Exército é o principal cliente da empresa israelense de espionagem política
Enquanto a mídia foca no esquema criminoso de arapongagem montado no governo bolsonaro dentro da disputa entre servidores da ABIN e PF, o Exército, ator central no esquema ilegal e principal contratante do software espião, passa incólume. Além de pagamentos milionários fora do país, filho do general Santos Cruz foi, até ano passado, representante da empresa israelense no Brasil.
PARTE III (Final) Parágrafos selecionados e resumidos do documento "Relações militares do Brasil com Israel", dos movimentos Stop the Wall/BDS*
*A indústria militar israelense recebeu bilhões de dólares em contratos na preparação dos Jogos da Copa Do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil: Seis das sete empresas que disputaram contratos têm ligações comprovadas com crimes de guerra israelenses e/ou estiveram envolvidas em suspeitas de atividades de espionagem. ( _"É inaceitável que o Brasil entregue o dinheiro de seus contribuintes a essas empresas e, no final, é preciso tomar uma decisão entre lidar com Israel ou se posicionar com o povo palestino."_ [Pg. 31] )*– A Elbit foi uma das primeiras companhias israelenses a entrar no mercado brasileiro de vigilância e de espionagem ( https://jacobin.com.br/2024/01/exercito-e-o-principal-cliente-da-empresa-israelense-de-espionagem-politica/ ) também outras empresas que operam no Brasil, como a *Afcon Holdings*, que desenvolve sistemas de controle presentes nos checkpoints da Cisjordânia; a *Carmor*, especializada em veículos militares; e a *Contact International*, também produtora de equipamentos militares (*em 2017, o Exército Brasileiro fechou acordo de R$ 6,3 bilhões com empresas israelenses para compra de blindados, acordo este, que pode se estender por vários anos se não houver a sua revisão/revogação, em vista dos eventos atuais*).
*Genocídio da população palestina é "laboratório" da exportação militar de Israel*– _"Em um país como o Brasil, com todas as desigualdades, Israel vai dar todo o sistema de segurança e vigilância para controlar a população. Esse controle populacional é o que fazemos há 70 anos. Somos um laboratório, controlamos palestinos e isso é o que nos diferencia no mercado: milhões de palestinos indo para os 'checkpoints' diariamente."_ [Jeff Halper, antropólogo e escritor israelense].
De acordo com informações da ONG 'Who Profits', um centro de pesquisa dedicado à monitoração das relações comerciais envolvendo multinacionais israelenses, a importância que o Estado de Israel assumiu no contexto internacional está relacionada justamente à exportação de inteligência militar. _"Israel está em todos os países, não apenas diretamente no sentido militar, mas em termos de treinamento, exportação de armas, unidades de operação especial, segurança presidencial. Está mais dentro das sociedades do que os Estados Unidos, exatamente porque eles ficam nos termos militares e nós vamos para a segurança, a polícia, as prisões. *é exatamente esse papel internacional que livra o país de condenações na Justiça. Dessa forma, Israel escapa do fato de fazer uma ocupação há 50 anos, de estar realizando crimes de guerras, dezenas de violações da lei internacional da ONU,"*_ explica a ONG 'Who Profits'.
*O documentário "The Lab", do diretor israelense Yotam Feldman explora essa relação e importância para a legitimidade da indústria bélica israelense*– No filme, o Brasil é novamente citado como um grande parceiro comercial de Israel. (Artigo sobre o documentário "The Lab": https://operamundi.uol.com.br/permalink/29695 ) .
Documento "Relações militares do Brasil com Israel":
*A•T•U•A•L•I•D•A•D•E•S*
Em Feveireiro, 2024, um e-mail enviado à Palestine Action, a gigante dos transportes Kuehne+Nagel declarou que cortou relações com a maior empresa de armas de Israel, Elbit Systems, e que não voltará a trabalhar com ela no futuro. Essa vitória ocorre após uma extensa campanha de ação direta, que envolveu primeiramente ativistas da Palestine Action.
O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) aponta Israel entre os 15 primeiros países que mais contribuem para os gastos militares desde que começou a Guerra em Gaza, investindo ao todo US$ 23,4 bilhões em seu aparato militar, um valor correspondente a 4,5% do PIB do país no ano de 2022, por exemplo. O estudo do IISS ainda aponta as ajudas bilionárias dos EUA ao Estado judeu, atingindo um valor absurdo de US$ *905,5 bilhões.*
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, informou ao jornal Toronto Star que o país não envia armas letais a Israel desde outubro de 2023, quando começou o ataque contra os palestinos na Faixa de Gaza, e que suspenderá futuras exportações de armas a Israel. Em março, 2024, um grupo de advogados e canadenses de origem palestina entrou com uma ação judicial para suspender as exportações de armas para Israel.
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