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terça-feira, 26 de agosto de 2025

GERALDO VANDRÉ: A VIDA NÃO SE RESUME EM FESTIVAIS * Dalva Silveira /MG

GERALDO VANDRÉ: A VIDA NÃO SE RESUME EM FESTIVAIS

Hoje, 26 de agosto de 2025, completam-se 14 anos em que lancei o meu primeiro livro “Geraldo Vandré, a vida não se resume em festivais”, em Belo Horizonte/MG. Foi um dos dias mais felizes de minha vida, pois, além de realizar um grande sonho, eu estava na cidade em que nasci e, assim, pude contar com o apoio e o calor humano de amigos, familiares e fãs do grande compositor! Era o ano de 2011 e passado sete anos, em 2018, tive a honra de conhecê-lo e saber que ele havia gostado de minha obra. Aí minha felicidade foi completa. Essa publicação representa um grande marco em minha trajetória, então, hoje é dia de agradecer, novamente, pela existência do compositor e à todos que, de diferentes modos, tem me apoiado no trabalho de levar adiante o nome e a obra do grande artista que o governo militar tentou apagar da memória coletiva nacional.
CAMINHANDO
GERALDO VANDRÉ

quarta-feira, 2 de abril de 2025

QUEM NÃO CONHECE A HISTÓRIA ESTÁ SUJEITO A REPETI-LA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

QUEM NÃO CONHECE A HISTÓRIA ESTÁ SUJEITO A REPETI-LA
"Vou morrer?"
‘Vai, agora você vai ter que ir’
‘Eu quero morrer de frente’
‘Então vira pra cá’

Dinalva Conceição Oliveira Teixeira virou e encarou o executor nos olhos.Transmitia mais orgulho que medo. O militar acertou no peito de Dinalva uma bala de pistola calibre 45. Logo em seguida, levou um segundo tiro na cabeça.

Ela, junto com outros jovens, lutou contra a ditadura militar que se instaurou no Brasil. Há relatos de que, inclusive, ela foi presa já grávida em seus últimos meses de gestação. Pouco se sabe sobre seu estado e as torturas que sofreu, exceto que, quando foi executada, já estava bem magra, fraca e cheia de marcas.

Ela, junto com outros jovens, morreu buscando a liberdade que hoje vemos ameaçada. A História tá aí pra lembrar a gente. Lembrar pra nunca mais esquecer.
"STF publica mensagem sobre golpe de 1964: 
lembrar para não repetir

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta segunda-feira (31) em seus perfis oficiais nas redes sociais uma mensagem alusiva ao golpe militar de 1964, que deve ser lembrado “para que nunca se repita”, diz o texto.

O golpe civil-militar de 1964, que completa 61 anos nesta segunda, marcou o início de uma ditadura comandada por generais no Brasil que durou 21 anos, período no qual eleições diretas foram suspensas e a liberdade de expressão e oposição política restringidas.

“Há 61 anos, direitos fundamentais foram comprometidos no Brasil: era o início da ditadura militar, que perdurou por 21 anos. A redemocratização veio com participação popular e uma Assembleia Constituinte, que elaborou a Constituição Federal de 1988 - a Lei Maior, que restabeleceu garantias, o direito ao voto, a separação dos Poderes, princípios e diretrizes para regir o Estado Democrático de Direito”, lembra a publicação do Supremo.

O post, publicado nas redes Instagram, X e Facebook, conclui afirmando a importância de falar sobre a data: “lembrar para que nunca mais se repita. Hoje e sempre, celebre a democracia e a Constituição Cidadã”. A publicação também celebra a democracia como “sempre o melhor caminho”.

No ano passado, o próprio Supremo julgou ser inconstitucional empregar dinheiro público para comemorar o golpe militar de 1964. O entendimento que prevaleceu foi o de que o sistema democrático estabelecido com a Constituição de 1988 não comporta a busca por “legitimar o regime militar”, conforme escreveu o ministro Gilmar Mendes à época.

A mensagem publicada pelo Supremo coincide com a abertura da primeira ação penal desde a redemocratização a colocar no banco dos réus um ex-presidente - Jair Bolsonaro - e mais sete aliados denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentarem, sem sucesso, um golpe de Estado. O plano teria sido colocado em prática entre os anos de 2021 e 2023.

No mês passado, o Supremo também decidiu, por unanimidade, que irá rever seu entendimento sobre a Lei da Anistia, sancionada em 1979 pelo general João Baptista Figueiredo, último ditador do regime militar.

Os ministros da Corte deverão discutir se a anistia ampla e irrestrita, conforme determinada pela lei, se aplica a casos de crimes continuados como o de sequestro e ocultação de cadáver.

A reabertura da discussão sobre a Lei da Anistia foi feita nos recursos que tratam da Guerrilha do Araguaia, maior movimento armado de resistência rural ao regime militar, e do deputado Rubens Paiva, que foi sequestrado e morto por agentes da ditadura.
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RECITAL GERALDO VANDRÉ
ENTREVISTA JESSE JANE
CANAL FAIXA LIVRE

A professora aposentada do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH-UFRJ) e membro da Coalizão Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia Jessie Jane Vieira de Souza analisou o que a ditadura civil-militar, que completa 61 anos nesta terça-feira (1º), produziu para o país, avaliou o comprometimento da grande imprensa com os ideais democráticos nos dias atuais e citou os efeitos que o capitalismo dos negócios produz na subjetividade da classe trabalhadora.
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quarta-feira, 22 de março de 2023

MÚSICA E POESIA NA CAPITANIA DE WANMAR * Geraldo Vandré/PB

MÚSICA E POESIA NA CAPITANIA DE WANMAR


 Hoje completa cinco anos em que Geraldo Vandré, depois de 50 anos, voltou a cantar num palco brasileiro. O histórico recital, intitulado “Música e Poesia da Capitania de Wanmar” aconteceu nos dias 22 e 23 de março de 2018, na Sala Maestro José Siqueira do Centro Cultural José Lins do Rego, em João pessoa/PB.    Tive o prazer de estar presente nestes memoráveis eventos. Então, o seu  produtor cultural, Darlan Ferreira,  me motivou a criar um vídeo sobre o momento, assim como um amigo, o Gustavo Lima de Carvalho, fez a edição e a montagem do vídeo. Importante dizer que foi o Gustavo, também, que  teve a ideia e foi o responsável pela criação do meu canal. Gratidão ao grande compositor, aos envolvidos no evento, aos amigos que lá estiveram comigo e a estes dois incentivadores!  

Assista a esse vídeo  que inaugurou o meu canal e  hoje conta com 1714 visualizações. Se gostar,  inscreva-se no canal,  curta,  comente e compartilhe!


Abraço da

DALVA SILVEIRA - MG
GERALDO VANDRÉ - PB

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Geraldo Vandré completa 87 anos * Profª Dalva Silveira - MG

Geraldo Vandré completa 87 anos

Hoje, 12 de setembro de 2022, Geraldo Vandré completa 87 anos e considero a ocasião propícia para falar de Amor. Então, para homenagear o artista, que o governo militar tentou apagar da memória coletiva nacional, postei um vídeo que apresenta “Quem quiser encontrar o amor”, música, de 1961, que incorpora elementos da Bossa nova e engajamento (Link: https://youtu.be/nV-fpUd__jo)  Se gostar, inscreva-se no meu canal, curta, comente e compartilhe! 


Também apresento um fragmento de meu livro que trata sobre o surgimento da composição: [...] voltando ao Rio de Janeiro, pediu a Carlos Lyra uma de suas canções, recebendo a sugestão para que ele mesmo fizesse uma letra. Assim nasceu “Quem quiser encontrar o amor”, sua primeira música feita em parceria:


Quem quiser encontrar amor

Vai ter que sofrer

Vai ter que chorar

Amor assim não é amor,

É sonho, é ilusão 

Pedindo tantas coisas 

Que não são do coração

Quem quiser encontrar o amor

Vai ter que sofrer

E ter que chorar

Amor que pede amor

Somente amor

Há de chegar

Pra gente que acredita

E não se cansa de esperar

Feliz então sorrindo

Minha gente vai cantar

Tristeza vai ter fim

Felicidade vai ficar

Quem quiser encontrar o amor

Vai ter que esperar



(Geraldo Vandré - A vida não se resume em festivais, Dalva Silveira, Fino Traço, 2011, p. 44)

Abraço da Dalva Silveira - MG

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Dia do Trabalhador * Dalva Silveira / MG

Dia do Trabalhador

Comecei a trabalhar aos dez anos. Era o ano de 1978.
Só assinaram a minha carteira no ano de 1986.
Ainda assim, já contribui mais de 32 anos com a Previdência Social.
Portanto, iria me aposentar em dezembro de 2021.
Mas serei ESCRAVIZADA até dezembro de 2024.
PENSO QUE ISSO É UMA VIOLÊNCIA INSTITUCIONALIZADA!


Motivo:

NOVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA DE 2019, proposta pelo atual desgoverno do dito presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO e aprovada pelos SEUS COMPARSAS.

Importante dizer que, na época das tramitações para a impiedosa medida, lutei com todas as minhas forças contra um ato que representa enormes perdas de direitos dos trabalhadores. Mas, vi esse desgoverno escravizar o povo brasileiro e, junto a isso, a mídia e todas as distrações diárias tornarem grande parte da população apática e/ou enganada com relação a uma mudança tão séria, que impactará na vida de todos os brasileiros. A médio prazo, veremos idosos desempregados e sem meios de sobrevivência. Estou muito triste, porém, meu desalento se apresenta ainda mais intenso por constatar que o milenar sistema de dominação é mais robusto e sofisticado do que pensamos. Carrego comigo, além da dor da perda da aposentadoria, a lembrança da falta de uma resistência massiva, pois, um grande eco não veio nem sequer de muitas instituições de oposição, de onde, no passado, eu depositava grande parte de minhas esperanças.

Portanto, neste Dia do Trabalhador, NÃO TENHO NADA A COMEMORAR, pois, além dessa medida, vejo tantas outras perdas da classe trabalhadora que estou sem ânimo para enumerar... estou muito cansada...

Dalva Silveira - MG em 01/05/22
***

sexta-feira, 18 de março de 2022

COVID.19 - 17 de março de 2022 * Dalva Silveira / MG

 COVID-19 17 de março de 2022

ANTOLOGIA POÉTICA NOVO DECAMERON


Hoje faz dois anos em que o prefeito Alexandre Kalil decretou a suspensão temporária das atividades com potencial de aglomeração de pessoas, devido à Pandemia de COVID-19, em Belo Horizonte/MG (vigor a partir de 20-03-20). A percepção de que uma nova e atípica situação seria enfrentada devido a esse ato e a ordem geral “Fique em casa”, trouxe-me  susto, medo, desespero e  incerteza frente ao futuro. Sendo assim, movida pela emoção do momento histórico, escrevi  vinte e três poemas na primeira fase do Distanciamento Social. Então, como considero importante rememorar e refletir sobre essa pandemia, que  atingiu a humanidade em escala mundial e trouxe com ela grandes conseqüências culturais, econômicas, políticas e sociais,  compartilho agora um dos dois poemas sobre o tema, dentre os dois que foram publicados na oportuna Antologia Poética NOVO DECAMERON ( Starling, 2021)

Coronavírus e incógnitas 


Surge um vírus!

E vira o mundo 

de cabeça para baixo.

Acho, não acredito!

Então, medito...

Reflito...


Fito um argumento fixo, extremo:

risco de morte!

O cessar do bem supremo!

 Temo! E sob o medo,

 medonhas leis se impõem!

Então, sem chão, tremo...


Sou simples mortal!

Pessoa do povo,

E me sinto num ovo!

E como morto-vivo, 

sinto saudades dos abraços,

e até dos amassos 

nos coletivos,

quando todos respiravam sem temor,

num tempo antes do terror! 


Sinto-me em ditadura!

numa dura indeCISÃO! 

Se saio fico doente,

se fico, doente então...

Assim a internet avança...

e a quase todos alcança!


Quanto horror!

O que me resta?

Cuidar-me frente à incógnita,

Conheço muita gente inóspita,

que sem bombas,

sem  armas,

sem grandes gastos 

e com muito lucro,

arma, mata e desconhece o luto!


Tudo está no ar...

Existiram duas guerras mundiais...

E tantos outros ais...

Ah!  porque duvidar?

Os estragos e prantos são tantos...

que prefiro não contar... 


No momento,

Estou levada pelo vento, perdida,

não vejo uma saída

 e não posso sair!

Sigo, secando a ferida, 

partida e temendo o partir... 


Dalva Silveira / MG

(criado em 20 de abril de 2020)

https://www.instagram.com/p/CbNyHGEpdf5/?utm_medium=share_sheet


quinta-feira, 24 de junho de 2021

GERALDO VANDRÉ EM JOÃO PESSOA * DALVA SILVEIRA /MG

 Geraldo Vandré Em João Pessoa: um concerto e um encontro   de puro sentimento e arte* 

Dalva Silveira - MG*

Torno público agora um texto escrito no calor dos acontecimentos e preenchido por impressões e sentimentos pessoais acerca da cidade, do histórico concerto e do encontro com o memorável artista. Esses eventos, por serem extremamente sensíveis, estão longe de ser completamente dizíveis. Sendo assim, tentarei compartilhar um pouco de minhas lembranças sobre esses momentos valorosos de minha vida. Continue aqui https://letrastaquarenses.blogspot.com/2018/04/geraldo-vandre-em-joao-pessoa-um.html 

domingo, 9 de agosto de 2020

Dom Pedro Casaldáliga * Dalva Silveira / MG

Perdemos mais um ser humano eterno:

nosso resistente bispo Pedro Casaldáglia

 

(16/02/1928- 08/08/2020)

 

Dentro de minha crença de que é preciso levar adiante o nome daqueles que acreditaram e lutaram por justiça social, rememoro agora uma das grandes  batalhas do grande bispo  Pedro Casaldáglia,  presente no meu livro “De Realidade a Caros Amigos: a Turma do Ex-, imprensa alternativa e seu legado (Letramento, 2018)”.

 

(Deixo aqui, também, em destaque,  um trecho do texto, convite a  uma reflexão para os que  acreditam, sem fazer uma minuciosa pesquisa, que a época da ditadura a política era diferente e a   vida do brasileiro era melhor: “nosso conflito inicialmente se configurou com o latifúndio capitalista, que esmagava o nosso povo e impossibilitava o futuro do nosso povo”.

Dalva Silveira

 

A ditadura militar também perseguiu célebres inimigos no campo religioso e o Ex- denunciou esse fato. Exemplo disso foi a matéria “Deus é grande, a mata é maior”, com fotos e texto do jornalista Alex Solnik. Nela, veem-se relatos do espanhol Pedro Casaldáglia, bispo de São Félix, região do Araguaia, ao norte do Mato Grosso. O texto revela que o título da reportagem foi emprestado dos sertanejos, que começaram a utilizar a expressão depois que o local foi destinado “à criação extensiva de gado, com incentivos da Sudam, em 1966” (Ex-, n. 16, p. 12, nov. 1975). A região, que possuía 150 mil km², agora estava dividida em apenas 73 propriedades, com tamanhos que variavam de 100 a 2.000 km². Porém, uma delas, a Suiá-Missu, do grupo Liquigás, era considerada a maior fazenda de gado do mundo, com 5.000 km². Os conflitos já se iniciaram em 1966, quando “grandes proprietários, que haviam comprado as fazendas ‘no mapa’ passaram a expulsar quem encontrassem em suas terras: índios ou posseiros de até 25 anos atrás” (Ex-, n. 16, p. 12, nov. 1975).

 

De acordo com a reportagem, dom Pedro Casaldáglia, que era o pastor de 70 mil almas da região, era “o primeiro bispo ameaçado de ser expulso do país” Ex-, n. 16, p. 12, nov. 1975. E isso estava acontecendo porque, frente às várias reclamações dos posseiros que estavam sendo expulsos da terra, ele e sua equipe resolveram, inicialmente, registrar os acontecimentos: “[...] começamos a tomar dados, a arquivar, a escrever. Os problemas, as situações semelhantes, iam se multiplicando” (Ex-, n. 16, p. 14, nov. 1975). Frente a essa constatação, tomaram uma atitude que incomodou os latifundiários capitalistas, que puderam contar com o apoio do governo na tentativa de expulsão do bispo, como pode ser visto neste seu relato:

Começamos a mandar cartas, documentos, relatórios, pedidos, reclamações, às diferentes autoridades estaduais e federais. Nosso conflito não foi diretamente nunca com o Exército ou Polícia, [...]. Nosso conflito inicialmente se configurou com o latifúndio capitalista, que esmagava o nosso povo e impossibilitava o futuro do nosso povo. É uma questão de vida e morte que nós tentamos resolver. Automaticamente, como esse latifúndio capitalista vinha acobertado por um sistema, por um governo, por uns órgãos de segurança, da Polícia, nosso conflito foi se globalizando, não de nossa parte, mas da parte deles Ex-, n. 16, p. 14, nov. 1975.


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