domingo, 12 de setembro de 2021

Leão reduzido a rato * Poeta Cosme Lopes / RN

 Leão reduzido a rato


O cordel vem ao leitor

Trazendo mais um relato

Dos últimos dias no Brasil

Fica aqui esse extrato

De quem rugiu como leão

Afrontou a Constituição 

Hoje foi ruído de rato


Queria a insurreição 

Mas hoje está bloqueado

Para seus apoiadores

Fez discurso inflamado

Demonstrou-se corajoso

No ato foi criminoso

Agora está acabrunhado


Desafiou a Justiça 

Disse que não obedecia

Mas em oito de setembro

Nele se viu covardia

Pois diante de Moraes

Para não ir aos tribunais

DISSE: "Falei o que não devia"


Hoje ele está assim

Igual a pinto no ovo

Escondido como toupeira

Não imita mais o corvo

Quem se achava gigante

Ficou bem periclitante

Lhe botaram o estorvo 


Pensou que abria a boca

E falava o que queria

Ofendendo autoridades

E a nossa democracia

Defendendo ditadura

Mas acabou a bravura

Hoje o sujeito nem chia


Hoje até seus cupinchas

Lhe chamam cabra de peia

Está igual a avestruz

Com a cabeça na areia

E nem pode reclamar

Pois se besteira falar

Vai direto para a cadeia


O golpe não será dado

Acabou-se o argumento

Até seus apoiadores

Já não tem esse argumento

Pois o povo brasileiro

Que quer o Brasil ordeiro

Somos setenta por cento 


No estado que se encontra

Não pode fazer joguete

Pois o Supremo Tribunal

Manda desce-lhe o cacete

Mesmo que apele a Michael 

E venha pedido em papel

Por carta ofício ou bilhete


Mando um avião da FAB

Para buscar proteção 

Pediu que o Michael Temer

Falasse com o Chandão

Afrontou mas ficou frouxo

De medo até ficou roxo

De ir para uma prisão 


Chamou apoio ao golpe

Em Brasília e na Paulista

O número de apoiadores 

Ficou abaixo da lista

Caiu mesmo do cavalo

Pensava cantar de galo

Mas quebraram-lhe a crista 


A situação está ruim

Indo ao despenhadeiro

Não tem mais apoio do agro

E nem de caminhoneiro

Acabou-se o arrogo

Quando quis demostrar fogo 

Apareceu-lhe um bombeiro


Quem desejar se salvar

Use os membros e corra

A justiça não deixa o Brasil

Se tornar completa zorra

Foi uma grande broxada

Chega de tanta fakeada

Agora acabou "porra"


Poeta cordelista Cosme Lopes

Ceará-Mirim, 10 de setembro de 2021

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Um comentário:

O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho