segunda-feira, 10 de novembro de 2025

BYE BYE DITADURA * Adão Alves dos Santos/SP

BYE BYE DITADURA
"CRÔNICAS PARA ORGANIZAR TOMO MMXXIV"


ENTRE PRAÇAS


a) minha memória vai à base aérea de "Val-de-Cans" os anos eram de chumbo, os corpos mortos "pedaços de carne", não eram vítimas da repressão, ah, ainda estavam vivos, por mero detalhe, já que suas vidas poucos valiam, eles enfrentavam o regime, o regime como em qualquer seita, é soberano.

Eu ouvi tal relato, de um ébrio, no "VER-O-PESO", peguei um táxi, corri para o aeroporto, se houvesse sangue no chão, tinha sido lavado, era inútil minha falsa credencial de repórter, não passou do saguão. Isto no dolorido ano de 1970, depois da copa, depois da seleção, ir a Brasília, tirar fotos com o ditador de plantão, o cara que estava azul, mas, "sentando a pua" slogan nos aviões da FAB, nas campanhas na terra da bota, ah, o presidente era Emílio Garrastazu Médice, um dos mais "tortuosos" e assassinos anos da ditadura, quando voltei ao mercado, nem sombras do ébrio, nem nas minhas viagens seguintes, à terra do Círio de Nazaré.

Apesar, desta, que não é, mina única lembrança ruim de Belém do Pará, lá tenho muitos amigos, lá, participei de "FORUNS SOCIAIS MUNDIAL" e de encontros da educação popular, o bairro da Pratinha, nos muros da base aérea, a cerâmica Marajoara, a casa do seu Bajico e da D. Inês, meus velhos novos amigos, amigos dos tempos dos fóruns, não dos anos de chumbo.

"VER-O-PESO, HANGAR, DOCAS" espaços de concentração popular, praça da República, praça quinze, seus mangueiras derrubando mangas nas ruas, mangas, ainda com o verde na casca, poupa amarela, sem nenhum fiapo, um prato de açaí com farinha, uma cuia de tacacá, tudo isto são memórias de além& século, são memórias vivas e descartáveis, por qualquer um que vá a Belém do Pará.

Mas, a lembrança que não sai da memória são as palavras de ébrio, verdades, realmente, não sei.

Seu que as praças de hoje em Belém do Pará, estão cheias de vendedores ambulantes, vendendo iguarias, que só em Belém há, tudo isto por causa e consequência, de um cara, muito boa praça, o tal do Luiz Inácio, que muito diferente do cara que sentava na praça, aquele humorista que nos tempos, tortuosos tempos da ditadura, fingia, ou deixava transparecer, que não jorrava sangue nos porões da ditadura, ele, poderia até não saber mesmo, só que hoje, depois de tudo revelado, depois do juizeco, o marreco de Maringá, ser exposto, ele ainda não mudou o discurso.

Há, realmente, no mínimo , quatro , na verdade muito mais, falemos destes quatro tipos de praças, os pracinhas do exército, aqueles que o deputado Rubens Paiva, recomendou para que os pais de boa índole, não deixassem suas filhas dançarem, o Rubens Paiva, teve seu sangue lavado, deu corpo desaparecido, o ébrio tinha razão, as as praças das iguarias, não só em Belém Pará, há o boa praça Luiz Inácio.

Há, o cara da praça, que era "nossa" nos tempos" da ditadura, acho que a praça, era mesmo da ditadura.


Adão Alves dos Santos/SP"
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