A mulher negra e a sociedade
Ver um filme que conta muitas coisas horríveis da nossa realidade me faz pensar o quanto a humanidade é cruel. Corina, uma babá quase perfeita retrata as dificuldades de aceitar a perda de alguém, o preconceito e os desafios de ser aceito na sociedade.
Ser uma criança branca e ter um carinho imenso por uma mulher negra era um tanto estranho, para muitos inaceitável. É que a relação entre brancos e negros nunca teve um laço estreitável, primeiro que para muitos o negro nunca deixou de ser um empregado, nos tempos primordiais da história, simples serviçais.
O dono da casa ter uma relação com a babá da sua filha além de ser um escândalo para a família, era para algumas carolas da vizinhança um grande pecado cometido. Como se ser negro não fosse algo de Deus. Mas na verdade, não existe essa de ser negro, nós nascemos negro. Eu poderia até falar um pouco sobre genética, mas acho que não vem ao caso.
Aí temos uma mulher destemida, forte, ciente do que quer diante de uma sociedade que leva em conta a cor da pele e o gênero. Corina, teve seus artigos negados por ser mulher negra, mesmo reconhecendo que era um bom trabalho. E levando isso para os dias atuais, podemos ver que não mudou muitas coisas. Existe ainda um muro entre a mulher negra e a sociedade.
Eu como mulher preta posso dizer: - O mundo não está preparado para nós mulheres. Porque essa ideia de que toda mulher é um ser feminista e a sociedade masculinizada é perfeita, é algo cruel para não dizer idiota. Talvez seja idiota mesmo!
Prefiro sempre estar no papel de mulher forte, acho que nós mulheres não devemos abaixar a cabeça para essa sociedade machista e opressora.
Vivemos numa sociedade bastante cruel.
Tantas histórias eu ouvi de mulheres que fica difícil acreditar que a nossa política mude e tenhamos os nossos direitos garantidos.
Aí você vê uma mulher frágil tentando se esconder por uma falsa ideia: - Estou bem! Mas nem sempre tudo está bem, a vida às vezes nos pega uma rasteira.
Então eu vejo mulheres se questionando o que fizeram de errado. Algumas até diante da dor e da crueldade humana se fecham em silêncio. Existe um abismo grande entre seus questionamentos e a sociedade.
Voltando a Corina, ela tentou expor o seu trabalho. Quantas negativas ela recebeu na sua vida? Ela não queria ser uma mulher negra no jornal, e sim ter o seu trabalho reconhecido. Claro que uma mulher no jornal escrevendo artigos iria fazer uma grande diferença. A mulher no cenário literário não era algo visto com bons olhos décadas atrás. Nos dias atuais a realidade é outra, mas ainda continuamos enfrentando muitas barreiras. Falar sobre essas questões é de suma importância, enaltecer a mulher preta!
Corina, Uma Babá Perfeita 1994
WHOOPI GOLDBERG
ESCRAVISMO ESTADUNIDENSE
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