PROJETO MILITAR-FASCISTA DE CONQUISTA DO PODER NO BRASIL
O projeto de conquista do estado brasileiro pela direita fascista, segue historicamente uma lógica e protocolos estritamente militares. Sempre foi assim e continua sendo apesar das aparências pretensamente republicanas que o Brasil apresenta. As forças armadas, especialmente o exército, desde a sua criação, a partir da tarefa de capitães do mato/jagunços a serviço da casa grande, latifundiários, oligarquias etc., hoje representados pelo OGROnegócio, na perseguição, na prisão, nas torturas e assassinatos dos escravos que fugiam, passaram a ser o principal vetor na repressão, no controle social e no apoio militar, político e logístico dos governos, desde o império até as três repúblicas que o Brasil teve (primeira de 15 de novembro de 1889, data do primeiro golpe militar no país, até a ditadura de Vargas; do final da segunda guerra, fim do Estado Novo - 1945 - até o golpe civil militar de 1964; e de 1985, final formal da ditadura, até os dias de hoje).
Claro que os militares que sempre desejaram ser poder, estar no governo, influenciar e mandar no país sob a justificativa de atuarem como um poder moderador, algo inexistente em qualquer República, jamais deixaram de lado essa proposta, esse projeto secular. Querem porque querem mandar e terem todos e mais alguns privilégios do mando, por serem governo. Usam e abusam das desculpas esfarrapadas de defenderem o país, a sua gente, a soberania, as fronteiras, de morrerem pela Pátria, pela bandeira e pela Constituição. Pura fanfarronice, encenação de algo que nunca fizeram e que nunca farão. Os brinquedinhos de guerra que possuem, armamentos e equipamentos, de maneira geral importados e de segunda mão, são insuficientes para enfrentar qualquer força armada minimamente equipada.
Só como comparação, a batalha de Stalingrado (1942/1943, durante a segunda guerra mundial), onde milhões de soldados alemães e soviéticos morreram em pouco mais de um ano de conflito, concentrou recursos materiais e humanos que jamais as forças armadas brasileiras conseguiriam ter. A quantidade de gente, equipamentos, armamentos, munição etc. envolvidos e utilizados nesse conflito, que resultou na primeira vitória aliada contra as, até então consideradas invencíveis, forças armadas alemãs, representa uma escala absurda de tudo que se possa imaginar, algo inimaginável para as forças armadas do Brasil.
Isso significa que todo poderio bélico (equipamentos e soldados/oficiais) tem apenas um objetivo: ocupação e controle político militar do Brasil. O País sempre foi uma região invadida, ocupada, controlada e manietada pelas suas próprias forças armadas, como se os milicos fossem uma força militar internacional com o propósito de controlar o país. Essa força militar, armada e equipada para essa função, defende interesses contrários aos da população. É uma força policial que faz qualquer coisa para manter cativos e obedientes a maior parte do povo, especialmente os escravos modernos de todas as cores (pretos, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, gente pobre etc.), grande parte presos nas modernas senzalas, as favelas e periferias.
Modernamente, os milicos não mais se apresentam publicamente como os mandantes ou como faziam antes, como os que prendiam, torturavam, matavam e desapareciam com os corpos dos opositores. Não precisam mais executar essas desagradáveis tarefas que tanto prejuízo trouxe à imagem dos militares, que sempre preservaram uma aparência de serem éticos, responsáveis, honestos, cumpridores das leis, anticorrupção e defensores intransigentes da pátria. O processo de militarização da segurança pública, iniciada em 1967-1968 durante a ditadura de 64, com a criação das PM como braço armado do exército atuando na sociedade, na repressão pretensamente policial, mas totalmente militar, foi se aperfeiçoando ao longo das décadas. Hoje, não só existem as PM, mas também tem a Polícia Civil, cada vez mais militar; a Força Nacional; as GCM militarizadas nos municípios; e agora a Polícia Penal, criação paulista do governador miliciano militar.
O cenário atual é fundamentalmente militar no controle da sociedade. Mesmo os governos ditos progressistas batem na mesma tecla de que a única forma de aumentar a eficiência da segurança pública (sic) é aumentar efetivos, mais equipamentos, mais treinamento/adestramentos dos soldados travestidos de policiais (ver o programa de governo do candidato Boulos a prefeitura de São Paulo, no quesito segurança pública) etc. De concreto, o país vai paulatinamente se transformando numa sociedade militarizada, onde quase tudo tem a ver com militares. Não só na educação pública (projeto de escolas cívico militares é peça fundamental do projeto fascista militar de conquistar corações mentes das pessoas), mas também na forma como os milicos se apresentam às pessoas. Não mais aparecem como os donos do poder, mas ficam na surdina, como eminências pardas, controlando e apontando o que e como fazer. A aparência é de respeito à democracia, se curvam ao poder civil, tecem loas ao judiciário, mas na prática mantém as rédeas do governo em suas mãos.
O destino manifesto dos militares, em especial o exército, sempre foi e continua sendo, serem poder. Um poder moderador que controla e influencia tudo que os governos, principalmente os mais progressistas ou aqueles considerados comunistas (a lógica da guerra fria jamais saiu das mentes distorcidas dos milicos brasileiros), tem que fazer. Defender o Capital, os bancos/sistema financeiro nacional e internacional, os interesses multinacionais, o departamento de estado americano, o OGROnegócio e fundamentalmente a corporação militar para que possam usufruir de ganhos financeiros (altos salários, privilégios de todos os tipos, aposentadorias especiais e integrais, sistema de saúde próprio etc.) tornam de fato os militares brasileiros mercenários por excelência. A diferença é que ganham muito dinheiro para destruir e controlar o próprio país e sua gente.
Qualquer outra coisa é conversa para boi dormir...
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