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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

RACISMO E MERCADO DE TRABALHO * Rômulo Jr/PR

RACISMO E MERCADO DE TRABALHO

O problema é que a própria formação da classe trabalhadora no Brasil é fruto de uma herança escravocrata, colonialista, que tem o povo preto como um dos seus principais marcadores sociais, e isso não pode ser ignorado, pois é muito claro quando falamos de racismo estrutural.


Isso faz com que não seja possível discutir uma emancipação da classe trabalhadora sem falar no racismo enquanto estrutura fundadora da sociedade de classes que temos. O mercado de trabalho racista de hoje é o puro e concreto reflexo disto tudo, porém muito além disto vale acrescentar que o mercado de trabalho também é elitista e segregacionista.

Porém para compreender este processo de formação dentro de uma linha cronológica histórica, é preciso que se volte um pouco no tempo e se faça uma análise do período histórico do Brasil e do mundo desde o período do fim da "escravidão" em meados do início do fim do século XIX com a aprovação favorável pelo senado a favor da lei áurea criada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888 que aboliria, e colocaria o fim na era escravocrata no Brasil.

Período este marcado por grandes agitações e mudança na estrutura mundial, principalmente pelo mais impactante e tendencioso de todos eles, a Revolução francesa, que instaurava uma nova classe dominante mundial, hoje conhecida como burguesia. Este processo de mutação na estrutura dominante mundial, não deixaria de impactar de forma avassaladora o Brasil e toda sua estrutura econômica que ainda resistia como um dos únicos países a manter a utilização de mão de obra escrava em sua atividade econômica, enquanto as principais nações do mundo que se utilizavam do mesmo modelo de força de trabalho já haviam dado "liberdade" aos negros escravizados.

Diante disto era preciso pensar um plano de ação alternativo, para que a estrutura econômica agora regida por uma nova casta continuasse a funcionar e manter suas engrenagens, pois por mais que não houvesse mais mão de obra " escrava" o negro ainda continuava sendo negro, estigmatizado, pobre e sem nenhuma perspectiva de se auto sustentar ou alimentar-se, pois não trabalhava mais nos campos de engenho. Era " livre"; diante disto e de uma série de outras razões surge o" mercado de trabalho" que traria em seu DNA não somente toda a bagagem do período escravocrata colonialista nacional, mas também se apropriaria da necessidade de toda mão de obra necessária de negros, brancos, imigrantes e desprovidos de posses que fora gerado desta nova estrutura burguesa conhecida hoje como capitalismo.

O mercado de trabalho capitalista que fora criado para manter sua própria estrutura, utilizando-se de mão de obra barata, logo percebeu que devido a real necessidade dos negros, agora "livres", que poderiam colocá-los nos bolsões de suas estruturas e assim disponibilizar os "piores" cargos, afim de massagear o ego de uma parcela de trabalhadores, que se sentiam superiores por serem brancos, imigrantes ou descentes de europeus, e assim foi-se construindo o mercado de trabalho até os dias de hoje.

Contudo, não é difícil entender que o mercado de trabalho ao longo dos anos, foi formado apenas para ampliar o modelo de dominação/escravidão da classe trabalhadora e de bônus ampliou o modelo e o seu contingente, acrescentando em sua estrutura o pobre necessitado ao qual faz parte o negro "livre" , fruto do passado escravocrata, e tudo sob uma falsa óptica de liberdade, assim preenchendo o ego daqueles que não se enxergam pertencentes a esta engrenagem ou aqueles que são tidos com excepcionais ( Pelé, Milton Nascimento, Joaquim Barbosa) por terem 'vencido na vida", desconstruindo assim qualquer narrativa de um falso vitimismo. 

O mercado/sistema é PHDD.... Mas somente sobre a mente daqueles que não são críticos e não tem conhecimento de sua própria história!!!
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sábado, 5 de fevereiro de 2022

POR MOISE ATÉ À VITÓRIA FINAL * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT-BR

POR MOISE ATÉ À VITÓRIA FINAL
-Memorial Moise (Foto G1)

REPÚDIO À MORTE DE MOISE

Repost @oficialportela


O G.R.E.S. Portela entende que o papel de uma escola de samba não pode ser apenas fomentar a cultura e promover entretenimento. 


Como braço da Sociedade Civil, cabe às agremiações carnavalescas ajudar na expansão da cidadania, especialmente para quem vive em suas comunidades imediatas. 


Da mesma forma, um enredo não pode ser apenas um mote para a produção de alegorias e fantasias, pois é fundamental passar uma mensagem que, além da relevância cultural, inspire, por exemplo, a descoberta da própria identidade.


Ao escolher um enredo sobre os Baobás, reforçamos nossas raízes africanas, redescobrindo os caminhos que nos trouxeram até aqui. 


Evocamos nossa ancestralidade, a energia de nossos antepassados que, num tempo cada vez mais distante, após atravessarem o oceano, ensinaram para seus descendentes os valores, os costumes e, mesmo acorrentados, o movimento de seus corpos, que um dia se libertaram dos grilhões e dançaram samba. E é por isso que hoje estamos aqui, como o legado dos escravizados, o resultado dos esforços de seus filhos e netos, que são nossos fundadores. 


Moïse Kabagambe era africano. Moïse Kabagambe era morador de Madureira. Moïse Kabagambe foi estudante do Colégio Estadual Compositor Maneceia José de Andrade, que leva o nome de um dos nossos baluartes. 


O G.R.E.S. Portela entende ser necessário, tendo como pilares o peso de nossa história e a representatividade que conquistamos para a cultura popular do Rio de Janeiro, que unamos nossa voz ao grito uníssono que repudia os atos violentos que levaram ao brutal assassinato deste jovem Devemos isso aos povos africanos, que homenageamos no enredo de 2022, e a todos os negros que, um dia, construíram nossa escola, e que no presente mantém pulsando a nossa essência. 


Clamamos por um mundo em que o racismo deixe de se manifestar nas estatísticas de assassinatos, e que a vida humana seja respeitada como princípio fundamental em nossas relações sociais.


Por Moïse Kabagambe. Por todos os congoleses, angolanos e nigerianos que desfilam na Portela. Por todos os negros que nos mantém conectados ao que realmente somos. E jamais podemos deixar de ser.

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NOTA DE REPÚDIO À MORTE DE MOISE


Nós, dos Acadêmicos do Salgueiro, sempre nos orgulhamos de cantar a tradição africana. Somos uma escola nascida em uma comunidade simples do Morro Do Salgueiro, que carrega o sangue africano. Cantamos grandes heróis como Zumbi, Chicos e Chicas que formaram a cultura brasileira. Em 1971, contamos a visita do Mani Congo, ou Rei do Congo; uma “embaixada” da região que já no século XVII vinha ao Brasil com a esperança de dias melhores. Um dos títulos desse rei, era o de “Senhor do Condado dos Sonhos”, mas cada vez mais temos a certeza que o Brasil está longe de ser esse país dos sonhos , como nos mostrou também o assassinatode Durval Filho . Vivemos um verdadeiro genocídio do povo preto e não à toa, resolvemos cantar a Resistência.

Nós, Salgueirenses,  nos colocamos ao lado dessas vítimas e, especialmente nesse momento junto à memória de Moïse, o senhor do condado dos sonhos, brutalmente assassinado.

BASTA, CHEGA!

Não podemos mais admitir que continuemos recebendo chibatadas físicas e emocionais.

SEÇÃO DE VÍDEOS

AQUILOMBADOS DE VERDADE
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BADERNEIRO QUEIMANDO O FILME
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ATO MOISE SP
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FIST POR MOISE
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SEÇÃO DE FOTOS










CRÉDITOS:
GT03ATODODIA05/02
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