quinta-feira, 17 de outubro de 2024

RETOMAR AS MOBILIZAÇÕES – REORGANIZAR OS SETORES POPULARES * Organização Comunista Arma da Crítica/OCAC

RETOMAR AS MOBILIZAÇÕES – REORGANIZAR OS SETORES POPULARES


Dois fatos na semana que passou evidenciaram o quanto o governo Lula se tornou refém de uma certa institucionalidade, desenhada para manter o status quo e evitar que o capital financeiro tenha alguma perda. O ministro da Defesa José Múcio se colocou como porta-voz da caserna, fazendo críticas abertas à política internacional do Presidente e a Enel, estatal italiana que tem a concessão de distribuição de energia em São Paulo, deixou a maior cidade do país às escuras, sem que a Aneel, agência reguladora, movesse alguma palha em fiscalizar a concessionária.

A fala de José Múcio reitera o papel autoproclamado de poder moderador das Forças Armadas. E mostra que as Forças Armadas são incapazes de prover a defesa nacional, com uma indústria e um sistema de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos bélicos. O motivo da fala foi a suspensão de licitação em que uma empresa israelense seria ganhadora do fornecimento de obuseiros autopropulsados. Segundo Múcio, a suspensão foi motivada por “questões ideológicas”. De quebra ainda criticou a recusa de venda de munição 105 mm para a Alemanha, que as repassaria para a Ucrânia.

Pelo raciocínio de Múcio, comprar e vender material bélico a países beligerantes não produziria maiores consequências. O que ele chama de “não ideológico” é a manutenção, na prática, das Forças Armadas brasileiras serem um braço do Comando Sul do Pentágono, inclinação e desejo dos Alto Comandos em sua maioria. O presidente respondeu com um muxoxo, pois, na prática, os deveres constitucionais da Presidência de dirigir a defesa nacional foram retirados de Lula.

Continuando a saga do não-governo, a Agência Nacional de Energia Elétrica tem toda a sua diretoria nomeada por Bolsonaro, com alguns diretores com mandato até 2028 (!). Impichar ministro do STF se tornou papo de botequim, enquanto retirar um diretor omisso e conivente com os regulados é mais difícil do que afastar o presidente da República.

As agências ditas reguladoras são todo-poderosas, com o poder executivo impedido de intervir nos setores regulados. Os paulistanos ficam às escuras, depois de uma chuva de apenas uma hora, e as autoridades municipais, estaduais e o ministério das Minas e Energia fazendo o popular jogo de empurra. Mas não se toca o dedo na ferida. A função da Enel em São Paulo é garantir a solvência da matriz na Itália. Saquear a empresa tem sido uma operação bem-sucedida, haja visto os recordes das cotações das ações da empresa nas bolsas de valores europeias.

O governo Lula não apenas aceitou a armação institucional herdade de Temer e Bolsonaro, e de FHC, no caso das agências reguladoras, como apertou as amarras com o Arcabouço Fiscal, obra e graça de seu ministro da Fazenda. Ao não se dar um mínimo de enfrentamento – a proposta de se criar a agências das agências é risível – caminha-se para a derrota inexorável.

No caso do ministro Múcio, escolher outro ministro da Defesa seria o mínimo para afirmar a autoridade presidencial. Existem instrumentos legais para se intervir na Enel, com o governo assumindo a operação. Basta coragem de assumir o programa pelo qual se foi eleito.

O debate político e ideológico deve ser travado pelo conjunto do movimento operário e popular. Os comunistas têm como tarefa contribuir para que as mobilizações sejam retomadas e que seja realizada a reorganização dos setores populares com vistas à luta política.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

COMO MATAR UM ÍNDIO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

COMO MATAR UM ÍNDIO
-O índio Perpera Suruí foi pajé por 40 anos e, após a conversão de parte da aldeia, hoje é zelador em igreja neopentecostal-

Evangelização é ferramenta para dominar territórios indígenas desde 1500
Doutrinação de igrejas cristãs demoniza cultura e crença ancestral dos pajés, dividindo aldeias e avançando sobre terras.
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sábado, 12 de outubro de 2024

AMÉRICA 12 DE OUTUBRO NADA A COMEMORAR * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

AMÉRICA 12 DE OUTUBRO NADA A COMEMORAR
Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT
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En el Día de la Resistencia Indígena

HERMANO WARAO

Ojos separados,
de forma almendrada;
pómulos salientes,
piel aceitunada.

Liso y negro el pelo,
torso sin camisa,
los pies en el suelo
y ausencia de risa. (BIS)
CORO 1:
Hermano  warao,
perdóname, hermano;
tu eres en verdad,
más venezolano,
que todos aquellos
que te han despojado;
y, en tu nombre pido,
justicia al Estado.

Y sentí vergüenza,
por todos nosotros,
al ver la miseria
pintada en su rostro.

Y todo el afecto,
que adentro llevaba,
se asomó a mis ojos,
al ver su mirada. (BIS)
CORO 2:
Hermano warao,
perdóname hermano;
por negarme a ver,
tu derecho a ser
un venezolano.
Hermano warao,
perdóname hermano;
por esta injusticia,
de quinientos años.

Y cual si saldara,
aquellos cien lustros,
de insaldable deuda
del expolio hispano;
en sincero gesto,
le tendí la mano.(BIS)
        CORO 1
Me correspondió,
diciendo “maraisa”,
que es en castellano,
“siempre para mí,
serás un hermano”.(BIS

Y, jamás y nunca,
su promesa ha roto;
mi hermano warao,
de aquí de Monagas,
de nombre Noboto.

Jesús Núñez León
Venezuela

“A DESCOBERTA”

Em 1492 os nativos descobriram que eram índios
Eles descobriram que viviam na América,
Eles descobriram que estavam nus,
Eles descobriram que o pecado existia,
Eles descobriram que deviam obediência
para um rei e uma rainha de outro mundo
já é um deus de outro céu,
e que aquele deus inventou
culpa e vestido
e tinha enviado
que ele foi queimado vivo
quem adoraria o sol
já para a lua
agora a terra
agora a chuva
isso a molha.

Eduardo Galeano-Uruguai
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*12 DE OUTUBRO, NADA PARA COMEMORAR.*

1. Dezenas de milhões de nativos *ASSASSINATOS.*

2. Doze milhões de africanos sequestrados e *ESRAVIZADOS.*

3. Centenas de culturas e povos indígenas *EXTERMINADOS.*

4. Milhares de toneladas de ouro, prata e pedras preciosas *ROUBADOS.*

5. Religião imposta sob a forma de chumbo, baioneta, extermínio, terrorismo e *INQUISIÇÃO.*

*AMÉRICA NÃO FOI “DESCOBERTA”, FOI INVADIDA, SAQUEADA E EXTERMINADA.*

*DESCOLONIZE SUA MENTE.*
Salinger Argoty Cerón.
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*12 de outubro: entre a descoberta e a resistência*

Por _Alí Ramón Rojas Olaya_

Enquanto Pedro Sánchez recebe no Palácio da Moncloa o candidato derrotado Edmundo González Urrutia e o Senado da Espanha aprova por maioria a moção apresentada pelo Partido Popular para instar o Governo da Espanha a reconhecer o candidato de Washington como presidente eleito da Venezuela; O povo de Bolívar comemora a surra que o presidente Nicolás Maduro Moros deu ao súdito do Senhor Perigo. Enquanto na Espanha se comemora a chegada da Pinta, da Niña e da Santa María ao Caribe, na Venezuela se comemora mais um ano de resistência indígena que começou no fatídico 12 de outubro de 1492.

*A Batalha de Guadalete*

Entre 19 e 26 de julho de 711, o exército do reino visigodo de Toledo, de origem alemã, comandado pelo rei Rodrigo, enfrentou-se às margens do rio Guadalete, na atual província de Cádiz, no sul da Península Ibérica. , a um exército muçulmano composto por cerca de 12.000 árabes, sírios e berberes sob o comando de Táriq Ibn Ziyad. Essa força militar foi enviada por Musa Ibn Nusair, governador do Norte de África. Este confronto, conhecido como Batalha de Guadalete, terminou com uma esmagadora vitória muçulmana, o colapso do reino visigodo e o início da submissão de quase toda a Península Ibérica à autoridade do Califado de Damasco, governado pelo Omíada. dinastia.

Os historiadores consideram esta batalha como uma das mais transcendentais da história europeia da Idade Média (esta classificação só se aplica à Europa, não é universal), pois foi o início de quase oito séculos de presença islâmica em al-Andalus, que isto é, nos atuais territórios de Espanha e Portugal. Na Espanha esta batalha não é comemorada, nem o _Dia Muçulmano_ é comemorado todo dia 19 de julho. Não há municípios que tenham o crescente muçulmano como emblema nas suas insígnias e não há praças com bustos de Tariq Ibn Ziyad ou Musa Ibn Nusair.

*Rafael Cadenas*

Esses parágrafos me levam a lembrar que na quinta-feira, 10 de novembro de 2022, France 24 colocou a seguinte manchete em seu portal: “'Dissidente' e 'desencantado': o venezuelano Rafael Cadenas ganha o Prêmio Cervantes 2022 O poeta Rafael Cadenas ganhou o 2022”. Prêmio Miguel de Cervantes esta quinta-feira O prêmio criado em 1976 busca destacar as obras de escritores que contribuíram para o legado literário hispânico. Ele é o primeiro autor de nacionalidade venezuelana a ganhar o prêmio. Maduro e se classificou como um defensor da democracia."

No dia 6 de fevereiro de 2023, o intelectual guianense Saúl Rivas Rivas concluiu um ensaio no qual nos fala sobre o que significa que os reis da Espanha, os Bourbons, são os que concedem esse prêmio, porque tanto Cervantes quanto Dom Quixote estão acorrentados precisamente por causa desta dinastia europeia.

No dia 19 de abril de 2023, o poeta barquisimeto chega a Madrid. No dia seguinte, o jornal madrileno El País publicou a manchete: “Rafael Cadenas, vencedor do Prémio Cervantes: 'Gostaria que os soldados se ocupassem apenas da linguagem.'” Posteriormente, Sergio C. Fanjul escreve: “esta quinta-feira antes do meio-dia compareceu perante a imprensa na Sala do Conselho Curador da Biblioteca Nacional, sob a lâmpada histórica, diante dos livros antigos, sob o olhar dos retratos dos Bourbons de outra hora.”

*Nossa ontologia*

O povo Piaroa diz que “a Autana é a árvore da vida; Tudo começou aqui: as primeiras plantas, os animais, os seres humanos, os rios, os peixes, as flores, os pássaros e a soma de tudo o que existe.”

O povo caribenho tem Amalivaca como deus criador do mundo e dos seres humanos. Ele foi o criador do rio Orinoco e do vento. Amalivaca salvou a raça humana da extinção e tornou-se o pai dos povos Tamanaco e Moriches.

Em Taima Taima, perto de Coro, hoje estado de Falcón, foram encontrados vários esqueletos de animais gigantes na década de sessenta do século XX. O grupo de arqueólogos ficou curioso ao saber que um em particular, um mastodonte, tinha uma flecha cravada na pélvis. Quando os cientistas fizeram o estudo do carbono 14, descobriu-se que este evento ocorreu no ano 13.000 AC.

*Discurso de Angostura*

Quando o Libertador Simón Bolívar proferiu o discurso com que se instalou o congresso em Angostura em 15 de fevereiro de 1819, a Gazeta de Caracas caluniou todas as ações bolivarianas porque representavam um perigo para a grande capital europeia que; nas mãos dos Bourbons, dos austríacos da dinastia dos Habsburgos e de outros oligopólios; Continuaram agarrados como sanguessugas às veias abertas que os elementos da tabela periódica proporcionavam nestas terras.

Em seu discurso inaugural, Bolívar delineou sua ideologia sindical libertária, antiescravista, anticolonial e socioprodutiva. Ele fixa o olhar em cada um dos deputados, a maioria dos quais constituintes de 5 de julho de 1811: “não entrou nem remotamente na minha ideia assimilar a situação e a natureza de dois estados tão diferentes como o inglês americano e o espanhol Americano." Depois faz uma pergunta à qual responde imediatamente: “Não seria muito difícil aplicar o código inglês de liberdade política, civil e religiosa à Espanha? Bem, é ainda mais difícil adaptar as leis da América do Norte na Venezuela.” Depois faz outra pergunta à qual também responde: “Não diz o Espírito das Leis que estas devem ser específicas do povo para o qual são feitas; que é uma grande coincidência que os de uma nação possam servir a outra; que as leis devem ser relativas à natureza física do país, ao clima, à qualidade do terreno, à sua situação, à sua extensão, ao modo de vida das pessoas; referem-se ao grau de liberdade que a constituição pode sofrer, à religião dos habitantes, às suas inclinações, à sua riqueza, ao seu número, ao seu comércio, aos seus costumes, aos seus costumes? “Aqui está o código que deveríamos consultar, e não o de Washington!”

Mais tarde, Simón Bolívar diz-nos: “Tenhamos em mente que o nosso povo não é europeu, nem norte-americano, que é antes um composto de África e América, do que uma emanação da Europa; Pois bem, até a própria Espanha deixa de ser europeia por causa do seu sangue africano, por causa das suas instituições e por causa do seu carácter.”

*DNA mitocondrial venezuelano*

A respeito dessa conclusão ontológica a que chega Bolívar, os socioantropólogos, arqueólogos e historiadores venezuelanos Mario Sanoja Obediente e Iraida Vargas Arenas argumentam: “Desde o século XVI, como comprovam as pesquisas de DNA mitocondrial realizadas na Venezuela, o processo de miscigenação entre aborígenes, europeus e negros foi muito intenso e sustentado, evidenciando uma dominância que oscila consoante as diversas regiões, entre 70 ou 80% de ADN mitocondrial indígena, 10 a 15% de ADN mitocondrial negro e 5 a 10% europeu.

Na nossa história americana, algumas pessoas nascidas nas repúblicas estabelecidas por Bolívar amam e reverenciam ser europeias, a ponto de acreditarem que são nobres. Simón Rodríguez explica esta forma de ser: “A nobreza é a atmosfera do trono: os povos europeus não podem respirar fora dele. Para não sufocar, eles admitem o corpo que exala e giram em torno dele... de boa ou má vontade. Que grandes títulos ou potentados existem na América? Os poucos americanos distinguidos pela Espanha com escudos de cavaleiro e com títulos de conde ou marquês... foram com eles ou os esqueceram.

Na Defesa de Bolívar, Rodríguez nos diz: “Bolívar sempre quis coroar-se, não com ouro e pedras preciosas, não com louros fingidos, mas com Glória”. No Discurso de Angostura, Bolívar explica sua conclusão ontológica: “É impossível atribuir adequadamente a que família humana pertencemos. A maior parte dos povos indígenas foi aniquilada, o europeu misturou-se com o americano e o africano, e este último misturou-se com o índio e o europeu. Todos nascidos do mesmo seio materno, nossos pais, diferentes na origem e no sangue, são estrangeiros, e todos diferem visivelmente na pele; Essa dissimilaridade traz um desafio da maior importância.”

*Nosso sangue é indígena*

As informações que este gráfico contém são essenciais para entender quem somos. Se você é uma pessoa nascida na Venezuela que gosta de dormir em rede ou rede; se você tem hábitos alimentares fundamentais em torno de arepa, hallaquita, empanada, farinha de milho torrada, hallaca, mandioca, batata e patacón; Se você gosta de beber chicha, jogar maracás, tocar guarura, compartilhar um sancocho com os amigos; se gosta de tomar banho na praia ou no rio e andar de peñero ou curiara; Se você considera que tem guarámo para empreender qualquer empresa; se você é baquiano no seu bairro; se gosta de tomar água ou café no totuma; se você acha que as mulheres que dão à luz muito parecem curas; se gosta de comer chigüire com casabe e uma naiboa de sobremesa; se você gosta de plantar em conuco; se quando chove costuma clarear embaixo de uma taguapire; se você gosta de comer um croquete de guaraguara; se você costuma usar corantes vegetais para pintar; se ele chama o cachimbo de cachimbo; se ele chama o bezerro crescido de maute; se você gosta do florescimento de um araguaney; Se você conhece amigos chamados Caribay, Yarima, Ashirama, Anacaona, Apacuana e amigos chamados Guaicaipuro, Cayaurima, Tiuna, Guaricuto; se gosta de explorar as trilhas que saem das cabanas em formato de grande leque; se você gosta de conhecer o nome e a posição dos astros, o mistério dos astros e as causas das secas e inundações; se você gosta de conhecer o poder das águas; se você aprecia desvendar os usos e virtudes das plantas medicinais; se você gosta de memorizar feitiços secretos; se gosta de curar feridas com cataplasmas de ervas, decocções de folhas ou sementes trituradas; se gosta de contemplar cunaguaros, veados, lapas e picures; Se você costuma guardar coisas em mapas tecidos com fibra extraída de botões de moriche; Se você já teve uma premonição no momento em que um gavião voando quase acima de sua cabeça grasna tristemente; se você gosta de ouvir a voz do piapoco no galho; se você gosta de usar colares de peônias; se você gosta de adicionar catare à sua sopa; Se você costuma usar palavras como maraco, pita, taguapire, urumaco, viroviro, yaguasa; se gosta de consumir frutas e vegetais como jobo, graviola, mamón, merey, mamey, ocumo, mapuey, batata, cotoperiz, onoto e ají; Se você tende a procurar de vez em quando uma erva mágica capaz de curar doenças do corpo e da alma e vislumbrar o futuro da humanidade nos tufos de fumaça do tabaco ou nos caracóis, é porque você tem 75% de DNA mitocondrial indígena.

*Somos África e Europa*

Se você é uma pessoa nascida na Venezuela que gosta de colocar jato nos bebês para repelir maldições; Se gosta de dançar salsa e o ritmo dos tambores culo é puya; se você gosta de usar alpercatas; se você gosta de adicionar inhame à sopa; se você aprecia as histórias do Tio Tigre e do Tio Coelho; se provar coco em conserva e cafungas enroladas em bananeira ou folha de bananeira; Se chama o diabo de Mandinga, a multidão de Bululú, os lábios de Bemba, o fermentado de cana-de-açúcar de Guarapo e os pequenos pertences de Checheres; se você gosta de tripas; Se você mora em comunidades que celebram San Juan ou San Benito, festas cheias “de encantos, cobras que são mães de água, tesouros escondidos, divindades aquáticas e terrores de eclipses” (Miguel Acosta Saignes, Estudos para a formação de nossa identidade, Caracas : O cachorro e o sapo, 2014, p. Se você se identifica com “cerimônias e celebrações como o velório de San Pascual Bailón, as festividades da Semana Mayor, os batizados e casamentos, o mampulorio (o velório da morte), os velórios de maio, os cantos de folia, onde a música e o erotismo se fundem em uma canção pela liberdade” (Diónys Rivas Armas, Caminhando pelo Traço Ancestral Africano: Algumas contribuições ao estudo da Identidade Cultural Afro-Venezuelana. Caracas: Escuela Venezolana de Planning, 2019); Se você aprecia mulheres vestidas com cores vivas e adornos marcantes, fitas e flores nos cabelos e no peito, “enfeitadas com tricotines e zarazas” e “usando fustanzones vermelhos, azuis e floridos” é porque você tem entre 15% de DNA mitocondrial negro.

Se você é uma pessoa nascida na Venezuela que gosta de vinho, de ópera, de balé, de usar gravata, de comer presunto, queijo e azeitonas, de temperar com azeite, de ler Dom Quixote de La Mancha, é porque tem 10% de DNA mitocondrial europeu. .

*Entender um índio ou Ovídio: esse é o dilema*

Entre o ano -13.000 e hoje, são 15.024 anos, dos quais 14.492 foram vividos sob uma lógica diferente da do modelo de civilização ocidental (até 11 de outubro de 1492). Isto é, apenas 532 anos foram dominados pela cultura da exploração, da barbárie, da violência e do ódio. Uma esmagadora maioria de 96,5% da nossa história traduz-se em viver bem, em comunidade, e apenas 3,5% da nossa história significa que poucos vivem bem à custa de muitos que vivem mal.

Simón Rodríguez está consciente da colonização cultural que nos confundiu desde 1492. Você sabe que no dia 11 de outubro daquele ano estávamos lá e no dia seguinte nos disseram que não estávamos mais lá. Cem milhões de homens, mulheres e crianças do continente Abya Yala foram assassinados por não existirem. Para compreender tal holocausto, recomendo a leitura coletiva do _Brevísima relacionamento de la destruição das Índias_, livro escrito pelo frade dominicano espanhol Bartolomé de las Casas, publicado em Sevilha em 1552 com gravuras do artista liège Theodor de Bry. Os sobreviventes do maior genocídio da humanidade tiveram que se tornar o outro para ser, e quando tentamos nos tornar esse outro, e não conseguimos, porque obviamente não somos eles, esquecemos como somos. Rodríguez lutará toda a sua vida para nos devolver o ser. Para conseguir isso, Simón propõe uma profunda transformação curricular. Mudar os conteúdos que nos são impostos pela Coroa Espanhola por aqueles que nos ensinam a ser o que somos é uma tarefa urgente do governo porque é o conselho, a recomendação e o mandato de Simón Rodríguez, uma das três raízes da Revolução Bolivariana: “Mais "Ele tem que entender mais um índio do que Ovídio."

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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

AS PRIVATIZAÇÕES SÃO SAUDÁVEIS? * Luis Colato/Pueblo Combatiente

AS PRIVATIZAÇÕES SÃO SAUDÁVEIS?
Luis Colato

O que é privatizar um serviço público?

Trata-se de transferir esse serviço para um operador privado, que tem desde o momento da concessão a obrigação de o prestar em melhores condições para os beneficiários, sendo a base deste acordo uma compensação pelo mesmo, uma compensação que corresponde ao suposto melhor serviço .

A teoria nos oferece um panorama em que o operador privado é visto como um benfeitor.

O exemplo paradigmático da privatização no nosso país são as comunicações, que têm coberto praticamente toda a população, proporcionando uma cobertura que teoricamente atinge todo o território.

Por outro lado, o seu oposto é o transporte público, e todos sabemos que é um dos de pior qualidade do istmo, pelo seu custo mais elevado, pela sua má qualidade, pelo pior tratamento do utilizador, pela insegurança que acarreta nas deslocações. esses veículos, etc. [relatório/TAJAL].

No caso das comunicações, não é verdade que cubram completamente o território; por outro lado, os seus custos estão sobrevalorizados;
Consideremos agora as outras variáveis ​​que devemos observar em relação às privatizações.

Estas são sempre motivadas infalivelmente por razões político-económicas e não técnicas, respondendo a interesses abertamente político-partidários.

Assim, por exemplo, todas as privatizações realizadas pela Arena na década de 1990 foram um completo fracasso para os interesses estatais, uma vez que dividiram seus ativos com o único propósito de vendê-los não ao licitante que oferecesse o lance mais alto, mas ao bispo preferido do estado. círculo dominante da então arena dominante, o que resultou não só no empobrecimento do Estado salvadorenho em favor dos beneficiários dessas transações maliciosas, mas também na consequente contração do Estado, imposta pela doutrina Friedquiana, que promoveu a sua anulação , presente especialmente agora.

Não só o incapacitou, como promoveu o abandono total das obrigações constitucionais do Estado salvadorenho, deixando a sociedade salvadorenha entregue à sua sorte, que foi intencionalmente obrigada a mergulhar na violência social que, devido ao abandono do Estado, todos sofremos até agora.

Ao não cumprir os seus deveres contratuais sociais, o Estado permitiu o desenvolvimento das forças mais obscuras da sociedade salvadorenha, o populismo, as quadrilhas, o submundo e as gangues, que foi planejado de forma egoísta com o objetivo de favorecer novos investidores privados da segurança pública. que eles o ofereciam apenas para aqueles que podiam pagar por ele.

Podemos continuar a abordar a questão das pensões, da saúde e, claro, da educação, e em todos os casos descobriremos que os investimentos destinados a questões sociais têm como único objetivo o benefício pecuniário, razão pela qual em todos os casos falham.

Também em todas as latitudes, desde os Estados Unidos, a principal potência económica global, durante a pandemia, os seus cidadãos que então não tinham seguro de saúde – 30 milhões de americanos – foram abandonados à sua sorte; as consequências: os EUA foram o país com mais mortes por COVID [OMS/ONU].

Claro que também nisto cada cidade tem o que merece.

LULA E SEU MINISTRO VENDEPÁTRIA * Pedro Pinho/Pátria Latina

LULA E SEU MINISTRO VENDEPÁTRIA
Pedro Pinho*

A respeito de licitação para compra de armas, em princípio vencida por empresa do Estado de Israel, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, conforme se divulgou pela imprensa e redes sociais, disse algo semelhante a “uma questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar”.

Ora senhor Ministro, nem se trata de questão diplomática e muito menos ideológica, mas do orgulho nacional, por ter nosso Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, eleito pelo povo brasileiro, sido declarado pelo Primeiro Ministro do Estado de Israel “persona non grata”. Nenhuma empresa israelense deveria ser convidada a participar de licitação no Brasil, ainda mais uma fabricante das armas, que trucidam o povo palestino.

Mas é a consequência da invasão neoliberal que aconteceu no Brasil com a sucessão do Presidente Ernesto Geisel (março de 1974 a 1979). Desde então o nosso País retrocede em todos os campos, e, muito especialmente, no patriotismo, na defesa da nacionalidade, em tirar a precedência da questão nacional sobre qualquer outra.
Geisel foi obrigado pelas finanças apátridas e colocar como seu substituto o General João Baptista de Oliveira Figueiredo (março de 1979 a 1985), filho de Euclides Figueiredo, contra quem Geisel lutara em 1932, na denominada Revolução Constitucionalista de São Paulo.

A respeito desta “Revolução” é oportuno recordar o que dela escreveu a filha e secretária de Getúlio, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, em “Getúlio Vargas, meu Pai”, obra de 1960: “Positivamente, a Revolução Constitucionalista de São Paulo não era nenhuma dessas três coisas. Não era uma revolução. Era uma represália. Não era constitucionalista, pois apenas contribuiu para perturbar a constitucionalização do país. E, por estranho que pareça, também não era paulista. O fermento veio do Rio Grande do Sul e a massa que se servia da juventude e do solo bandeirantes, como campo de batalha, era feita dos grãos de ódio de todos os reacionários, de todos os tempos e de todos os Estados”.

O que fizeram as finanças para impor Figueiredo a Geisel?

O Brasil crescera como poucos países no período de 1967 a 1979. Foi o “Milagre Brasileiro” com a taxa de crescimento do PIB saltando de 9,8% a.a., em 1968, para 14% a.a., em 1973, e a inflação reduzindo de 19,46%, em 1968, para 15,6%, em 1973.
Como é óbvio, este crescimento se deu à custa de investimentos num momento em que as taxas de juros denominadas “prime rate”, nos Estados Unidos da América (EUA) oscilavam entre 6% e 8% (EUA, Federal Reserve).

Porém, as finanças lutavam dentro do capitalismo para se sobrepor ao industrialismo, sendo a energia do petróleo um dos alvos, pois agregava nesta campanha movimentos ecológicos e ambientalistas.

Em 1973 dá-se o primeiro choque do petróleo e em 1979 vem o segundo. O barril de petróleo, que passara desde 1928 até 1968 praticamente no mesmo valor, cresce até quatro (1973) e três (1979) vezes, indo a mais de 100 dólares, em moeda da época, em 1979.

Em 15 de agosto de 1971, o presidente estadunidense rompe unilateralmente com os Acordos de Bretton Woods e as taxas de juros iniciam acelerada elevação, chegando a 13%/15% no fim da década.

O Brasil se endividara, desde 1967, para crescer, investindo e importando até um milhão de barris de petróleo por dia. Ao fim do governo Geisel acumulava a dívida externa de quase 100 bilhões de dólares. Assim deu-se o golpe da sucessão de Geisel e a entrada do neoliberalismo com João Figueiredo.

Para crescer muitas empresas foram constituídas, não somente de economia mista – COBEC, COBRA, DATAPREV, EMBRATER, NUCLEBRÁS, IMBEL – mas igualmente de capitais privados nos polos industriais da Zona Franca de Manaus, petroquímico, em Camaçari, na Bahia, em São Paulo com o programa do Pró-Álcool, no Rio Grande do Sul, no Paraná etc.

Tudo começa a se desmanchar, se desfazer, principalmente atingindo o trabalhador, e, em especial, o homem do campo que merecera de Médici e Geisel os programas de assistência e previdência ((Pro-Rural).

Chegamos, agora, ao fim do caminho. Defendendo um Estado belicista e genocida, que tem como propósito implementar o disposto no livro de Theodor Herzl, “O Estado Judeu” (1895), transferindo (eliminando?) as populações palestina, árabe, de seus territórios até ocupar todo Oriente Médio, sendo a guerra um meio.

E para alcançar este objetivo se valer da relação estabelecida com a aristocracia inglesa, por ocasião da criação do Banco da Inglaterra (1694), e do poderoso e rico lobby sionista no Congresso dos EUA.

Por que o Brasil, país miscigenado e pacífico entra nesta briga e do lado errado?

 Porque está entre nós, como um poder interferindo na vida nacional, a ideologia neoliberal financeira, que tira direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores, que fecha empresas públicas e privadas, como obteve a Operação Lava Jato, e ainda tem ministro que cria polêmica para comprar armas de Israel!
*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

BURACO SEM FUNDO QUE NOS ENFIAMOS * Organização Comunista Arma da Crítica/OCAC

 BURACO SEM FUNDO QUE NOS ENFIAMOS

A última pesquisa Quaest revelou que a aprovação do governo Lula caiu em sua base social. A maior queda foi entre idosos e pessoas que recebem até dois salários-mínimos. A queda entre os idosos, de 59% para 49%, é fácil de entender. Lula anunciou cortes do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para o ano de 2026, pois teria ficado assustado com o aumento do benefício nos últimos anos. O BPC vem sendo usado por pessoas acima de 60 anos que não conseguem mais se aposentar, assim como por famílias cujos filhos adultos com alguma deficiência não conseguem trabalho.

Mas o governo ficou satisfeito?

Não! Lula obteve aprovação no Congresso de uma Lei que permite que o INSS corte a aposentadoria de forma sumária, sem direito de defesa. As medidas atendem à “necessidade” de uma política econômica neoliberal capitaneada por Haddad, que prometeu à Faria Lima déficit zero, o que vem exigindo medidas de contenção de investimentos e direitos sociais. Podem até disfarçar no discurso com papinho de taxar os ricos – o que na prática não ocorreu até agora, pois lucros e dividendos continuam isentos –, mas os dados mostram que o aposentado entendeu o recado do governo.


Os trabalhadores que recebem até dois salários-mínimos também desconfiam do governo – a desaprovação subiu de 26% para 32%. Por mais que os dados gerais da economia apontem alguma melhora, o emprego criado é péssimo, precarizado, com jornada de mais de 10 horas, sem contar o tempo gasto no transporte público, de péssima qualidade e dominado por máfias empresariais e ligadas ao crime organizado, melhorias mínimas são insuficientes para criar algum grau de expectativa positiva. Embora um pouco mais do que antes, os empregos criados pagam pouco, reflexo da reforma trabalhista, que na campanha de 2022 o governo prometeu revogar, junto com a reforma da previdência, mas que até agora não fez nada. 


O PIB pode crescer 10%. Em contrapartida, o emprego, não. No contexto do capitalismo brasileiro, em que as taxas de exploração foram ainda mais acentuadas, a ocupação será sempre ruim, sem qualquer perspectiva de melhora. O neoliberalismo é tão violento que o crescimento do PIB, outrora com recepção mais positiva, não impacta mais na expectativa popular.


Isso explica por que a esquerda tomou um pau nas eleições municipais. Qual política do governo chegou nos municípios para que pudesse ser defendida por candidatos de esquerda? Se o campo progressista quiser ter alguma chance na eleição de 2026, uma mudança de rumo radical precisa ser feita. Caberá essa tarefa às forças populares, operárias e democráticas, que devem construir uma agenda de luta que não dependa das iniciativas do governo.

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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Os partidos brasileiros em 24 * Mário Medina/SP

Os partidos brasileiros em 24

Algumas notas sobre os partidos na eleição de domingo. Pequenos comentários. Apenas uma síntese.

PT

O PT tá se recuperando aos poucos do tranco do golpe de 2016. Mas se engana ao achar que vai reaver seu posto de maior força política no país. A direita tá hegemônica na sociedade, e o PT amarga a ressaca depois de um tempo inaudito, que ficou marcado pelos dois primeiros mandatos de Lula como presidente. Aquele tempo passou e o PT espera ingenuamente que volte. Não vai voltar. A tendência não é essa. O PT fica agora identificado pelos lunáticos direitistas como se fosse um partido de esquerda. Enquanto isso, toca uma política de direita, de frente ampla, e sem eliminar as medidas de ajuste de Temer e Bolsonaro. Ou seja, o PT é um caso sério. É como aquele tipo de pessoa que a gente diz que não se ajuda. Para usar uma linguagem gramciana, o PT deveria optar por uma guerra de movimento. Foi atacado torpemente, semi-esmagado. Precisaria de um movimento contrário em igual medida para reaver terreno. Ao invés disso opta por uma batalha em firmar posições no interior da institucionalidade burguesa. Inutilmente. O partido agora começa a perder base eleitoral no nordeste, o que era considerado impossível de acontecer.

Psol

O Psol já era. O Psol virou o partido identitário. Ideologia aguada, fim de carreira, a cara de uma esquerda oportunista, eleitoreira, que não consegue se sustentar em tempos de crise do capital. Vai desmoronar numericamente. Politicamente já se perdeu. É, na verdade, um balaio de gatos desencontrados, sem rumo teórico, sem identidade de classe. Agora sem um programa mínimo de ruptura com o sistema. O neoliberalismo tragou a esquerda também. O Psol é uma expressão inequívoca de tudo isso.

PSDB

O PSDB acabou, né. Game over. Perdeu os prefeitos e perdeu os vereadores. Ou seja, perdeu tudo o que tinha. O PSDB é um partido sem militância. Seu militante número 1 era o empresário, mas o empresário se bolsonarizou. A sociedade se bolsonarizou, não sobrou espaço pra terceira via. Eles esperam que esse movimento retroceda. Muito difícil de acontecer isso. O que guia a política são as movimentações da economia e da geopolítica. O PSDB é carta fora do baralho.

PSB

O PSB é um partido que opera como um PSDB. Mas o fenômeno da acirrada polarização ideológica joga contra a legenda. Por incrível que pareça, o nome do partido, com "socialismo" no meio, é o suficiente pra limar a agremiação do jogo político que é jogado pra valer.

PDT

O brizolismo manda lembranças. Há muito tempo que não dá pra esperar nada do PDT. É outro partido significativo da redemocratização que vai sumindo aos poucos, vítima de si mesmo, de sua inaptidão política e da diluição de identidade das esquerdas.

PL

O partido de Bolsonaro não conseguiu operar a manobra política que estava pronta em suas mãos. Maior fundo partidário (que é capaz de ter sido drenado em grande parte por corrupção) e sem o aumento de prefeituras que esperava ter, o PL perdeu o pique e foi superado por outros partidos de direita do dito Centrão. Mesmo assim o PL cresceu, fazendo um número impressionante de vereadores. O fator "gado político" de seu público ajuda muito nisso. Os caras são fanatizados, o pastor manda votar, eles vão lá e votam... Enfim, é fácil pra eles a tarefa de fazer vereador. É um fenômeno alucinante de movimento fascista de massas que ainda vai aterrorizar muito o cenário político.

Centrão
 (PMDB, PSD, União Brasil, PP, Republicanos, Podemos, Cidadania, etc)

O lixo se prolifera a uma velocidade assustadora. O brasileiro é enganado com muita facilidade por partidos fisiológicos e sem caracterização política de classe ou ideologia. Já vi muita gente aparentemente ilustrada que vota nos caras, que trata como se fossem gente normal. Esses partidos são a imagem política mais acabada da alienação e da ignorância; são símbolos de um mundo sem razão de ser, um caos, uma fantasia grotesca. Em suma, são o fruto do atraso e do depauparamento cultural. E fazem qualquer negócio por dinheiro. São marionetados com muito êxito pelo poder econômico.

Ou seja...

O quadro geral da política brasileira inspira preocupação. Nada de muito novo no entanto. Tá a mesma merda da eleição passada, com pequenos novos detalhes.

Obs: Falo em perspectiva com o número de políticos eleitos na eleição passada e nessa, conforme o índice de desempenho; e também com relação ao peso dos partidos no debate público.

Tem no UOL um bom gráfico sobre o crescimento ou diminuição dos partidos. O PT aumentou as prefeituras. O PSDB diminuiu drasticamente, além de ter saído apagado no congresso e nas deliberações de relevância da política nacional.

FONTE
&
ANEXO
Entre as oscilações, 4 movimentos muito significativos:

_*1- subida forte e consistente do PSD*_ de Kassab

(_um bom tanto combinada com...)_

_*2- queda brutal do PSDB*_

_*3- subida fortíssima do Republicanos !*_
Mais que Dobrou !!
(Seguido pelo PL, proporcionalmente)

_*4- queda avassaladora do PDT !*_
(Inclusive tomou uma fubecada imensa no Ceará.... Fortaleza e Sobral como exemplos....)

Mesmo em queda total, com a vampirização do PSD e dos demais das Direitas,  o PSDB elegeu mais que PT.

No mais, Direitonas muito fortes, inclusive as *travestidas  de  "Centrão"*....
*
MOVIMENTO ANTIFASCISTA NO MUNDO

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

É INCONTORNÁVEL TER QUE ENFRENTAR A FINANCEIRIZAÇÃO E A AGROMINERAÇÃO * Organização Comunista Arma da Crítica/OCAC

É INCONTORNÁVEL TER QUE ENFRENTAR A FINANCEIRIZAÇÃO E A AGROMINERAÇÃO
Organização Comunista Arma da Crítica
OCAC

Durante a Assembleia Geral da ONU, Lula, com Haddad a tiracolo, visitou agências de classificação de risco em Nova York. Haddad, em entrevista à imprensa, pontuou sobre as perspectivas de o Brasil obter o grau de investimento. A despeito da estranheza do fato de um presidente se reunir com agências de classificação de risco, isso denota uma linha política, uma situação em que se meteu o governo.

No mesmo diapasão, Lula se reuniu com Úrsula van der Leyen, a burocrata que comanda a União Europeia sem voto e que promove a guerra na Ucrânia. Certamente, a tertúlia entre os dois dignatários deve ter tratado das desventuras de Zelensky. Mas só en passant. O objetivo do encontro era tratar do travado acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul.

E mais um fato. A adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota da China só seria discutida após as eleições americanas, em novembro.

Três episódios aparentemente desconexos que só podem levar a uma conclusão. O governo Lula aposta na captação de investimento estrangeiro. Ou seja, Lula tenta sair da sinuca de bico em que seu ministro da fazenda enfiou o seu governo.

Outro exemplo dessa encalacrada que Haddad enfiou o governo por causa do arcabouço fiscal, com sua busca desesperada por economizar os gastos, é a sanção por Lula da Lei 14.973. Para garantir por mais alguns anos a desoneração da folha de salário, o que interessa aos grupos capitalistas, a lei faculta ao INSS suspender benefícios com indícios de fraudes. Os maiores atingidos serão aposentados e pensionistas, que poderão ter seus benefícios suspensos automaticamente sem uma investigação completa. Abre-se espaço para a violação do direito ao contraditório e da ampla defesa.

A nova versão da lei do Teto, o Arcabouço Fiscal, impede o governo de fazer investimentos e completar as obras paralisadas. As diversas regras fiscais engessam a ação governamental. O empresariado se contenta em receber juros da dívida pública à taxa Selic, especular com ações da Petrobrás, importar mercadorias da China e plantar soja. A burguesia brasileira não aportará um parafuso de capital constante. A taxa de formação de capital fixo não repõe sequer a depreciação.

A experiência histórica mostra que capital estrangeiro por si só não vai garantir desenvolvimento. Só nos últimos doze meses, o Tesouro Nacional pagou 780 bilhões de serviço da dívida. Capital existe. Porém, a burguesia brasileira consome o capital acumulado. Enquanto isso, Lula gasta seu prestígio para arrumar uns caraminguás com EUA, União Europeia e China.

Essas medidas do governo buscam contornar um conflito cada vez mais incontornável: o enfrentamento da agromineração exportadora e da especulação financeira como eixos da acumulação do capital. Ambos proíbem a economia de crescer mesmo nos marcos do capitalismo. Por isso que mesmo a economia apresentando alguns dados positivos, eles são insuficientes para reverter a destruição do tecido social provocada pelo projeto ultraliberal. Medidas mais profundas e radicais se fazem necessárias se quisermos esvaziar as ameaças representadas pelo fascismo.

Caberá essa tarefa às forças populares, operárias e democráticas, que devem construir uma agenda de luta que não dependa das iniciativas do governo.
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terça-feira, 1 de outubro de 2024

QUEIMADAS NA CRISE CLIMÁTICA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

QUEIMADAS NA CRISE CLIMÁTICA
Aforismos 2

1 - Uma andorinha só
não faz verão,
outras virão

2 - O artificial encanta o boçal
3 - Quem posta inteligência nas redes sociais
é agredido por boçais

4 - O tosco faz sucesso,
o sábio é um fracasso

5 - O mundo é dos ricos
- diz-se por aí -
com quem eu fico?
Com quem quer mudar isso daí

6 - Não adianta,
idiotas não vão conseguir
me fazer parar de rir

7 - Nem que a vaca tussa
deixarei de rir de sua fuça

8 - Não fique só na fossa,
sempre cabe mais um nessa joça

9- Sendo que tudo que sei é que que nada sei
como fiquei sabendo?

10- Na realidade
o que está acontecendo é preguiça
de refletir a realidade

11 - Obras não convencem fascistas,
nem o combate a fome,
preferem o meme

12 - Depois de conseguir um emprego,
comprou uma bicicleta e a enfeitou
com os símbolos de quem o desempregou

13 - Quem tá botando fogo nas matas
é pop e é tech,
paga em espécie,
não usa talão de cheque

14- Nesse contexto confuso
há que aperte parafuso
ao contrário,
como todo idiota
nutre-se de patriota

15 -Bajula o rico pra tornar-se um,
sem grana pra uma garrafa de rum

J Estanislau Filho
Paródia ao Poema "Minha terra tem palmeiras"

Onde sofre o sabiá
As aves que estão com ele
Já não têm onde pousar

Nosso céu tem mais fumaça
Nossas várzeas menos água
Nossos bosques têm mais fogo
Nossa vida tem mais mágoa

Em cismar, sozinha, à noite
Me preocupa o que virá
As palmeiras da minha terra
Estão ardendo sem parar

Minha terra tem senhores
Que se acham imortais
Eles cismam que são donos
De florestas e animais
Incendeiam minha terra
Pra ter pasto e ganhar mais

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu veja estes chacais
Sendo presos e pagando
Por seus crimes abissais
Sem que eu veja o Bem-Viver
Já aqui, sem tardar mais...

(Ir. Carla - Desabafo a Gonçalves Dias em tempos de queimadas criminosas)
UM PAÍS EM CHAMAS

A quem interessa tantas queimadas?
A quem interessa passar a boiada?
A quem interessa o extermínio das comunidades indígenas?
A quem interessa anistia para aqueles que tentaram um golpe?
A quem interessa um golpe?
A quem interessa a privatização do SUS?
A quem interessa a privatização das Universidades Públicas?
A quem interessa escolas cívico-militares?
A quem interessa escolas confessionais?
A quem interessa uma ditadura?
A quem interessa o mercado da fé?
A quem interessa a EBSERH?
A quem interessa as Bets?
A quem interessa a destruição de instituições democráticas?
A quem interessa a liberação de armas de fogo?
A quem interessa uma reforma administrativa neoliberal?
A quem interessa a não tributação das grandes fortunas?
A quem interessa os juros elevados?
A quem interessa a produção e disseminação de fake news?
A quem interessa a desregulação das mídias sociais?
A quem interessa políticas públicas neoliberais?
A quem interessa o fim da estabilidade dos servidores públicos?
Quem ganhou com as reformas trabalhista e previdenciária?
A quem interessa destruir a autonomia universitária?
Quem ganhou com a reforma do ensino médio?
A quem interessa o fascismo?
A quem interessa a ignorância?
A quem interessa a cassação do deputado federal Glauber Braga?
E quem se importa, verdadeiramente, com tudo isso?

Wladimir Tadeu Baptista Soares
Cambuci/Niterói - RJ
Nordestino
15/09/2024
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