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terça-feira, 26 de abril de 2022

E O PRIMEIRO DE MAIO? * Ernesto Germano Parés / RJ

E O PRIMEIRO DE MAIO?
(Parte 1)
(Ernesto Germano Parés)

Começo a ficar envergonhado de ter vivido mais de 40 anos dentro do movimento sindical. Nesse tempo, participei de muitas lutas e acompanhei os trabalhadores nos momentos de resistência. Agora fico com um pouco de vergonha quando nos aproximamos de uma das datas mais importantes para os trabalhadores do mundo e vejo que muito pouco (ou nada) está sendo programado pelos sindicatos.
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Exatamente quando mais precisamos de um movimento de conscientização e resistência, quando o demente que governa o país está agindo livremente e sem prestar qualquer esclarecimento ao povo, quando o Congresso vendido retira um pedido de CPI sobre a Educação, quando as forças armadas gastam dinheiro do povo comprando Viagra e remédios para a calvície, quando nossa indústria está em completo abandono e o desemprego aumentando... Enquanto tudo isso acontece os sindicatos estão calados e não preparam uma comemoração do Primeiro de Maio digna de retomar a luta dos Mártires de Chicago!
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Pelo que vi, até agora, as centrais sindicais estão preparando um show musical no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, com artistas conhecidos. E isso me lembrou o tempo da ditadura de Getúlio Vargas quando ele promovia futebol e cerveja de graça em um estádio de futebol aqui do Rio e fazia seus discursos dizendo que “preciso de vós, trabalhadores”!
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Agora tomei conhecimento que o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro está organizando um “Bingo do Trabalhador” para esse dia! Um bingo? Só pode ser brincadeira de péssimo gosto!
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Para quem não sabe, o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro foi fundado no dia 1 de Maio de 1917. Percebem a importância? Primeiro de Maio, “Dia de Luta e de Luto da Classe Trabalhadora”, aprovado em 1889 em um encontro ocorrido em Londres, com representantes de centenas de entidades de trabalhadores. A deliberação dizia o seguinte: “que em todos os países, em todas as cidades, os trabalhadores lutem pela redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e que se consagrasse o 1° de maio de cada ano a esta luta (em memória do ocorrido no 1° de maio de 1886, em Chicago)”. E 1917, ano da Revolução que abalou o mundo!
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Pois é! O sindicato que foi fundado em 1 de Maio de 1917 vai comemorar com um bingo!
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Vergonha de, algum dia, ter sido metalúrgico e ter brigado por aquele sindicato!
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O Primeiro de Maio não pode ser dia de festa ou de jogos. É o dia para refletir sobre todas as nossas lutas, lembrar os companheiros que tombaram e renovar nossa força em continuar lutando.
E O PRIMEIRO DE MAIO? (Parte 2)
Vou seguir expondo a minha indignação e minha vergonha, como militante e sindicalista antigo, com o que vem acontecendo. Mas gostaria de deixar bem claro que não estou me referindo a qualquer partido político. Meu dedo está apontado para o peito dos atuais dirigentes sindicais, muitos dos quais jamais participaram de um grande movimento de massas, nunca enfrentaram a ditadura, nunca sofreram com a repressão e nem estavam em “listas negras” que corriam nas fábricas, nunca participaram de piquetes que viravam dias e noites. Caíram nos atuais cargos de “dirigentes” como paraquedistas.
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Então, só para lembrar, vou fazer um breve relato:
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1894 - em Santos, no 1° de Maio, o Centro Socialista realiza palestra e debate. Alguns autores consideram a primeira comemoração da data, no Brasil.
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1900 - em 25/09, fundado em São José do Rio Pardo (SP) o Clube Democrático Socialista Os Filhos do Trabalho. O manifesto do Clube para o 1° de maio de1901 foi escrito pelo socialista Euclides da Cunha que dizia ser necessária “a reabilitação do proletariado, pela exata distribuição da justiça, cuja fórmula suprema consiste em dar a cada um o que cada um merece, abolindo-se os privilégios quer de nascimento, quer de fortuna, quer da força.”
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1906 - o 1° de maio foi comemorado em várias cidades. Em São Paulo, o Sindicato dos Gráficos uniu-se a outros sindicatos para realizar apresentações teatrais, em vários teatros da cidade. No Rio de Janeiro houve comemoração em praça pública. Em Santos houve comemoração, mesmo com uma violenta repressão enviada pelo governo (navios de guerra ancoraram no porto para intimidar). Em Campinas, surgiu o primeiro número do jornal A Voz Operária.
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1907 - o 1° de maio foi comemorado em todas as grandes cidades brasileiras e marca o início da luta pela jornada de 8 horas em nosso país.
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1909 - o número 10 do jornal A Voz do Trabalhador (1° de maio de 1909) publicava, pela primeira vez no Brasil, a letra do hino A INTERNACIONAL, composto por Pierre Degeyter e Eugène Pottier, em 1871, e que já virara o hino das comemorações do 1° de maio na Europa (junto com a bandeira vermelha usada pelos operários de Paris).
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1929 - Em 1° de Maio é criada a Confederação Geral dos Trabalhadores que, em março do ano seguinte, promove um Congresso de Agricultores e inicia a fundação de Sindicatos Rurais.
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É a partir dos primeiros anos da década de 40 que o governo passa a assumir as comemorações do 1° de maio e a transformar o dia de luta (pela jornada de 8 horas diárias de trabalho e de outras resistências para os trabalhadores) em festas com futebol de graça, shows com artistas e bailes para desviar o sentido das comemorações. O “Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora” passou a ser usado para iludir o próprio trabalhador.
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1968 – Já na ditadura militar, no 1º de maio, estudantes e trabalhadores se unem para organizar o Dia do Trabalhador. O Governador de São Paulo, Abreu Sodré, alimentava o sonho de suceder Costa e Silva e resolve se promover, autorizando o ato e mandando construir um palanque. Ao chegar à praça, com sua comitiva, é recebido com pedradas e palavras de ordem contra a ditadura, fugindo do local. Os manifestantes queimam o palanque oficial e saem em passeatas pelas ruas da capital.
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1981 - A bomba do Riocentro - A comemoração do 1° de maio, organizada pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), seria realizada no pavilhão do Riocentro. Cerca de 20.000 pessoas já se encontravam no local e aplaudiam um show da Elba Ramalho, quando todo o local foi sacudido por uma explosão. No estacionamento do pavilhão, perto da casa de força do Riocentro, uma bomba explodiu dentro de um carro Puma com dois oficiais do exército. O caso, até hoje, não tem explicação, e os ministros militares anunciaram, na época, que os militares é que teriam sido alvos de um atentado.
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Um 1° de Maio marcante Quando os metalúrgicos do ABC (São Paulo) entram em greve, em abril de 1980, o movimento já tinha algo de diferente, antes mesmo de começar. O adesivo que convocava para a Assembleia era claro: "Chegou a hora! Vamos matar nossa sede." Por seu lado, o governo anunciava sua determinação de reprimir e lembrava que o sindicato já sofrera intervenção em 1979. A Assembleia do dia 30 de março, um domingo, votou pela greve. O movimento começou, e todos sabiam que seria longo e difícil. Um "Comitê de Solidariedade" foi criado e contava com setores da Igreja católica, associações de moradores e setores da esquerda. No dia 17 de abril, às 18:30 h, o Ministro assina o decreto, determinando a intervenção no Sindicato e afastando a diretoria. No dia seguinte, helicópteros do exército sobrevoavam São Bernardo, enquanto tropas da Polícia Militar, com carros "brucutus" e policiais da temida ROTA (polícia do Estado de São Paulo) cercavam o Sindicato. Do outro lado, o movimento ia crescendo e conquistando todo o descontentamento popular contra o regime. A Associação Brasileira de Imprensa, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Comissão de Justiça e Paz e centenas de outras entidades e organizações passam a apoiar e mostrar adesão a uma greve iniciada pelos peões do ABC. O 1° de Maio foi comemorado em São Bernardo (eu estive lá) por lideranças de todo o país, mesmo com a sede do Sindicato fechada e sob intervenção. A greve continuava!
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Uma bomba no Memorial No dia 1° de maio de 1989, em Volta Redonda (Rio de Janeiro), os metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN - inauguraram o Memorial projetado por Oscar Niemeyer em homenagem aos três metalúrgicos assassinados pelo exército durante a greve de novembro (09/11/1988). A Central Única dos Trabalhadores - CUT - havia indicado a cidade de Volta Redonda como a sede da comemoração oficial do 1° de maio, e caravanas de trabalhadores chegavam dos Estados próximos para a homenagem. A inauguração do Memorial foi presenciada por cerca de 20 mil trabalhadores que lotaram a praça e as ruas próximas. Na madrugada seguinte, dia 02, por volta das três horas, Volta Redonda acordou com o Barulho de uma explosão... Na praça, centenas de pessoas atraídas pelo barulho olhavam para o Memorial tombado por duas bombas de alto poder explosivo!
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Minha vergonha é ver toda essa história se transformando em um “bingo do trabalhador” ou eu um show musical. Neste Primeiro de Maio vou ficar em casa, talvez chorando por tudo isso.
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segunda-feira, 7 de março de 2022

SEPE RJ NÚCLEO COSTA LITORÂNEA FAZ HISTÓRIA * Chapa 77 Lutar para mudar e transformar / RJ

SEPE RJ NÚCLEO COSTA LITORÂNEA FAZ HISTÓRIA

 Estamos às vésperas de eleições para direção do SEPE RJ , onde os municípios de Araruama e Saquarema contam com o NÚCLEO COSTA LITORÂNEA

 Na nossa gestão à frente do núcleo,  fizemos história,  onde a categoria ocupou o seu espaço nas mais diversas e árduas lutas contra os ataques dos governos autoritários, repressores, antidemocráticos e extremamente punitivos. Aceitamos esse desafio e, dentro da nossa visão de sindicato classista, construído pela base e atuantes nas escola, realizamos com nossa categoria atividades de cunho Político, Pedagógico e Cultural. Dentre elas destacamos :

- Discussão sobre a BNCC,

- Discussão sobre a importância da Sociologia e Filosofia na grade curricular do ensino médio, 

_ Discussão sobre a REFORMA DA PREVIDÊNCIA.


Debate sobre a Ditadura civil militar , com as atividades DITADURA NUNCA MAIS. Tivemos a presença do sindicalista histórico Waldir Rampinelli, além de ex-estudantes que atuaram no restaurante calabouço. Na última atividade do DITADURA NUNCA MAIS,  contamos com a grata presença do cineasta e ex preso político,  Silvio Tendler e da professora doutora Maria Cláudia Badan Ribeiro e através dela resgatamos a história das mulheres que atuaram nos anos de chumbo:


- Várias atividades do projeto " O SEPE NAS ESCOLAS" , dos quais destacamos um bate papo com Maria Prestes e a projeção do documentário : 1917 , A GREVE GERAL de Carlos Pronzato ,com a presença do  autor,  objetivando uma preparação para greve geral em curso ,

_ Atividade destinada a comunidade LGBTQI+, realizando o SARAU LGBT 

_ Lançamento do livro  - " Relações Étnico - Raciais no contexto Quilombola" - da professora Ana Carolina Mota - Prof. da Rede Estadual e Municipal de Araruama,  mestre em História.  Foi realizado um rico debate sobre a questão do negro.

- Em período de alta da pandemia , realizamos inúmeras plenárias em parceria com a FIOCRUZ,  SINDICATO DOS MÉDICOS,  CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE E SINPRORJ

_ Realizamos Live no 1° de MAIO, onde contamos com a presença de intelectuais renomados como o prof. doutor Waldir Rampinelli.


Foram muitas as atividades, além de nossa participação em lutas mais gerais como passeatas contra reforma trabalhista e da previdência,  greve geral da Educação e muitas outras.

Pedimos seu voto para CONTINUARMOS com a política de um SEPE COMBATIVO, rumo a uma sociedade justa e igualitária!


CHAPA 77 LUTAR PARA MUDAR E TRANSFORMAR
























CHAPA 77 LUTAR PARA TRANSFORMAR

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domingo, 1 de agosto de 2021

Manifesto Central Sindical UST * Carlos Borges / SP

 MANIFESTO CENTRAL SINDICAL UST

Central Sindical UST – União Sindical dos Trabalhadores - Classista e de luta

A Central Sindical UST foi fundada no Congresso Nacional ocorrido na cidade de São Paulo, no dia 15 de janeiro de 2006, em defesa do movimento sindical com autonomia e independência frente a tutela do Estado e partidos políticos; é mais uma forma de organização, uma ferramenta para os trabalhadores e um gesto de coragem e compromisso com nosso país. 

Enquanto Central ela está se consolidado como uma ferramenta que aglutina os trabalhadores, seja no campo, seja na cidade, nos movimentos sociais,  sindical e popular. Vamos organizar os demais setores populares da cidade e do campo. A UST esta presente nos principais acontecimentos políticos do país e tem se constituído numa alternativa independente e de luta. O aprofundando da crise econômica e política indica que vamos nos firmar como uma opção e manter a confiança dos trabalhadores como a alternativa na politica sindical.

A Central Sindical UST surgiu a partir da unidade de vários setores do movimento sindical na luta contra toda forma de exploração e opressão contra a classe trabalhadora e se pauta pela sua atuação em defesa das reivindicações imediatas e interesses históricos dos trabalhadores, tendo como meta e fim a perspectiva de alcançar as condições e construir uma sociedade socialista, governada pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras.

A UST é uma organização nacional de caráter sindical, composta por entidades sindicais que reúne trabalhadores (as), Servidores (as), aposentados (as) e pensionistas, respeita sua ideologia, ou credo religioso ou partidário e é compromissada com o Brasil e seus trabalhadores.

Possui capacidade de promover e acompanhar os avanços da sociedade; seus princípios classistas, sua firmeza na defesa da unidade sindical e sua pluralidade interna, além da capacidade de garantir espaço para todos os dirigentes sindicais filiados entre as diversas esferas.

A UST - CENTRAL SINDICAL é filiada à FSM – Federação Sindical Mundial, com plena participação na luta internacional. A solidariedade internacional entre os trabalhadores e trabalhadoras é parte constitutiva de nosso programa e a libertação da classe trabalhadora de toda forma de opressão e exploração é uma tarefa não apenas de um país mas deve ser tomada no plano internacional.


Entendemos que é de extrema urgência a reorganização dos trabalhadores. Vivemos um momento de estagnação da luta operária. A desmoralização e o descrédito de algumas organizações PELEGAS traz um risco elevado à manutenção das conquistas trabalhistas e pode nos levar a perdas de direitos históricos. É necessário um amplo debate nacional acerca da atuação dos sindicatos e centrais sindicais, como forma de reavaliação do movimento sindical e sua independência em relação ao governo e às corporações capitalistas. Reconstruir o movimento operário e sindical nacional significa realizar um resgate da luta da classe operária pela sua emancipação, através do fortalecimento de seus instrumentos de organização para continuar avançando na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Estamos com presença nas grandes lutas nacionais que faz frente ao domínio da elite Nacional.
Seja bem vindo e conheça melhor a Central Sindical UST

Carlos Borges
Presidente Nacional
Central Sindical UST
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