modo neoliberal, pode insistir à vontade na mentira, mas para qualquer observador atento e estudioso, a realidade se apresenta de forma bem diferente, para não dizer, contrária.
O relatório recente da Oxfam sobre a desigualdade na América Latina e Caribe, por exemplo, demonstra claramente o quanto os líderes populares de esquerda estão corretos em perseguir um modelo diferente e alternativo ao neoliberalismo.
Não se trata de uma utopia ideológica como constantemente os opositores rotulam de "comunismo", algo que, segundo eles, não teria dado certo na história, mas sim, de entender perfeitamente os danos que o neoliberalismo provocou e provoca a vida da humanidade com sua agressividade.
Também não são só os líderes de esquerda que possuem tal consciência, países capitalistas como a Coreia do Sul e a Índia tiveram excelentes resultados de crescimento nas últimas duas décadas, em função do abandono ao modelo neoliberal, permitindo assim, que um projeto de desenvolvimento nacional fosse construído.
Aliás, a Índia possui a segunda maior população do mundo, e vive sob um sistema social complicado de castas, o que atrapalha a distribuição das riquezas. Porém, devemos aceitar que eles produziram muitas riquezas nos últimos tempos, fruto da rejeição ao neoliberalismo.
O Brasil na década de 1980, por exemplo, importava 50% de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) destinado à produção de medicamentos diversos, e produzia outros 50%. Hoje, 95% desses insumos vêm da Índia e China, visto que desindustrializamos e perdemos o know-how.
Bem, vamos voltar à questão da Oxfam sobre o triste resultado produzido pelo neoliberalismo na América Latina e Caribe.
A afirmação principal aqui é: o capitalismo nunca concentrou tanta renda como atualmente, formando poucos bilionários pelo mundo, enquanto na outra ponta, foi explodindo o número de pobres e miseráveis.
Possamos conhecer os dados da América Latina e Caribe pela Oxfam:
- 1% da população da região detém 44 dólares de cada 100 dólares de renda.
- A metade da população (50%) detém apenas 0,8 dólares de cada 100 dólares de renda.
- Isso significa que o 1% mais, detém 55 vezes mais renda que a metade (50%) da população na região.
- Esses 50% da população mais pobre, representam em torno de 334 milhões de pessoas, que somadas, como vimos, não alcançam 1% da renda total. Por outro lado, 98 pessoas na América Latina e Caribe possuem uma riqueza da ordem de 480,8 bilhões de dólares. Isso representa a riqueza (PIB) do Chile somada a do Equador, segundo o relatório.
- O relatório também estima que um trabalhador com o salário médio da região, teria que trabalhar 90 anos para ganhar o que esses bilionários embolsam em um dia.
- Na região da América Latina e Caribe, 183 milhões de pessoas estão na pobreza (29,1%) e mais 72 milhões na pobreza extrema (11,4%).
Com essa triste realidade que possui sua verdade e trajetória fincada na colonização, escravidão e mecanismo da dívida, qualquer boicote ou bloqueio econômico feito pelas potências capitalistas a esses países da América Latina e Caribe, como é o caso de Cuba e Venezuela, causa um estrago gigantesco.
Então, possamos refletir:
Constitui referência democrática os países que tentam submeter outras nações à condição de fome, a fim de lhes obedecerem de forma política e econômica? Certamente, não!
Finalizando, os números apresentados falam por si, e lamentavelmente, ainda tem gente querendo justificar tal desigualdade e injustiça, se valendo, inclusive, do nome de Deus e da religião.
Ora! Tenham um mínimo de ética e caráter!
Paz e bem a todos.
Bernardino Brito.SP
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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho