segunda-feira, 8 de julho de 2024

TOLERÂNCIA ZERO COM A INTOLERÂNCIA * (Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT)

TOLERÂNCIA ZERO COM A INTOLERÂNCIA
Vamos recordar um pouco de história!

O ano era 1766. Na católica França, após a profanação de um crucifixo, uma histeria coletiva toma conta da cidade de Abbeville. Por intrigas e de forma caluniosa, um jovem Chevalier (Cavaleiro), portanto pertencente a nobreza local, chamado François-Jean Lefebvre de La Barre, foi acusado de cantar músicas blasfemas e de não ter tirado o chapéu diante de uma procissão pública. O juiz local o condenou a ter a língua perfurada, a mão direita cortada e a ser morto. O famoso filósofo e crítico eclesiástico, Voltaire interviu, tentando mostrar a monstruosidade e a inaplicabilidade de uma pena assim desproporcional ao Chevalier. Não obteve sucesso. O jovem teve sua pena comutada: não lhe foram perfuradas a língua nem teve a mão cortada, no entanto teve as pernas quebradas e após ser decapitado, teve seu corpo queimado juntamento com uma cópia do Dicionário Filosófico de Voltaire. Ele tinha 19 anos de idade.

Esse é um fato, ocorrido há 258 anos trás. Muito tempo? Será? O pêndulo da história está mostrando que o fanatismo religioso está em pleno vigor no século XXI e não apenas nos países islâmicos, como geralmente se veicula. Durante séculos o ocidente viveu sob a égide do fanatismo religioso, que regrediu, mas que nunca foi debelado totalmente. A religião perdeu os espaços de poder, isso trouxe oxigênio para as mentes dos teólogos e das lideranças religiosas, dando ao Estado a liberdade de afastar-se das armadilhas religiosas para assumir o cuidado da sociedade na sua totalidade. Houve muitos avanços nesse sentido.

O retrocesso, no entanto, se sente, se faz audível. O atual parlamento, lotado de fundamentalistas religiosos católicos e evangélicos é um reflexo de parte considerável da sociedade brasileira. Gente de parca formação, baixíssima capacidade cognitiva e de rompantes religiosos, se empossou do parlamento, tentando impor pautas religiosas a uma sociedade plural. E eles têm conseguido. Se não há mais retrocessos é porquê a magistratura atual, muito melhor formada e mais pautada pela laicidade do Estado e pelas linhas da Constituição de 1988, têm impedido retrocessos maiores. Porém, até quando? Logo mais esses grupos fundamentalistas estarão também nos espaços jurídicos, aliás, já estão entrando e com projetos reacionários.

O vírus da teocracia sobrevive na atual e frágil democracia ocidental. Quando parece que o ser humano não consegue mais pôr ordem na casa, volta-se a chamar a religião para colocar “cosmos no caos”, impondo à sociedade como tal pautas que pertencem a uma parte desta. Alguns dizem, frequentemente, que a sociedade é religiosa, apesar de o Estado ser laico. Verdade. Porém, o Estado deve governar, legislar e julgar para todos os cidadãos, não importando-se com os vínculos religiosos da maioria ou da minoria. O Estado laico deve pensar políticas públicas para o cristão e para o ateu de forma igual, sem dar mais peso a um que a outro. Somente um Estado fortemente laico pode defender o direito dos religiosos de viverem sua fé e dos ateus de viverem sua descrença. Urge sustentar a laicidade do Estado!

O passado já provou que quando a religião governa, o sofrimento é garantido. A teocracia é uma patologia da organização social, faz com que o Estado assuma a agenda religiosa como sua, imponha essa agenda, e ainda justifica a perseguição e o mal da forma mais perversa possível: é a vontade de Deus! Aliás, quando das cruzadas, entre os séculos XI e XIII, a expressão Deus vult (Deus o quer) era usada para justificar a morte dos “infiéis” muçulmanos. O filósofo Blaise Pascal advertiu que “os homens nunca fazem o mal de modo tão completo e animado como quando fazem a partir de convicção religiosa”. E a razão é simples: se uma “pauta” está explícita na vontade de Deus, ela é norma também política para toda a sociedade.

Que risco se corre no Brasil do século XXI se o fundamentalismo não receber um freio por parte do Estado? É algo para ser refletido com seriedade. O fanatismo religioso é perigoso, ele se organiza, se estrutura, cresce e domina. Fanatismo religioso é um problema de saúde pública, não dá mais para negar isso. Se a parcela da sociedade mais progressista e plural e o Estado não estiverem atentos, em breve poderemos ter que discutir não apenas retrocessos, mas também imposições causadas pela religião que se faz política.
-AUTOR IGNORADO-
O vírus da teocracia no Brasil atual*
*Padre Leonardo Lucian Dall’Osto*

O ano é 1766. Na católica França, após a profanação de um crucifixo, uma histeria coletiva toma conta da cidade de Abbeville. Por intrigas e de forma caluniosa, um jovem Chevalier (Cavaleiro), portanto pertencente a nobreza local, chamado François-Jean Lefebvre de La Barre, foi acusado de cantar músicas blasfemas e de não ter tirado o chapéu diante de uma procissão pública. O juiz local o condenou a ter a língua perfurada, a mão direita cortada e a ser morto. O famoso filósofo e crítico eclesiástico, Voltaire interviu, tentando mostrar a monstruosidade e a inaplicabilidade de uma pena assim desproporcional ao Chevalier. Não obteve sucesso. O jovem teve sua pena comutada: não lhe foram perfuradas a língua nem teve a mão cortada, no entanto teve as pernas quebradas e após ser decapitado, teve seu corpo queimado juntamento com uma cópia do Dicionário Filosófico de Voltaire. Ele tinha 19 anos de idade.

Esse é um fato, ocorrido há 258 anos trás. Muito tempo? Será? O pêndulo da história está mostrando que o fanatismo religioso está em pleno vigor no século XXI e não apenas nos países islâmicos, como geralmente se veicula. Durante séculos o ocidente viveu sob a égide do fanatismo religioso, que regrediu, mas que nunca foi debelado totalmente. A religião perdeu os espaços de poder, isso trouxe oxigênio para as mentes dos teólogos e das lideranças religiosas, dando ao Estado a liberdade de afastar-se das armadilhas religiosas para assumir o cuidado da sociedade na sua totalidade. Houve muitos avanços nesse sentido.

O retrocesso, no entanto, se sente, se faz audível. O atual parlamento, lotado de fundamentalistas religiosos católicos e evangélicos é um reflexo de parte considerável da sociedade brasileira. Gente de parca formação, baixíssima capacidade cognitiva e de rompantes religiosos, se empossou do parlamento, tentando impor pautas religiosas a uma sociedade plural. E eles têm conseguido. Se não há mais retrocessos é porquê a magistratura atual, muito melhor formada e mais pautada pela laicidade do Estado e pelas linhas da Constituição de 1988, têm impedido retrocessos maiores. Porém, até quando? Logo mais esses grupos fundamentalistas estarão também nos espaços jurídicos, aliás, já estão entrando e com projetos reacionários.

O vírus da teocracia sobrevive na atual e frágil democracia ocidental. Quando parece que o ser humano não consegue mais pôr ordem na casa, volta-se a chamar a religião para colocar “cosmos no caos”, impondo à sociedade como tal pautas que pertencem a uma parte desta. Alguns dizem, frequentemente, que a sociedade é religiosa, apesar de o Estado ser laico. Verdade. Porém, o Estado deve governar, legislar e julgar para todos os cidadãos, não importando-se com os vínculos religiosos da maioria ou da minoria. O Estado laico deve pensar políticas públicas para o cristão e para o ateu de forma igual, sem dar mais peso a um que a outro. Somente um Estado fortemente laico pode defender o direito dos religiosos de viverem sua fé e dos ateus de viverem sua descrença. Urge sustentar a laicidade do Estado!

O passado já provou que quando a religião governa, o sofrimento é garantido. A teocracia é uma patologia da organização social, faz com que o Estado assuma a agenda religiosa como sua, imponha essa agenda, e ainda justifica a perseguição e o mal da forma mais perversa possível: é a vontade de Deus! Aliás, quando das cruzadas, entre os séculos XI e XIII, a expressão Deus vult (Deus o quer) era usada para justificar a morte dos “infiéis” muçulmanos. O filósofo Blaise Pascal advertiu que “os homens nunca fazem o mal de modo tão completo e animado como quando fazem a partir de convicção religiosa”. E a razão é simples: se uma “pauta” está explícita na vontade de Deus, ela é norma também política para toda a sociedade.

Que risco se corre no Brasil do século XXI se o fundamentalismo não receber um freio por parte do Estado? É algo para ser refletido com seriedade. O fanatismo religioso é perigoso, ele se organiza, se estrutura, cresce e domina. Fanatismo religioso é um problema de saúde pública, não dá mais para negar isso. Se a parcela da sociedade mais progressista e plural e o Estado não estiverem atentos, em breve poderemos ter que discutir não apenas retrocessos, mas também imposições causadas pela religião que se faz política. 

*Padre Leonardo Lucian Dall’Osto (Sacerdote na Paróquia de São Francisco de Paula - RS. Auxilia nos cursos de Teologia da Diocese de Caxias do Sul, nas áreas de Teologia Sistemática e História da Igreja.)*

domingo, 7 de julho de 2024

TODO REPÚDIO À CPAC BRASIL 2024 * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

TODO REPÚDIO À CPAC BRASIL 2024 
O INELEGÍVEL E O REJEITADO
VIVI ÁLVARES NÃO PERDE O PULO
*
A EXTREMA DIREITA ESTÁ CRESCENDO E A ESQUERDA É NECESSÁRIA

Julio C. Gambina

Prensa Latina – Uma jovem de trinta e poucos anos perguntou-me se este era o pior momento de “política” que alguma vez tinha vivido. A resposta não foi fácil depois de meio século de atividade partidária à esquerda, como ativista e apoiante social, e como candidato mesmo em vários momentos eleitorais desde 1987.

Na verdade, sempre inserido em movimentos populares, primeiro como militante estudantil na cidade de Santa Fé, na UNL, a do Litoral; depois em Rosário, já como professor e parte da sindicalização dos professores na década de 80. Depois, na década de 90 e mais aqui na experiência do novo sindicalismo que a Central Operária da Argentina, a CTA, pretendia, agora deveria ser. mencionado no plural.

Claro que entre 76 e 83, sem parar a atividade política, a ditadura genocida, talvez esse, seja o “pior” momento. Em todo o caso, assumo a política como uma atividade para alcançar melhores condições de emancipação social, para além dos momentos “bons” ou “maus”. É dramático que hoje na Argentina se justifique este projeto reacionário da ditadura genocida, que iniciou a transformação regressiva do país, fortalecida sob governos constitucionais nos anos 90 do século passado, com Menem e De la Rúa, depois com Macri e agora agravado com Milei e Villarruel do poder executivo, eleitos por maioria de votos em 2023.

Algo semelhante ocorre nas recentes eleições parlamentares europeias, em que aumentaram os votos para aqueles que defendem Hitler e Mussolini, na Alemanha e na Itália. Pode parecer coincidência, mas não, o fenômeno se expressa em diversos territórios, mesmo quando há disputas que posicionam forças políticas que se dizem de esquerda nos governos. É necessário pensar por que cresce a extrema direita, ou diretamente a “direita”, pré-capitalismo e, em qualquer caso, quais as expectativas que a esquerda gera.

Entrei na política no momento de acumulação máxima do poder de esquerda e popular, ano em que o Vietnã derrotou militarmente a principal potência bélica, apoiada pelo poder hegemónico construído desde 1945. A ilusão da nossa imaginação pela “revolução” estava associada à uma cadeia que remetia a 1917 na Rússia, a 1949 na China, a 1959 em Cuba, foi projetada para 1979 na Nicarágua, até, apesar da especificidade diferenciada, para o Irão.

Esse foi o paradigma de uma experiência que se baseou na teoria construída a partir da crítica ao capitalismo com Karl Marx. É verdade que houve nuances nessas experiências e debates (leituras) sobre o futuro em cada uma delas, até mesmo na continuidade ou ruptura em relação ao fundador da teoria e ao seu parceiro, Federico Engels. A esquerda discutiu Entre 1989 e 1991, da queda do Muro de Berlim ao desmantelamento da União Soviética e ao fim da bipolaridade global entre capitalismo e socialismo, surgiram teorias do fim da história e até do socialismo e do marxismo.

É o momento de consolidação da proposta de liberalização da economia, simultaneamente com uma conclusão ideológica de impossibilidade de alternativa. “Não há alternativa”, enfatizou Margaret Thatcher na década de 80. O slogan foi a bandeira de vários projetos, o que no caso da Argentina explicita a orientação governamental dos anos 90 do século passado para afirmar o projeto reacionário da ditadura. A esquerda derrotada debateu nas explicações sobre o colapso soviético, entre a defesa da experiência e o que faltava, até a denúncia da deriva autoritária após a morte de Lênin, o líder histórico, ou mesmo quase desde o início, como pode ser rastreado nas polêmicas de Rosa Luxemburgo com os líderes comunistas no início da experiência soviética, especialmente sobre a participação democrática na tomada de decisões.

Um século depois da morte de Lênin, a polémica continua fazendo sentido pensar sobre o destino da revolução no presente. Durante meio século, a “liberalização” tem vindo a crescer no mundo, contra a intervenção estatal generalizada após a crise de 1930 e especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial. A liberalização é uma exigência essencial do capital, que remete à origem expressa no slogan do livre comércio, da livre concorrência ou do mercado livre. Este projeto fortaleceu-se com o colapso do projeto socialista na Europa de Leste, para além de qualquer discussão sobre o que estava a ser construído nesses territórios.

Em termos de imaginários sociais ampliados, o que existia era o “primeiro” e o “segundo” mundo, possibilitando a categoria do “terceiro” mundo e a terceira posição. Com isso, estratégias para o desenvolvimento dos países do sul do mundo, na África, na Ásia e na América Latina. Insistirei que se pode argumentar se foi o socialismo que existiu, mas na luta de classes concreta no sistema mundial, as categorias de três mundos ou “posições” definiram tácticas e estratégias que prefiguraram décadas de ação política no mundo.

A direita na ofensiva.

Mesmo quando as teses do fim da história foram debatidas e ridicularizadas, o capital mais concentrado retomou a ofensiva, suspensa durante meio século entre 1930 e 1970, na disputa pela apropriação dos lucros e pelo desarmamento da concorrência à sua rentabilidade por parte do Estado intervenção. É um programa que continua até ao presente, que, além disso, continuará e se expressa em todo o mundo na exigência de reformas laborais e previdenciárias, de privatizações, desregulamentações e de melhores condições de segurança jurídica para os investidores capitalistas em qualquer território. do sistema mundial.

Nessa direção, a esquerda, sem consenso quanto ao diagnóstico do ocorrido, tentou se reposicionar no debate político abrangente, tanto na disputa eleitoral quanto no plano cultural, oferecendo um imaginário da sociedade almejada. Há quem defenda o que existia para posicionar os rumos estratégicos contemporâneos, enquanto outros negam essas experiências e não assumem que a crítica envolva toda a esquerda, independentemente do papel desempenhado no passado.

A direita e a ortodoxia liberal, na sua ofensiva, desqualificam a atuação de toda a esquerda. Além disso, desde Mises e Hayek, há um século, a pregação da ortodoxia incluía, juntamente com a crítica a Marx e à sua tradição intelectual e revolucionária, a crítica à direção nascente que após a crise da década de 1930 seria assumida sob a hegemonia keynesiana.

Por isso, Javier Milei, que se assume como a vanguarda do liberalismo contemporâneo, intitula o seu livro “Capitalismo, Socialismo e a Armadilha Neoclássica. Da teoria econômica à ação política. No texto ele critica os seus colegas da corrente principal do pensamento e da prática económica, porque com as “falhas de mercado” eles apoiam a intervenção do Estado, e assim abrem as portas ao socialismo. É verdade que Keynes não se identifica com Marx, nem os seguidores do homem nascido em Trier assumem uma perspectiva de resgate do capitalismo, como se pode interpretar na intervenção teórica e de política económica do autor britânico da teoria geral e dos seus seguidores, que também é uma crítica ao mainstream neoclássico.

Pense à esquerda novamente

A verdade é que a esquerda, na sua busca nestas três décadas desde o colapso e a bipolaridade soviética, correu para a direita, dependendo das novas condições concretas do desenvolvimento capitalista e das abordagens políticas que abriram caminho à disputa do consenso eleitoral. Muitos mantiveram os seus programas radicais, com maior ou menor sucesso eleitoral, mas em nenhum caso foi reinstaurada uma perspectiva de opção civilizacional entre o capitalismo ou o socialismo, mesmo entre o socialismo ou a barbárie, como sustentava Rosa.

Insistirei que existem várias vozes e organizações que apoiam o radicalismo e a perspectiva da revolução, mas que no imaginário social global não conseguem definir as opções civilizacionais de boa parte dos séculos XIX e XX. É por isso que no título destaco a “necessidade” da esquerda, como um projeto político visível e assumido pela maioria em condições de construir um novo tempo para a sociedade, ameaçada pelas alterações climáticas, pela guerra, pela especulação e pela desigualdade que agrava a situação. condições de vida da maioria empobrecida.

Na Argentina isto implica uma ampla articulação de diversas tradições políticas, não necessariamente auto assumidas de esquerda, mas com a vontade de responder à nova reestruturação regressiva do capitalismo que fragmenta o trabalho, os trabalhadores e impacta a organicidade social e política, nas suas representações, demandas e reivindicações. É uma referência à diversidade do nacionalismo revolucionário popular e às diversas tradições da própria esquerda, que precisa ser assumida pelas novas gerações.

A esquerda e a direita foram categorias emergentes de representação política na disputa pelo poder, que hoje se renova pela ofensiva da direita. A esquerda precisa regressar à crítica essencial da ordem capitalista, regressar a Marx para uma melhor compreensão das mudanças atuais e sintetizar as práticas de transformação profunda que estão nas novas e renovadas experiências da atual luta de classes. Nessa trajetória, refiro-me ao movimento dos povos indígenas e à sua ressignificação das cosmovisões de “bem viver” ou “bem viver”; dos feminismos populares e das lutas pelas diversidades; do ambientalismo popular contra o saque às empresas transnacionais estimulado pelas ações dos principais estados do capitalismo mundial e das organizações internacionais; pelas lutas empreendidas por novos grupos de sindicalistas e organizações classistas típicas do nosso tempo contra a exploração, com ação nos locais de trabalho ou nos territórios onde desenvolvem a sua vida quotidiana.

Voltando ao início, se no início dos anos 70 nós, jovens, assumimos com entusiasmo o tempo da política transformadora, e depois estivemos preocupados durante décadas com a ofensiva capitalista, hoje assumimos o desafio de um futuro de emancipação, que começa por adequados diagnósticos desde o presente. Em suma, não há momento bom ou mau para a política, pois tendo realizado um momento de ofensiva popular dirigida à esquerda e ao socialismo, a tarefa de refundar a esquerda é essencial para travar a direita e mudar um horizonte de exploração, saque e destruição da vida, social e natural.

*
Gigante Raí!! Que saudade dos jogadores brasileiros ou treinadores contados a dedo politizados no Brasil como: Raí,Sócrates,João Saldanha,Reinaldo e alguns da imprensa esportiva.
FORA MILEI
*
NAZISMO DELIRANTE
MITO DOS IMBECIS
FASCISMO NÃO SE DISCUTE
REPÚDIO À CPAC BRASIL 204
EVENTO DA EXTREMA DIREITA
realizado em Balneário Camborií - SC/Brasil, nos dias 06 e 07 de Julho de 2024
*
AVANÇOS DA PEDERASTIA.

Deputado libertário do partido Milei explica o que as famílias pobres devem fazer com as crianças “sobras”.

Sem dúvida, a Argentina “avança” para o “melhor” estágio de desenvolvimento de sua história.

Segundo o lixo libertário, dentro de 30 anos, a Argentina será como a Irlanda, a Alemanha e a França graças a ele. 
ESCRAVIDÃO INFANTIL
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MANIFESTO DA FRENTE AMPLA POLÍTICO-IDEOLÓGICA DE ESQUERDA * Frente Ampla de Organizações de Esquerda/Bolívia

MANIFESTO DA FRENTE AMPLA POLÍTICO-IDEOLÓGICA DE ESQUERDA
Pronunciamento de mobilização e corrida de protesto do 4 de Julho

... 4 de julho , nos reunimos como forças de esquerda, movimentos e organizações social, sob um único slogan que é o solidariedade internacionalista com o cidades que são vítimas de desumano bloqueando econômico, ele genocídio sistemático e ele papel de as grande correntes meios de comunicação que eles controlam o imprensa mundo, contra a flagrante intervenção à soberania dos Estados sob doutrinas políticas e ações militares promovidas pelos Estados Unidos através suas 800 bases militares em todo o mundo.

Em ele dia que estado Ingressou comemora dele independência, nos unimos nosso vozes denunciando o Os duplos padrões ianques e os cipaios da nossa região, que ELE eles emprestam e eles fazem parte do jogo midiático encarregado de manipular o verdade e memória histórica de acordo com mais sanguinário, como o genocídio de Benjamin Netanyahu, antes as 198 nações que formar a ONU, a retornar do fascismo, conflitos de guerra, extermínio étnica, com o objetivo de o recursos naturais dos países subdesenvolvidos e que o avançar grande crise de sistema capitalista.

Apoio histórico dos EUA EUA As ditaduras e golpes de estado na região sempre tiveram como objetivo a apropriação dos recursos naturais dos países sul-americanos. Argentina, Bolívia e Chile compõem hoje o Triângulo do Lítio de grande interesse para o Departamento de Estado, considerando-o de interesse para a segurança nacional. O imperialismo era culpado de Milhares de pessoas torturado, assassinado e ausente.

EUA Os EUA usaram as forças militares dos países intervencionados para perseguir, prender e assassinar líderes políticos.

O governo argentino demonstrou o seu franco alinhamento com os Estados Unidos e as suas políticas intervencionistas. PARA através de o presença de Antônio Piscar, secretário de estado de 
o governo dos EUA alinhou-se fortemente com o início de sua administração, obtendo uma série de armas de guerra como aeronaves F16 usadas e outros equipamentos militares, instalando bases militares buscando fazer do país vizinho uma base geopolítica dentro dos seus interesses, os quais são como mencionados. Laura Richardson, general e comandante do cone sul do exército dos Estados Unidos: “a Amazônia com 31% da água doce do mundo, combustível, ouro, cobre, reservas de elementos raros, o triângulo do lítio; que representa 60% do lítio do planeta e é encontrado nesta região.” O governo argentino iniciou a construção de uma nova base militar integrada na província da Terra do Fogo, extremo sul do país, sendo a entrada do cone sul para obtenção de recursos naturais.

Em Cuba, o bloqueio é um ato de guerra em tempos de paz Antes mesmo do triunfo da revolução cubana, o presidente dos Estados Unidos colaborou com a ditadura de Fulgêncio Batista para impedir o triunfo do Exército Rebelde, comandado por Fidel Castro. , quando sua vitória era iminente. A agressividade da Administração Eisenhower contra Cuba manifestou-se de ele mesmo 1º de Janeiro de 1959, para o abraçar para o assassinos e torturadores de a ditadura de Batista, que fugiu para os Estados Unidos com mais de 400 milhões de dólares pertencentes a fundos públicos cubanos.

São mais de 62 anos de bloqueio económico, financeiro e comercial aos quais o povo cubano resiste. Nos últimos anos, o bloqueio criminoso do governo dos EUA contra Cuba intensificou-se “extremamente a níveis sem precedentes” desde 2019 e durante a pandemia, com o objetivo de superar a fome e a necessidade do povo cubano. Como consequência do bloqueio, de facto, a economia cubana tem sofrido pressões extraordinárias que se manifestam na indústria, na prestação de serviços, na escassez de alimentos e medicamentos e na deterioração do nível de consumo e do bem-estar geral da população.

A Palestina vive o momento mais crítico e mortal de anos de isolamento, desmembramento do seu território e Após o massacre sistemático da sua população, é necessário compreender o papel do sionismo como ideologia na negação e ocupação do território palestino, bem como na criação do Estado de Israel.

Durante 76 anos a expulsão violenta de centenas de milhares de palestinianos das suas casas, cometendo crimes de guerra. Ainda mais, em 7 de outubro de 2023, o A maior ofensiva de Israel contra o povo palestino, desde então assistimos a um genocídio em tempo real que nenhum estado Ingressou, ele principal financista desta barbárie, Nem mesmo os países da NATO conseguiram censurar completamente. Diante desta realidade, mobilizações têm sido realizadas de protesto em todos ele mundo, que eram objeto de brutal repressão polícia.

Denunciamos os bombardeamentos contínuos, o uso de armas químicas ilegais, a destruição de campos de refugiados, de hospitais, todos os espaços habitáveis ​​estão a ser destruídos, mergulhando a população na miséria e na morte. Embora o Tribunal Internacional de Justiça tenha reconhecido que Israel está cometendo atos do genocídio, esse Não ha parou. estado Os Estados Unidos atribuíram mil milhões de dólares para continuar a armar Israel na guerra contra o povo palestiniano, considerando isso como imperativo para a sua segurança nacional. A luta da Palestina é hoje a luta de todos os povos.

Na Bolívia e na região com o “Plano Condor” da década de 1960, os Estados Unidos da América desencadearam uma campanha de repressão política e terrorismo de Estado. Este plano foi organizado e financiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos que envolve uma série de ditaduras militares na região; Bolívia com Banzer Suarez – 1971; Argentina com Jorge Videla 1975; Chile com Augusto Pinochet - 1974. Neste contexto, operações de inteligência, perseguição política, prisão e assassinato de opositores, e foi causa de mais de 80 mil assassinatos e de mais de 400 mil presos políticos. Em 1980, o General Luis García Meza deu um golpe de Estado, um dos avançar sangrento de o história de Bolívia, que tive como mirar eliminar todos vestígio socialista na Bolívia, antes do retorno à democracia em 10 de outubro de 1982.

O golpe de estado de 2019 na Bolívia, nos Estados Unidos, apesar de sua interferência usando Luis Almagro, secretário da OEA, e agentes da CIA como Carlos como cúmplice e ator Sánchez Berzaín; o oposição de extrema-direita como ser Fernando Camacho, Jeanine Añez, Tuto Quiroga, Doria Medina, Carlos Mesa e a Igreja Católica não conseguiram lidar com o povo boliviano. Quando ocorreu a ruptura constitucional, geraram-se revoltas populares em luta e protestos, que eles acabaram em o repressão e abate contra ele cidade boliviano com ele lamentável número de 36 morto, 832 ferido e avançar de 1500 detido em Senkata, Sacaba e outras partes do país.

El 8 de octubre de 2019 doce días antes a través de una página de inteligencia de los Estados unidos “BEHIND BACK DOORS” anunciaba el golpe en Bolivia, donde a través de la USAID, se financiarán los movimientos y la aplicación de los planes para derrocar a nós governo democrático, ELE indica também o coordenação com alto controles de militares reformados pela coordenação do plano, começando pelo motim policial e pela greve cívica, tudo isto graças a Peter Brennan, encarregado de negócios dos Estados Unidos Unidos en Bolivia que se reunió con Carlos Mesa y los demás opositores, después Mariane Scott ministra consejera de la embajada y otros, se reunieron con los cancilleres de Bolsonaro, Piñera y Macri para denunciar el falso “fraude” y dar inicio a la desestabilización del País.

Hoje a Bolívia atravessa um dos momentos mais críticos de sua história. O imperialismo ianque procura novamente o controlo do nosso território, tanto pelas imensas riquezas que possui, como o lítio e as terras raras, como pela sua localização geoestratégica que o torna um actor fundamental na integração regional. A lógica económica do imperialismo é avassaladora. O processo de implosão do MAS foi perfeito para eles, com alto impacto nas organizações sociais. Portanto, o Golpe de Estado fracassado de Zúñiga não é apenas um ensaio na implementação deste plano macabro, mas também tem continuidade na narrativa do Autogolpe, criado artificialmente para continuar a guerra de desgaste contra o governo e o povo boliviano. Neste contexto, as declarações falsas e provocativas do governo Milei correspondem ao papel que o imperialismo lhe atribuiu, de gerar uma corrente fascista no continente que semeia a discórdia entre os países para impedir por qualquer meio a integração regional. Na hora de Para rejeitar esta provocação, devemos denunciar que os capangas do novo bloco de direita se prestam a estes propósitos anti-nacionais e contra a unidade da Grande Pátria.

Que é com justiça o razão por o que Débora Hévia era designada Gerente de Negócios dos EUA na Bolívia, está na Bolívia para materializar a implosão do MAS e do processo democrático, em uma gravação de áudio com total clareza, explica sua estratégia e tática para expulsar o MAS do poder, em suas duas versões, destruí-los organicamente , confrontá-los, levando-os ao caos e à beira de uma guerra civil.

Nesse sentido, o povo boliviano rejeita os abusos e a interferência norte-americana em nosso território, nos declaramos em mobilização permanente e em estado de emergência diante de qualquer tipo de tentativa de golpe ou tentativa de desestabilizar nosso governo democrático.

Resoluções

1. Expulsão de Debra Hevia, Encarregada de Negócios dos EUA na Bolívia , por não respeitar a soberania e o carácter intervencionista do nosso país, e evitar mais um golpe de Estado, concebido a partir do seu gabinete, e salvaguardar a nossa democracia.

2. Cessação imediata de todas as agressões, bloqueios e genocídios na Faixa de Gaza . Ratificamos o direito inalienável do povo palestino à sua livre autodeterminação, a um Estado independente e soberano com as fronteiras anteriores a 1967.

sábado, 6 de julho de 2024

COMO ENFRENTAR A EXTREMA DIREITA * Breno Altman / SP

COMO ENFRENTAR A EXTREMA DIREITA
Breno Altman / SP

Solução democrática está condicionada à emergência de um novo projeto civilizatório, anti-imperialista e anticapitalista.

As recentes eleições europeias alarmaram o teatro político, agora agravado pelo crescimento da extrema direita no primeiro turno da disputa parlamentar francesa. O neofascismo, a julgar por esses fatos, continua em rota ascensional. À espera do resultado da corrida presidencial nos Estados Unidos, distintas correntes ideológicas estão em polvorosa. Vitorioso Donald Trump, a democracia liberal poderia estar em grave perigo.

O senso comum, da esquerda institucional à direita tradicional, parece indicar que, diante de tão grave ameaça, todas as forças democráticas deveriam se juntar para barrar a extrema direita. A contradição principal do planeta, para muitos, seria entre democracia e autoritarismo, como apregoa o governo Joe Biden, em um discurso que pretende isolar tanto o ultraconservadorismo quanto nações como China, Irã e Rússia.

Essa narrativa, contudo, padece de evidente paradoxo. Afinal, por que deveria ser defendido o sistema responsável pela alimentação do extremismo, ao propagar uma brutal onda de insatisfação? Qual o sentido de advogar essa ordem, quando é a sua existência que infelicita a maioria dos cidadãos e os empurra para a pulsão destrutiva da qual se apropriam grupos neofascistas?

Natural que velhas castas se agarrem como náufragos desesperados ao pacto pós-soviético, sustentado pela supremacia das ideias liberais. De republicanos tradicionais a sociais-democratas, esses grupos representam forças dirigentes de um mundo em crise e obviamente não desejam entregar a rapadura.

Por que, no entanto, partidos de esquerda deveriam se juntar a esse roteiro, no qual salta às vistas que seu papel seria coadjuvante e subordinado, além de abrir espaço para a extrema direita monopolizar o discurso antissistema? Não seria pura falcatrua chancelar a estrutura que empurra grande parte da humanidade para o empobrecimento, desigualdade, catástrofe climática e guerra?

Bem fizeram as legendas progressistas da França, ao constituírem, para enfrentar os extremistas de Marine Le Pen, uma alternativa ao social-liberalismo do presidente Emmanuel Macron, a Nova Frente Popular, ainda que limitada pela presença do Partido Socialista, parceiro da política pró-Ucrânia e pró-sionismo do atual mandatário.

A verdade é que a dualidade entre democracia e autoritarismo está longe de ser o crivo real da atual situação planetária. Essa leitura restringe-se a descrever duas alas empenhadas em proteger, com estratégias e radicalidades diferentes, o mesmo modelo que colocou o mundo à beira do abismo – e que foi estabelecido pelo sistema imperialista liderado pelos Estados Unidos, com seu programa neoliberal e neocolonial.

Somente haverá saída para essa crise profunda através do fortalecimento de coalizões cujo propósito principal seja enterrar o ordenamento hegemônico desde o final da Guerra Fria. Uma solução efetivamente democrática está condicionada à emergência de um novo projeto civilizatório, anti-imperialista e anticapitalista, capaz de converter o mal-estar dos povos em mobilização transformadora.

Aprisionada à armadilha do fim da história, segundo a qual o capitalismo e a democracia liberal seriam a última estação do trem, a humanidade estará cavando sua própria sepultura.
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OS EUA E O MUNDO SOB SUA REGÊNCIA * Roberto Amaral/SP

OS EUA E O MUNDO SOB SUA REGÊNCIA
Roberto Amaral*
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“Roma desabara, afinal, ao peso de tanta grandeza e de tanto crime” (Afonso Arinos de Melo Franco, Amor a Roma)

No teatro elisabetano, o coro era figura sem presença na trama, inventada para anunciar ou esclarecer passagens futuras na tragédia ou no drama. Com a tosca aparição nas telas da CNN, no último 15 de junho, os atuais postulantes da Casa Branca ilustraram a decadência política da sociedade estadunidense, da qual são fruto legítimo, assim como foi produto inevitável o lento e previsível declínio do império romano, ensandecido pela loucura do poder supremo e universal.

Qualquer que seja o resultado das eleições dos EUA no próximo 5 de novembro, o constrangedor debate (pelo que anunciou) já pode se candidatar como um dos fatos históricos mais relevantes da década. Porque, na sua comédia e na sua tragédia, a cena bufa de atores medíocres mais do que revelar, em imagem de corpo inteiro, o declínio do império, projetou o inevitável fim de sua hegemonia, que não tem data para tomar forma, tanto quanto não se sabe o preço que ainda cobrará à humanidade, em sua marcha presente para um “fascismo de outro tipo”, que a imprensa e a academia batizaram de extrema-direita.

Sendo o epicentro, os EUA não encerram, porém, o universo das nuvens cinzas. A história presente nos acena com um processo político cujas pinças se espalham pelo mundo e ameaçam engolfar a Europa, fazendo-nos rever os anos 20-30 do século passado –desta vez, porém, com um elemento distintivo crucial: se naquele então os EUA cumpriam o papel militar e ideológico de esteio democrático, hoje, mil vezes mais poderosos, são a fortaleza da reversão protofascista, que, na loucura do dever missionário auto-atribuído, procuram levar ao mundo inteiro, porque seu código de valores mudou nas pegadas do capitalismo financeiro monopolista.O débil presidente de direita e o meliante que o desafia carecem de relevância. Desgraçadamente, Trump, tanto quanto Biden, ou quem venha substituí-lo na campanha mal iniciada, não constituem um ponto fora da curva na história política do império norte-americano.

A política, na parte do mundo que nos toca, regida pelos mesmos astros, marcha na toada dos tempos. Após o suicídio já quase longínquo da URSS, seguem-se a derrocada da socialdemocracia e o avanço continuado ora da direita, ora da extrema-direita. O sinal mais trágico já nos foi enviado pela Itália, e pode ser repetido por franceses no próximo domingo, como pelos alemães no ano que vem. O Fratelli d’Italia alçado ao poder pelo voto democrático – como antes foram Mussolini e Hitler, como foram recentemente as caricaturas Bolsonaro e Milei –-, colocou na chefia do governo a neofascista Giorgia Meloni. Na Alemanha, a socialdemocracia desmorona enquanto crescem os grupos nazistas (que também já proliferam por aqui). Lá, até os verdes são de direita. As eleições gerais para renovação do Bundestag devem ocorrer em 2025, e além da derrota do primeiro-ministro Olaf Scholz, e de seu SPD, que nas pesquisas recentes ocupa o terceiro lugar nas referências dos eleitores, é previsível a ascensão de uma direita patologicamente intoxicada pelo chorume nazista que nos levou ao que todos sabem, porque falou à alma profunda do pangermanismo, como o Duce sintetizou, com o fascismo, o sonho italiano de reviver as glórias de um império perdido nas brumas da história.

As eleições norte-americanas não alterarão o processo histórico: navegam em sua vaga. O governo de Meloni, que acompanha as diretrizes dos EUA na OTAN, não tem término aprazado. O movimento está na França, com o fim já proclamado da hegemonia do Em Marche de Emmanuel Macron, que, todavia, permanecerá mais três anos habitando o Palais de l’Élysée, qualquer que seja o anúncio das eleições de domingo. É delas, portanto, que devemos tratar.

Como os astros e as pesquisas aparentemente cientificas anteciparam, o primeiro turno confirmou o avanço do ultradireitista Front National, de Marine Le Pen, mas sem assegurar-lhe a maioria absoluta no parlamento (faltaram-lhe preciosos nove votos). A prevista derrota das esquerdas (comunistas, socialistas, ecologistas, progressistas) todavia, não se deu. O desempenho eleitoral da Frente de Esquerda surpreendeu, colocando-a em segundo lugar, a cinco pontos de Le Pen. O grande derrotado, qualquer que seja o resultado de domingo, é Macron. Esta é a única unanimidade entre os analistas e Marine Le Pen, anunciada candidata à sua sucessão, insinua a conveniência da renúncia do presidente em face de eventual derrota acachapante. Inábil jogador de xadrez, embaralhou as pedras com a dissolução da Assembleia e a consequente convocação das eleições, na frustrada expectativa de repetir o lance usual nas táticas da direita: apresentar-se como a alternativa salvadora entre a ameaça dos extremos. No momento em que escrevo, o professor Marco Antônio Rodrigues Dias lembra a inutilidade de qualquer tentativa de antevisão do segundo turno, por absoluta ausência de segurança empírica. Valem tanto quanto a quiromancia. Ademais, por que tanta aflição se estamos já a um passo do pleito? Tratemos, pois, daquilo que, segundo nosso ponto de vista, parece hoje definido.
Deve ser tido como favas contadas o avanço da extrema-direita, e, seja nosso consolo, a sobrevivência da esquerda, desta feita se superando numa política de frente que interrompe o divisionismo de muitas eras, vencido no Brasil em 2022. Melhorou seu desempenho em face das últimas eleições. O medo, como se vê, pode ser bom conselheiro. Descartada a vitória do En Marche, a única alternativa será a coabitação – repetindo as experiências do socialista François Mitterrand (1986-1988) com a centro-direita de Jacques Chirac, e Chirac-Jospin (1997-2002) – trazendo à tona a quase certeza da instabilidade política que, partindo da França (que com a Alemanha constitui seu centro econômico-político hegemônico) pode atingir a Comunidade Europeia e mesmo a OTAN.

É preciso, porém, pôr de manifesto o distanciamento político daquelas passadas coabitações, compreendendo esquerda e centro-direita, com a expectativa do lamentável encontro da direita de Macron com a extrema direita protofascista. A querida Rosa Freire d’Aguiar lembra que a França da Liberté, Égalité, Fraternité é a mesma que a menos de oitenta anos foi governada por um primeiro-ministro fascista, Pierre Laval, isso na “República de Vichy” chefiada pelo Marechal Philippe Pétain, a serviço do exército alemão invasor. A humilhante derrota para a Alemanha é muitas vezes invocada para explicar a indigência moral. Mas o que dizer de hoje, quando boa parte dos franceses pode estar elegendo um novo Vichy?

Tímida aragem chega da Grã-Bretanha, com a confirmação da derrocada do Partido Conservador, após 14 anos de mando e desmandos. Mas o Partido Trabalhista que controlará a Câmara dos Comuns e nomeará o primeiro-ministro não guarda raízes com o Labour Party de Jaremy Corbyn. A política externa permanecerá intocável, e o novo governo se limitará a enfrentar as consequências da desastrada saída da Comunidade Europeia. O ex-império está tão doente quanto a família real, e permanecerá como província de sua ex-colônia.

Nosso continente vive seus abalos. O Brasil, graças ao carisma e ao sacrifício de Lula, conteve a continuidade da extrema-direita. Teve, porém, o PT, na campanha e no governo, de aliar-se a setores conservadores, e, minoritário, enfrenta a oposição ativa do mais reacionário Congresso de quantos conheceu a República. E, pela primeira vez, assistimos, em país flagrantemente dividido, uma extrema-direita organizada e mobilizada, enraizada em grandes setores populares, alimentada por setores da ordem econômica, apoio que se reflete na oposição que os grandes meios de comunicação movem contra o governo de centro-esquerda.

O Paraguai segue na estabilidade dos governos de direita. O Partido Colorado permanece no poder praticamente desde 1887. São desanimadoras as perspectivas do Peru e do Equador. Na Bolívia, vítima de guerra híbrida, o governo conseguiu conter mais uma tentativa de golpe militar. Mas a guerrilha inexplicada entre Evo Morales e Luís Arce poderá afastar a esquerda nas próximas eleições, além de constituir um desserviço para a educação política das massas. Há, contudo, o que comemorar, como as indicações de que a Frente Ampla de José Mujica pode voltar ao poder no Uruguai. O grande feito, de qualquer modo, é a eleição de Claudia Sheinbaum no México, com 60% dos votos e conquistando dois terços o Congresso.

Que esse panorama ajude a esquerda e as forças populares de um modo geral a compreenderem o desafio político-ideológico das nossas eleições municipais deste ano.

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Os tropeços da pequena política- Em evento recente no Rio de Janeiro, a inauguração de um conjunto habitacional, o presidente Lula saudou Eduardo Paes como “o melhor prefeito que esse país já teve”. Uma inverdade e uma injustiça. Para citar poucos, Lula menosprezou as administrações paulistanas de seus correligionários Luiza Erundina (então no PT), Marta Suplicy e Fernando Haddad, com quem, aliás, estivera minutos antes.

Silêncio tonitruante – A louvável coragem exibida por Lula na defesa de Julian Assange, jornalista duramente perseguido pelo estado que se dizia paladino da liberdade de imprensa, bem como na denúncia do genocídio palestino (a que a “comunidade internacional” assiste perplexa e imóvel), é digna de aplauso e nos enche de orgulho. Em face dela, machuca os ouvidos o silêncio do nosso governo sobre o episódio da detenção e deportação - sumária - do professor palestino Muslim Abuumar e sua família, inclusive a esposa grávida de sete meses. Abuumar, os apoiadores de Lula e a sociedade como um todo merecem uma explicação.

-COLABORAÇÃO: PEDRO CESAR BATISTA-
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sexta-feira, 5 de julho de 2024

BOLSONARISTAS FUGITIVOS ESTÃO CERCADOS * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

BOLSONARISTAS FUGITIVOS ESTÃO CERCADOS
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PF estima que 180 envolvidos no 8 de Janeiro estão escondidos na Argentina, Uruguai e Paraguai.

Pedidos de extradição de bolsonaristas que tenham fugido devem ser feitos nesta semana... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/politica/pf-estima-que-180-envolvidos-no-8-de-janeiro-estao-escondidos-na-argentina-uruguai-e-paraguai/. O conteúdo de CartaCapital está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. Essa defesa é necessária para manter o jornalismo corajoso e transparente de CartaCapital vivo e acessível a todos.

Cerca de 180 envolvidos na invasão às sedes dos Três Poderes, em 8 de Janeiro de 2023, permanecem foragidos da Justiça brasileira e podem estar espalhado por pelo menos três países da América Latina, informou a Polícia Federal nesta terça-feira 11.

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De acordo com a PF, esse número representa o total de pessoas envolvidas nos atos golpistas que os investigadores tentam localizar. Na semana passada, uma operação conseguiu prender 50 dos 208 bolsonaristas que descumpriram medidas cautelares imposta... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/politica/pf-estima-que-180-envolvidos-no-8-de-janeiro-estao-escondidos-na-argentina-uruguai-e-paraguai/. O conteúdo de CartaCapital está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. Essa defesa é necessária para manter o jornalismo corajoso e transparente de CartaCapital vivo e acessível a todos.

Pedidos de extradição de bolsonaristas que tenham fugido para a Argentina devem ser feitos nesta semana, informou o diretor-geral da PF Andrei Passos Rodrigues. O Brasil aguarda resposta da comissão de refugiados da Argentina para, com base nos dados... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/politica/pf-estima-que-180-envolvidos-no-8-de-janeiro-estao-escondidos-na-argentina-uruguai-e-paraguai/. O conteúdo de CartaCapital está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. Essa defesa é necessária para manter o jornalismo corajoso e transparente de CartaCapital vivo e acessível a todos.
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PRIMEIRO FÓRUM INTERNACIONAL "FASCISMOS NO SÉCULO XXI, DO SUL GLOBAL" * MOPASSOL.AR

PRIMEIRO FÓRUM INTERNACIONAL "FASCISMOS NO SÉCULO XXI, DO SUL GLOBAL"

Um dia depois desta importante atividade, que nos unirá para nos ouvirmos e trocarmos ideias na busca de consensos que nos permitam construir e avançar juntos, gostaríamos de relembrar as atividades do FÓRUM.

Depois de amanhã, sexta-feira, 5 de julho de 2024, às 17h00, dia de apresentação do 1º Fórum Internacional “Fascismos no século XXI, a partir do Sul Global”.

Será realizado no Salão Montevidéu da Assembleia Legislativa da Cidade de Buenos Aires, Peru 160, CABA (entrar anunciando a atividade e com documento de identificação).

O painel inaugural será composto por Victoria Montenegro, Deputada Municipal; Atílio Borón, sociólogo; Rocco Carbone, filósofo; Paola Renata Gallo Peláez, advogada, e Jorge Elbaum, sociólogo.

No sábado, 6 de julho, das 10h00 às 17h00, acontecerá o Segundo Dia do Fórum na Universidade Madres de Plaza de Mayo, Hipólito Yrigoyen 1584, CABA.

A partir das 10h iniciaremos o credenciamento dos inscritos e às 10h45 começarão a funcionar as Comissões, com intervalo para almoço entre 12h30 e 13h.

Quem ainda não se inscreveu pode fazê-lo em https://www.mopassol.com/i-foro-internacional-fascismos-en-el-siglo-21-desde-el-sur-global desde-el-sur-global

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