domingo, 15 de setembro de 2024

GLAUBER BRAGA ANTIFASCISTA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

GLAUBER BRAGA ANTIFASCISTA
"Nota de solidariedade ao Dep Glauber Braga

O comitê anti-imperialista general Abreu e Lima manifesta sua solidariedade ao deputado federal Glauber Braga, que está ameaçado de ser cassado pela sua atuação consequente dentro do parlamento e no dia a dia, quando faz o duro combate ao fascismo, ao sionismo e aos agentes dos EUA, que atacam os trabalhadores e retiram direitos conquistados nas ruas ao longo de décadas de lutas.

Quem tem que ser cassado são os lacaios das corporações, dos latifundiários, da burguesia e do imperialismo. O que somente com a unidade, organização e mobilização das massas trabalhadoras e populares será possível. O parlamento precisa de representantes do povo, que façam o combate aos fascistas e traidores do Brasil, o que tem sido feito pelo deputado Glauber Braga.

O combate aos fascistas, agentes do imperialismo, é tarefa determinante na luta revolucionária de todos os povos.

Todo apoio ao deputado Glauber Braga.
Fora Arthur Lira e todos os fascistas.

Brasília, 15 de setembro de 2024

Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima"
"Glauber Fica! Lira não vai nos calar!

É a quinta vez que a extrema direita pede a cassação do mandato de Glauber, todas sem nenhum motivo ético ou moral.

Existe uma armação organizada por Arthur Lira (PP-AL) para cassar de fato o mandato de Glauber. Não é apenas mais um pedido, a extrema direita e o centrão vão rasgar a constituição e regimento da Câmara e vão fazer de tudo para cassar nosso mandato legitimamente eleito pelo voto popular.

Não podemos permitir que Lira e a extrema direita atropelem o voto popular e tentem intimidar e calar seus opositores

Assine nosso manifesto em defesa do Mandato de Glauber Braga

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

COMO DERROTAR DITADURAS * Manoel Cyrillo de Oliveira Netto/Holofote Notícias

COMO DERROTAR DITADURAS
Manoel Cyrillo de Oliveira Netto
O embaixador Charles Burke Elbrick chega em sua residência de taxi, após ser libertado pelos revolucionários

Em 04 de setembro, há exatos 55 anos, durante a ditadura de 1964, o nosso Brasil estava sendo governado por uma Junta Militar. Isso mesmo, no melhor estilo de republiqueta latinoamericana, o Brasil era governado por 3 (três !!!) milicos, o general Lira Tavares, o almirante Rademaker e o brigadeiro Márcio Melo – três consagrados estadistas que substituíram o general Costa e Silva, o ditador de plantão.

Aqui devemos abrir um rápido parêntesis, para levantar uma interrogação: com o impedimento do general Costa e Silva, por que será que o seu “vice”, um certo Sr. Pedro Aleixo, não assumiu a “Presidência da República”?

Parêntesis fechado, a gloriosa Junta Militar seguia no seu desgoverno, preparando e organizando o 7 de Setembro, não o do Bolsonaro, mas a festa nacional!

Foi quando aconteceu algo absolutamente imprevisto: dois grupos guerrilheiros (a ALN – Ação Libertadora Nacional e o MR-8 – Movimento Revolucionário 8 de Outubro), em ação conjunta, capturaram o embaixador norte-americano, o Sr. Charles Burke Elbrick. E, para a libertação do embaixador, faziam duas exigências: a soltura de 15 presos políticos detidos pela ditadura e a publicação ou leitura (em todos os jornais, TVs e rádios do país) do manifesto assinado por aqueles grupos que executavam a ação.

Vexame total! Até aquela data, a ditadura insistia em dizer que não havia presos políticos no Brasil e, de repente, foi forçada a libertar 15 deles… Mas, pior, teria que romper com a sua própria censura e dar voz -em alto e bom som- à guerrilha.

E a ditadura se curvou totalmente. O manifesto foi lido, na íntegra, nas TVs e rádios do país e impresso em todos os jornais.

Somente quando todo o país (com a alma lavada e em clima de festa) e todo o restante do mundo, acompanharam pela TV o desembarque na Cidade do México dos 15 ex-presos políticos brasileiros, em total e absoluta liberdade, o Sr. Charles Burke Elbrick foi libertado. Com isso, a troca de prisioneiros também se efetivara.

Vitória da Resistência!

Para este artigo, resta uma questão semântica: afinal, o ocorrido naqueles idos de 1969 foi um rapto ou um sequestro ou uma captura?

O próprio manifesto da ação, assinado pela ALN e pelo MR-8, falava em “rapto”; alguns órgãos de imprensa também chegaram a noticiar “o rapto do embaixador norte-americano”, porém o filólogo Antônio Houaiss rapidamente esclareceu a questão, dizendo que rapto sempre tem o cunho libidinoso… e citou como exemplo o lendário Rapto das Sabinas.

Já a ditadura, claro, disse que a ação foi um sequestro. Por que ela usou essa palavra? Porque sequestro é crime, ora!

Porém, naquele ato de resistência política, nenhum crime foi cometido, tanto a guerrilha, como os guerrilheiros não cometeram crime algum.

Assim, prevalece o termo captura (e isso não só por uma questão semântica mas, também, política!).

Hoje, 4 de setembro de 2024, comemoramos os 55 anos da Captura do Embaixador dos Estados Unidos, nação que, em 1964, mandou a sua IV Frota para dar suporte e respaldo militar aos seus golpistas brasileiros.

Manoel Cyrillo de Oliveira Netto é publicitário, resistiu à ditadura militar, foi guerrilheiro urbano da ALN (Ação Libertadora Nacional), participou de várias ações armadas, entre elas a da captura do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Preso político, permaneceu encarcerado por 10 anos. Fora da prisão, ganhou a medalha de ouro com a peça publicitária Çuikiri no 37th New York Festivals Advertising Awards, o Festival Internacional de Propaganda de Nova York, e foi recebê-la nos Estados Unidos em 1992.

Confira a seguir o manifesto da ação lido, como exigência da ALN e do MR-8, em todas as TVs e rádios e publicado nos jornais. O texto foi redigido pelos jornalistas Franklin Martins e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo, comissário político da operação, que aliás completaria 111 anos neste 5 de setembro.

"MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA

“Grupos revolucionários detiveram hoje o Sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.

Na verdade, o rapto do embaixador é apenas mais um ato da guerra revolucionária, que avança a cada dia e que ainda este ano iniciará sua etapa de guerrilha rural.

Com o rapto do embaixador, queremos mostrar que é possível vencer a ditadura e a exploração, se nos armarmos e nos organizarmos. Apareceremos onde o inimigo menos nos espera e desapareceremos em seguida, desgastando a ditadura, levando o terror e o medo para os exploradores, a esperança e a certeza de vitória para o meio dos explorados.

O sr. Burke Elbrick representa em nosso país os interesses do imperialismo, que, aliado aos grandes patrões, aos grandes fazendeiros e aos grandes banqueiros nacionais, mantêm o regime de opressão e exploração.

Os interesses desses consórcios, de se enriquecerem cada vez mais, criaram e mantêm o arrocho salarial, a estrutura agrária injusta e a repressão institucionalizada. Portanto, o rapto do embaixador é uma advertência clara de que o povo brasileiro não lhes dará descanso e a todo momento fará desabar sobre eles o peso de sua luta. Saibam todos que esta é uma luta sem tréguas, uma luta longa e dura, que não termina com a troca de um ou outro general no poder, mas que só acaba com o fim do regime dos grandes exploradores e com a constituição de um governo que liberte os trabalhadores de todo o país da situação em que se encontram.

Estamos na Semana da Independência. O povo e a ditadura comemoram de maneiras diferentes. A ditadura promove festas, paradas e desfiles, solta fogos de artifício e prega cartazes. Com isso ela não quer comemorar coisa nenhuma; quer jogar areia nos olhos dos explorados, instalando uma falsa alegria com o objetivo de esconder a vida de miséria, exploração e repressão que vivemos. Pode-se tapar o sol com a peneira? Pode-se esconder do povo a sua miséria, quando ele a sente na carne?

Na Semana da Independência, há duas comemorações: a da elite e a do povo, a dos que promovem paradas e a dos que raptam o embaixador, símbolo da exploração.

A vida e a morte do sr. Embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ela atender a duas exigências, o sr. Elbrick será libertado. Caso contrário, seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências são:

a) A libertação de 15 prisioneiros políticos. São 15 revolucionários entre milhares que sofrem torturas nas prisões-quartéis de todo o país, que são espancados, seviciados, e que amargam as humilhações impostas pelos militares. Não estamos exigindo o impossível. Não estamos exigindo a restituição da vida de inúmeros combatentes assassinados nas prisões. Esses não serão libertados, é lógico. Serão vingados, um dia. Exigimos apenas a libertação desses 15 homens, líderes da luta contra a ditadura. Cada um deles vale cem embaixadores, do ponto de vista do povo. Mas um embaixador dos Estados Unidos também vale muito, do ponto de vista da ditadura e da exploração.

b) A publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país.

Os 15 prisioneiros políticos devem ser conduzidos em avião especial até um país determinado – Argélia, Chile ou México -, onde lhes seja concedido asilo político. Contra eles não devem ser tentadas quaisquer represálias, sob pena de retaliação.

A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos 15 líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por seu transporte para um país seguro. Se a resposta for negativa, ou se não houver resposta nesse prazo, o sr. Burke Elbrick será justiçado. Os 15 companheiros devem ser libertados, estejam ou não condenados: esta é uma “situação excepcional”. Nas “situações excepcionais”, os juristas da ditadura sempre arranjam uma fórmula para resolver as coisas, como se viu recentemente, na subida da Junta Militar.

As conversações só serão iniciadas a partir de declarações públicas e oficiais da ditadura de que atenderá às exigências. O método será sempre público por parte das autoridades e sempre imprevisto por nossa parte. Queremos lembrar que os prazos são improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas.

Finalmente, queremos advertir aqueles que torturam, espancam e matam nossos companheiros: não vamos aceitar a continuação dessa prática odiosa. Estamos dando o último aviso. Quem prosseguir torturando, espancando e matando ponha as barbas de molho. Agora é olho por olho, dente por dente.

Ação Libertadora Nacional (ALN)
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).”

***

terça-feira, 10 de setembro de 2024

SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS
VOTE NÃO, POR FAVOR!

Concede anistia aos acusados e condenados em razão dos atos t3rroristas no dia 8 de janeiro de 2023.



AGORA VAI SOBRAR PICANHA, COM VERBA PÚBLICA, É CLARO! * Eduardo Piovesan/Agência Câmara de Notícias

AGORA VAI SOBRAR PICANHA, COM VERBA PÚBLICA, É CLARO!
Eduardo Piovesan
Fonte: Agência Câmara de Notícias

Deputados reunidos no Plenário nesta quarta-feira

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) projeto de lei complementar que retira dos limites de despesas com pessoal os gastos com terceirização e organizações da sociedade civil.

O texto aprovado é um substitutivo da deputada Nely Aquino (Pode-MG) para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 164/12, da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), mudando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na prática, isso aumenta o montante que pode ser gasto com despesas de pessoal dos órgãos públicos, pois retira esses gastos do limite fixado em relação à receita corrente líquida (50% no caso da União, 60% para estados e municípios).

Segundo a proposta, esse tipo de despesa será considerado como “outras despesas de pessoal” na lista de exclusões agora ampliada.

As situações abrangidas são:

- quando a despesa se caracteriza como fomento público de atividades do terceiro setor por meio de subvenções sociais; e

- prestação de serviços por meio da contratação de empresas, de organizações sociais, de organizações da sociedade civil, de cooperativas ou de consórcios públicos.

Exemplo disso são as empresas terceirizadas de limpeza urbana, contratos de gestão hospitalar e outros.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Terceirização é excluída do limite de gastos com pessoal
***

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

LULA EMPURRA SERVIDORES FEDERAIS PARA A GREVE * ANDRÉ PELLICCIONE/SINDSPREV.RJ

LULA EMPURRA SERVIDORES FEDERAIS PARA A GREVE
ANDRÉ PELLICCIONE

Asssembleia dos servidores da rede federal de saúde do Rio realizada na tarde desta quarta-feira (4/9), no auditório do Sindsprev/RJ, aprovou a continuidade da greve por tempo indeterminado e reafirmou as pautas dos trabalhadores, como reajuste salarial, concurso público, não ao fatiamento/privatização dos hospitais federais e enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia. A assembleia também aprovou o envio de caravana dos servidores a Brasília, no dia 10 de outubro, para participar de audiência pública que acontecerá na Câmara dos Deputados — sobre a greve da rede federal — e depois realizar um acampamento em frente à casa do presidente Lula (PT). A convocação da audiência pública que acontecerá em outubro foi feita pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

“A nossa greve está constituída e é uma coisa concreta. Tão concreta que o governo quer acabar com ela, apostando em seu esvaziamento. Mas não há ilegalidade alguma na nossa greve, que foi suscitada por conduta ilícita da administração pública. O governo sabe que não pode efetuar o corte do ponto, o governo sabe que não pode culpar a greve pelos problemas de sucateamento da rede. E agora o governo tem que entender que conseguimos abrir negociações com a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, com a qual teremos uma audiência na próxima segunda-feira, dia 9 de setembro, em Brasília”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Contra a municipalização e privatização da rede federal

A assembleia foi aberta com a apresentação de informes das mobilizações e atividades de greve nos seis hospitais federais da rede no Rio. Também foram apresentados informes mais detalhados das sessões dos conselhos municipal e estadual de saúde que, em julho e agosto deste ano, rejeitaram a municipalização da rede federal. “A ideia dos conselhos é solicitar audiência com a ministra Nísia Trindade para confirmar a nossa posição contrária a qualquer municipalização ou fatiamento da rede federal”, explicou Osvaldo Mendes, dirigente do Sindsprev/RJ e presidente do Conselho Municipal de Saúde do Rio. Em resposta a dúvidas dos servidores sobre a sessão do Conselho Estadual de Saúde que também rejeitou a municipalização de unidades federais, Osvaldo respondeu que houve quórum suficiente para tal rejeição.

Presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) manifestou apoio aos servidores. “Sabemos que, infelizmente, a greve é feita majoritariamente por técnicos em enfermagem e sem grande envolvimento de outros profissionais, como médicos, odontólogos e psicólogos. Mas esses profissionais também serão atingidos se o fatiamento da rede acontecer, pois haverá redução do número de trabalhadores e uma piora da situação. Quero lembrar que o governo só não conseguiu fatiar a rede por causa da resistência de vocês. Por isto temos de fortalecer a greve, que é uma luta por mais qualidade no serviço público”, disse ele. Perguntado sobre quais medidas a Comissão de Saúde poderia tomar contra a Portaria nº 4.847 — que transfere a gestão do Hospital Federal do Andaraí ao município do Rio de Janeiro —, Paulo Pinheiro respondeu que, no momento, a orientação da assessoria jurídica da Câmara Municipal é no sentido de não ingressar imediatamente com ação na Justiça, uma vez que a referida Portaria foi apenas publicada pela ministra Nísia, mas ainda não executada.

Servidora lotada no Hospital Cardoso Fontes, Maria Isabel destacou a necessidade de fortalecer a greve. “Estamos num momento derradeiro da nossa luta. O nosso compromisso é o de lutar para conseguir o enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia, mas também vamos continuar brigando contra o fatiamento. Afinal, nós não estamos aqui em vão. Contamos com vocês”, ressaltou.

Fortalecer a greve da rede federal é essencial neste momento

“A importância da nossa união é essencial neste momento. Tomara que esta greve continue até novembro, quando acontecerão as atividades do G-20 aqui no Rio de Janeiro. Nossa mobilização é que nos levará à vitória”, frisou Sebastião José de Souza (Tão), dirigente do Sindsprev/RJ em Niterói.

Também membro da direção do sindicato, Sidney Castro analisou os desafios para os trabalhadores da rede federal. “Já estamos há mais de 100 dias em greve, o que não é nada fácil. Muitos que não acreditaram na nossa greve, como parte dos sindicatos dos enfermeiros e dos médicos, depois tiveram de reconhecer o acerto em fazê-la. Os ataques do governo aos nossos direitos começaram quando ele retirou as estruturas administrativas dos hospitais federais. Lutamos por concurso, pagamento da insalubridade, enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia e não ao fatiamento, mas, se não derrubarmos o fatiamento, vai ser difícil conseguirmos o enquadramento na Ciência e Tecnologia. Precisamos continuar resistindo, como fazemos desde o início desta greve”, disse.

Membro do Comando de Greve do INSS no Estado do Rio e ex-dirigente do Sindsprev/RJ, o servidor aposentado Carlos Vinícius Costa Lopes afirmou seu apoio à greve da rede federal. “Uma greve de quase quatro meses, como a de vocês, não é para qualquer um. Mas nós temos um ponto em comum, pois o mesmo patrão que ataca a saúde é o que também ataca a previdência pública. A greve do INSS continua forte no país e, neste momento, membros do Comando Nacional de Greve ocupam o gabinete da presidência do INSS, em protesto contra a tentativa de desconto dos dias parados. O governo tentou desmobilizar a greve do INSS, mas não conseguiu. Quanto à greve de vocês, eu também vejo que tem perspectiva de vitória”, afirmou, sob aplausos.

Plenária com Reimont sobre enquadramento na Ciência e Tecnologia

Finda a assembleia, por volta de 15h45, foi então iniciada a plenária dos servidores da rede federal — também no auditório do Sindsprev/RJ — com a presença do deputado federal Reimont (PT-RJ). O parlamentar foi convidado por ser autor de uma emenda ao texto do Projeto de Lei (PL) nº 3.102/2022, enquadrando os trabalhadores do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) na carreira da Ciência e Tecnologia. Já aprovada na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, a emenda elaborada por Reimont seguirá as próximas etapas de tramitação. A intenção do Sindsprev/RJ é que o parlamentar envide esforços no sentido de também incluir, no texto do PL 3102 ou em outro dispositivo semelhante, a possibilidade de enquadrar os servidores dos seis hospitais federais (Cardoso Fontes, HSE, Andaraí, Bonsucesso, Lagoa e Ipanema) na carreira da Ciência e Tecnologia. Um dos argumentos centrais para isto é o fato de os trabalhadores dos institutos federais e dos hospitais federais terem ingressado no serviço público por meio do mesmo concurso, o que requer da administração pública um tratamento isonômico e paridade salarial entre os servidores enquadrados e ainda não enquadrados na carreira da Ciência e Tecnologia.

Antes de responder a esta demanda específica, Reimont foi solicitado pelos servidores do INSS e da rede federal a buscar a viabilidade, junto a instâncias do governo Lula, no sentido de abrir negociações com representantes das duas categorias em greve. Sobre o INSS, o deputado se comprometeu a conversar com os ministros Carlos Lupi (Previdência) e Rui Costa (Casa Civil). E sobre a rede federal ele se comprometeu a procurar a ministra Nísia Trindade e também o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI).

Especificamente quanto ao pedido de enquadramento dos servidores dos hospitais federais na carreira da Ciência e Tecnologia, Reimont disse não saber se a reivindicação é viável, mas garantiu que ficará atento quanto às possibilidades de concretizá-la. Segundo ele, a viabilidade poderia ocorrer por meio de inclusão no PL 3.102 ou em outro projeto. “A verdade é que o governo Lula precisa ser pressionado para atender às demandas da sociedade brasileira. Afinal, governo é governo e movimento social é movimento social. Estou à disposição de vocês e quero dizer que podem contar comigo”, finalizou.

sábado, 7 de setembro de 2024

GRITO DOS EXCLUÍDOS: INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

GRITO DOS EXCLUÍDOS: INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO

7 de setembro Juntos na luta pela independência, soberania, autonomia, justiça social,  libertação, solidariedade e autodeterminação  do nosso amado Brasil.
PEDRO CESAR BATISTA
GRITO DOS EXCLUÍDOS - BRASÍLIA
LEOPOLDO PAULINO/SP

Estávamos na Semana da Pátria e, como em todos os anos, a ditadura comemorava o dia 7 de Setembro com desfiles militares e forte esquema de segurança, procurando passar à população a ideia de que o conceito de pátria se confundia com a própria ditadura.


Em Ribeirão Preto, decidimos comemorar o Dia da Pátria a nosso modo.


O palanque para o desfile já estava armado na Avenida Independência. A ALN decidiu colocar ali bombas incendiárias para que ele fosse queimado antes do amanhecer, poucas horas antes do evento para evitar vítimas. Estávamos seguros de que a comemoração da ditadura seria forçosamente cancelada.


Dessa forma, faríamos valer a comemoração da guerrilha, pois nós éramos os verdadeiros patriotas e não aqueles que louvavam o país com desfiles de exibição de armamentos, enquanto entregavam a pátria aos interesses norte-americanos.


Nosso grupo de fogo passou a fazer, então, o levantamento do local da ação. Percorremos por várias vezes a Avenida Independência e as ruas vizinhas, definimos o trajeto, a colocação das bombas e nossa retirada do local.

Já madrugada, no fundo da casa de Claudinei, na Rua Sete de Setembro, 889, confeccionamos as bombas e eu me esmerei em prepará-las com os demais companheiros.


Os dois elementos químicos utilizados para a confecção das bombas não podiam aproximar-se, pois isso causaria a combustão, o que requeria excessivo cuidado na preparação dos artefatos, pois não podiam se acercar os dois companheiros que os manipulavam.


Assim foram as bombas preparadas nos recipientes vazios de duas “laranjinhas” – um refrigerante conhecido na época, com sabor artificial de laranja, cujo frasco de plástico tinha o formato daquela fruta em tamanho maior.


As duas bombas eram suficientes para destruir o palanque.


Encarregado de definir o tempo para a explosão, tive o cuidado de aumentá-lo o máximo possível, pois nunca era exato, mas pude garantir aos companheiros que havia uma margem segura de, pelo menos, uma hora, antes que elas estourassem.


Subimos no carro, Claudinei ao volante, Russo e eu levando às mãos uma bomba cada um, e saímos em direção ao palanque.


Ao aproximarmo-nos do local, um imprevisto nos esperava.


Dois soldados da Polícia Militar faziam guarda em frente ao palanque sem se moverem. Rapidamente, percebemos que seria impossível realizar a ação com a presença deles.


Tínhamos armamento suficiente, superioridade numérica e o fator surpresa do nosso lado, o que me fez propor, com o apoio de Russo, que deveríamos colocar capuzes, dominar os soldados, amarrá-los e realizar a operação.


Claudinei, o comandante da ação, vetou a proposta e alegou, com justa razão, que iríamos realizar a ação em seu carro, um JK vermelho, que seria fácil de identificar já que havia apenas três ou quatro modelos desse tipo em toda a cidade, embora os números da placa estivessem alterados.


Decidiu-se, assim, que nós deveríamos procurar outro local, o mais próximo possível, para realizar o atentado e atingirmos um alvo que simbolizasse a ditadura ou o imperialismo norte-americano.


Começamos, então, a rodar pelo centro da cidade com as bombas no carro, em busca de outro local para efetuar a ação revolucionária.


Ao passarmos pela esquina das Ruas Marcondes Salgado e Duque de Caxias, onde se localizava a Delegacia Regional de Polícia, pensamos em colocar as bombas em viaturas lá estacionadas, o que foi impossível devido à permanência de policiais no local.


Voltamos a circular perto do palanque, mas a situação persistia, com os dois policiais lá postados e, ao que parecia, sem a menor intenção de se afastarem.


Enquanto isso, o tempo corria e eu alertei os companheiros de que não dispúnhamos de mais que vinte minutos para permanecermos com as bombas no automóvel sem o risco de virar churrasco. Naquele instante, tive a ideia: “Coca-Cola”.


Na verdade, a empresa que fabricava o refrigerante, símbolo do capitalismo norte-americano, situava-se perto da Avenida Francisco Junqueira, a algumas quadras dali.


Todos de acordo, rumamos para o local e, depois de um breve levantamento, pouco criterioso em face da premência do tempo que corria contra nós, saltei o muro da Coca-Cola, pela Rua Deolinda, com Russo fazendo proteção armada do lado de fora, enquanto Claudinei permanecia no volante. Já no pátio interno da empresa, coloquei as duas bombas, uma embaixo de cada caminhão.


Retiramo-nos do local quando já amanhecia e nos recolhemos para dormir um pouco e aguardar pelo resultado da ação, que seria o sinal da presença da guerrilha nas comemorações do Dia da Pátria em Ribeirão Preto.


Nas primeiras horas da manhã do dia 7 de Setembro, a primeira bomba entra em combustão e inicia um incêndio em um dos caminhões, enquanto são chamados os bombeiros e a polícia.


De plantão estava o delegado Vlamir Pupo, que nunca se envolveu com a repressão política, mas que compareceu ao local em virtude de ser o plantonista.


Talvez animado com a possibilidade de se promover diante do fato, tomou a segunda bomba em suas mãos, colocou-a em seu carro, um Karman Ghia, veículo de pequeno porte que estava na moda naquela época, e propôs-se a levar o artefato explosivo para a delegacia.

Eu havia programado para que a segunda bomba explodisse mais ou menos meia hora depois da primeira. O delegado, de maneira imprudente, acreditou que ela tivesse falhado, levando-a ao plantão policial.


Ao chegar à delegacia, Vlamir colocou o artefato em sua mesa e deixou a sala por alguns minutos para chamar outras pessoas que o ajudassem a desmontá-lo.


Nesse ínterim, a bomba entrou em combustão e iniciou um princípio de incêndio que foi logo debelado, mas que completou nossa comemoração do Dia da Pátria. Na verdade, o delegado fez o que, para nós, teria sido praticamente impossível: levar a bomba para estourar dentro da delegacia de polícia.

Trecho do Livro Tempo de Resistência 12ª. Edição de Leopoldo Paulino


***